Palmeiras: Leila Pereira já ‘investiu’ mais de R$ 100 milhões em reforços como patrocinadora, mas sempre pregou ‘responsabilidade’
Demora para a contratação de um ‘camisa 9’ para a disputa do Mundial de Clubes está deixando a torcida do Palmeiras impaciente
Demora para a contratação de um ‘camisa 9’ para a disputa do Mundial de Clubes está deixando a torcida do Palmeiras impaciente
A torcida do Palmeiras está impaciente à espera de reforços de peso para a temporada de 2022, mesmo tendo um elenco que é o atual bicampeão da Copa Libertadores. A posição mais carente e desejada é a de centroavante, que também tem sido cobrado pelo técnico Abel Ferreira desde o início da última temporada, mas sem sucesso, apesar da chegada de Rafael Navarro, destaque do Botafogo na Série B. E a presidente Leila Pereira não deu indícios de que fará qualquer coisa para atender aos pedidos dos torcedores.
Durante live realizada na TV Palmeiras, respondendo perguntas de torcedores, a nova presidente do Verdão deixou claro que não irá ‘sacrificar’ as finanças do clube por causa de reforços. “Estamos sempre em busca de bons profissionais, os melhores, mas tratamos o assunto com responsabilidade financeira. E os valores são inviáveis para a realidade brasileira. Não vou sacrificar o Palmeiras para pagar um valor incompatível com a realidade brasileira. Quando digo isso não é que não vou investir, vou investir, sempre. Não acredito no bom e barato, vocês lembram desta frase e o que aconteceu no passado? Não acredito, futebol é investimento alto. Temos de ser os mais assertivos possíveis. E vou tentar isso de forma correta e responsável”, explicou a mandatária.
A entrevista da empresária caiu como um balde de água fria na parte da torcida que esperava por reforços de peso, ainda mais porque a própria Leila Pereira já chegou a ‘investir’ bem mais de R$ 100 milhões em contratações para o Verdão entre 2016 e 2017, quando ajudou o clube a bancar nomes como Borja (R$ 33 milhões), Deyverson (R$ 19 milhões), Bruno Henrique (R$ 14 milhões), Luan (R$ 12 milhões), Dudu (R$ 11, 5 milhões) e Alejandro Guerra (R$ 11 milhões).
Os investimentos da Crefisa em reforços para o Palmeiras cessaram em 2018, quando a empresa de Leila Pereira foi multa pela Receita Federal, que considerou o modelo do negócio equivalente a um empréstimo e pediu uma alteração que obriga o Verdão a devolver os valores investidos nas contratações de qualquer forma em até dois anos após o fim do contrato, inclusive com a incidência de juros no valor.
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“Com relação às dívidas, esse tema já foi amplamente discutido e aprovado pelo Conselho Deliberativo do clube. O Palmeiras tem totais condições de cumprir com esses compromissos. Vai cumprir, não tenho dúvida alguma. O investimento que foi feito girou em torno de R$ 160 milhões, não tenho de cabeça o número exato. Uma parte dessa dívida já foi paga, porque ela é garantida pelos ativos, que são os jogadores. À medida que os jogadores são vendidos ou há qualquer receita relacionada a esses jogadores, o Palmeiras tem que restituir a Crefisa. O Palmeiras tem pago, essa dívida tem diminuído. Se o contrato desses jogadores com o clube vencer, o Palmeiras tem dois anos de prazo para restituir esse valor à Crefisa”, explicou Leila em uma entrevista concedida à rádio Capital, no final do ano passado.
Responsabilidade sempre existiu…
Mesmo com o investimento – que depois virou dívida para o Palmeiras – em torno de R$ 160 milhões, Leila Pereira já havia falado sobre a necessidade de se ter ‘responsabilidade’ na hora de contratar. Em uma entrevista concedida ao UOL Esporte, em março de 2017, a empresária garantiu ter um limite de gastos.
— O céu não é o limite. Claro que não. Temos responsabilidade. Nossa empresa está há 52 anos no mercado e somos extremamente conservadores. Tem que ter um limite. Não é chegar aqui, bater na porta e dizer: ‘Preciso disso…’. Tudo é conversado com muito critério e responsabilidade. É tudo dentro das possibilidades – explicou.
— O atual presidente [Mauricio Galiotte] entende perfeitamente. Ele é muito pé no chão. Já teve vezes em que tivemos de dizer não. Quando um jogador é negociado por um valor inviável, eu digo que não tem como. Aconteceu várias vezes. Quando o Palmeiras entra para negociar tem um teto, sim. Não é qualquer valor que a gente paga. Em hipótese alguma – completou a empresária.