Home Futebol Curinga do “Time dos Sonhos” do Santos, Lima comemora 80 anos

Curinga do “Time dos Sonhos” do Santos, Lima comemora 80 anos

Ídolo e “Eterno Curinga”, Lima atuou por uma década no clube da Vila Belmiro e só não jogou de goleiro

Adriano Oliveira
Sou colaborador do Torcedores.com desde 2018, com mais de 3.600 textos publicados, porém escrevo sobre futebol há mais de 15 anos. Mas é claro que a paixão por este esporte começou bem antes disso. Hoje, aos 51 anos de idade, o futebol ainda me faz sentir a mesma coisa que eu sentia aos 10.

Ídolo e “Eterno Curinga”, Lima atuou por uma década no clube da Vila Belmiro e só não jogou de goleiro

Antônio Lima dos Santos nasceu no domingo dia 18 de janeiro de 1942, há exatamente 80 anos na cidade mineira de São Sebastião do Paraíso. “Eterno Curinga da Vila”, como ficou conhecido, defendeu o Santos em 692 partidas, anotou 63 gols e brilhou no chamado “Time dos Sonhos”, durante o período mais vitorioso da história do clube.

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Lima começou a carreira profissional no Juventus-SP e, em agosto de 1959, viu o então adversário Pelé marcar aquele que é considerado o gol mais bonito de sua carreira, no tradicional estádio da Rua Javari, na goleada do Peixe sobre os donos da casa por 4 x 0, em jogo do Campeonato Paulista.

“Eu estava perto do lance. Foi uma jogada de ataque do Juventus e sofremos um contra-golpe. O Dorval cruzou e o Pelé dominou no peito, deu um chapéu no Homero, um no Clóvis e outro no goleiro Mão de Onça, e fez o gol de cabeça. Todos que estavam em campo, torcida e jogadores do Santos e do Juventus, aplaudiram ele. Foi quando começou essa identidade entre eu e o Santos, sentencia o próprio Lima.

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Por indicação do técnico Lula, pouco menos de dois anos depois, Lima chegava como novo contratado na Vila Belmiro, inicialmente para jogar na lateral-direita. Em abril de 1961, fez sua estreia no estádio do Pacaembu em partida diante do Flamengo pelo Torneio Rio-São Paulo.

O treinador, porém, enxergava que o atleta era tão eficiente jogando na lateral como também em várias outras posições em que era escalado. Lima se tornou então o “maior curinga do futebol brasileiro”.

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“Jogar em várias posições nunca me atrapalhou, muito pelo contrário. Isso só atrapalha os jogadores que não têm facilidade para se adaptar. Cheguei ao Santos como médio-volante, para ser reserva do Zito, e logo comecei a migrar pelas posições. Eu me lembro de um amistoso contra o Panathinaikos, na Grécia, numa daquelas muitas excursões que a gente fazia, em que eu joguei em oito posições durante o jogo”, declarou Lima em entrevista publicada pelo site “Diário do Peixe”. E completou:

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“No Santos eu joguei em dez posições. Só não joguei de goleiro”.

Em homenagem ao futebol versátil de Lima, o jornalista esportivo Adriano Neiva da Motta e Silva, o De Vaney, o descreveu em elogioso artigo escrito no ano de 1967, que tinha o sugestivo título de “Rodopião”, nome do primeiro conto de Humberto de Campos e que conta a história de um cidadão que sabia fazer de tudo:

“Por ser privilegiado pelos dons da natureza, em ser tão útil a todos, às vezes o sacrificavam ou dele se esqueciam. Mas ‘Rodopião’ voltava sempre e continuava a ser o mesmo de sempre. Lima, quando o vemos, nos faz lembrar, o conto de Humberto de Campos, porque ele é, no mundo da bola, o ‘Rodopião’ incansável, prestativo, querendo ser útil a tudo, a todos. Mas, tal qual o ‘Rodopião’, esquecendo-se, muitas vezes de que ele próprio existe, para se lembrar, apenas, de que o Santos é que precisa existir e brilhar”, diz um trecho do artigo.

Lima disputou 692 partidas pelo Santos entre abril de 1961 e novembro de 1971, atrás apenas de Pelé, Zito e Pepe. Balançou as redes 63 vezes e conquistou 22 títulos, entre Paulista, Brasileiro, Copa Libertadores, Mundial Interclubes e Recopa Mundial, além de outros torneios. Também entrou em campo em 18 jogos vestindo a camisa da seleção brasileira e marcou seis gols.

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Em seu último jogo pelo Santos, Lima formou o meio de campo ao lado de Clodoaldo no empate em 1 x 1 contra o rival Corinthians, em clássico válido pelo Campeonato Brasileiro e disputado no Pacaembu em outubro de 1971.

Após a brilhante passagem na Vila Belmiro, Lima jogou no futebol mexicano até 1974. Então retornou ao Brasil para defender o Fluminense em 1975, voltou aos Estados Unidos e depois encerrou sua carreira na Portuguesa Santista.

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