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Permanência de Fábio Carille no Santos indica manutenção do trabalho e resgate da competitividade em 2022

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o trabalho do treinador do Peixe no Brasileirão e projeta a próxima temporada

Por Luiz Ferreira em 11/12/2021 23:06 - Atualizado há 3 anos

Ivan Storti / Santos FC

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o trabalho do treinador do Peixe no Brasileirão e projeta a próxima temporada

Talvez as grandes notícias para o torcedor do Santos nesse final de ano tenham sido a manutenção do clube na primeira divisão e a classificação para a Copa Sul-Americana de 2022. As dificuldades e percalços foram incontáveis. Desde a saída conturbada de Ariel Holan no início do ano, passando pela aposta em Fernando Diniz e por todos os já bem conhecidos problemas fora de campo, o Peixe viu o Z4 de perto e agora respira aliviado. No entanto, este que escreve vê na permanência de Fábio Carille no comando técnico do time a decisão mais acertada da diretoria para o planejamento da próxima temporada. Isso porque o Santos pode não deve ter tanta margem para erros como teve em 2021. A manutenção do treinador não indica apenas a continuidade bom trabalho feito no Peixe. É a confiança de que há como se ter um ano muito melhor do que esse que passou. Ou pelo menos sem sofrer grandes sustos.

Fábio Carille encontrou um elenco desequilibrado e repleto de jovens muito promissores, mas ainda muito “verdes” para segurar o rojão e aguentar toda a pressão em torno da permanência (ou não) do Santos na primeira divisão nacional. Fora isso, ainda haviam os problemas fora de campo e a dificuldade para se trazer reforços. Da ameaça do rebaixamento, o Santos conseguiu se recuperar com boas atuações coletivas contra times como Fortaleza, Athletico Paranaense, Flamengo, Red Bull Bragantino e vários outros. Ainda que o time tenha oscilado muito em determinados momentos, Fábio Carille conseguiu colocar sua “marca” no Santos: ótimo poder de marcação, muita organização dentro de campo, intensidade nas trocas de passe e uma formação que conseguia usar o potencial de todos os jogadores à disposição do treinador do Peixe. Esse último ponto é algo que Carille mostrou entender como poucos.

A utilização do 3-4-2-1 pegou muita gente de surpresa. Ainda mais quando se sabe que Fábio Carille se destacou pelo Corinthians campeão brasileiro em 2017 usando um 4-1-4-1 de grande movimentação ofensiva e ensaiava um retorno ao 4-2-4 com uma dupla de ataque formada por Jadson e Rodriguinho na temporada seguinte. No entanto, conforme mencionado no parágrafo acima, o treinador do Santos sabe encontrar os desenhos táticos que melhor se adaptam às características dos seus jogadores. Lucas Braga como ala pela esquerda, Felipe Jonatan como volante ou Camacho como terceiro zagueiro não foram invenções de um mero “Professor Pardal” (na cabeça de alguns colegas de imprensa). A necessidade de se recuperar logo o time e encontrar a formação que melhor encaixa as características dos atletas que tinha à sua disposição. Nesse ponto, jovens como Kaiky, Vinícius Zanocelo, Gabriel Pirani e vários outros foram fundamentais.

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A vitória sobre o Flamengo (resultado que eliminou qualquer risco de rebaixamento) nos mostrou toda essa organização buscada por Fábio Carille no Santos. O já mencionado 3-4-2-1 se transformava num 5-4-1 bem postado na frente da área do goleiro João Paulo (o melhor do Brasileirão 2021 na opinião deste que escreve). Madson e Lucas Braga fechavam os lados do campo, Vinícius Zanocelo e Camacho organizavam a saída de bola bloqueavam o espaço por dentro e Marinho (este um pouco mais desgarrado da marcação pelo lado direito) e Marcos Guilherme eram os pontas com os “pés invertidos”. Linhas compactadas, coordenação nas perseguições mais curtas na intermediária e muita atenção e concentração para “ler” os movimentos do adversário. Ainda que o time tenha cometido falhas no posicionamento, o Santos mostrou competitividade e conquistou boas vitórias nessa reta final de Campeonato Brasileiro.

Fábio Carille apostou num 3-4-2-1 que se transformava num 5-4-1 sem a bola. Organização nos movimentos defensivos e compactação na frente da área. Foto: Reprodução / Premiere / GE

O Santos também mostrou desenvoltura nas transições ofensivas. Isso porque o trio ofensivo de Fábio Carille não guardava posição fixa. Contra o Flamengo, Marcos Leonardo (a referência móvel do Peixe) buscava o espaço entre as linhas do seu adversário e dava a profundidade necessária para que Vinícius Zanocelo pudesse avançar e dar opção de passe. Marcos Guilherme (destro jogando pela esquerda) e Marinho (canhoto jogando pela direita) entravam em diagonal e abriam o corredor para as subidas constantes dos alas Madson e Lucas Braga. Não era raro ver estes dois aparecendo por dentro para quebrar as linhas de marcação do adversário ou para receber as bolas nas costas dos zagueiros. E com todos os atletas atuando onde se sentem confortáveis (mesmo aqueles que executaram funções diferentes daquelas que estão acostumados), o jogo do Santos fluiu e o time foi conquistando os pontos que precisava.

Marinho e Marcos Guilherme entram em diagonal, Marcos Leonardo abre espaço e alas e volantes infiltram. O ataque do Santos tinha desenvoltura e mobilidade. Foto: Reprodução / Premiere / GE

É preciso reconhecer, no entanto, que o sistema defensivo acabou sendo mais eficiente do que o ataque, um dos pontos mais criticados nos trabalhos de Fábio Carille. Há vários pontos no Alvinegro Praiano que precisam de ajustes e a chegada de reforços é vital para que o ano que virá seja menos desesperador e complicado do que este que está terminando. Ainda mais quando já se sabe que tantos jovens promissores oriundos das categorias de base precisam (pra ontem) de referências técnicas dentro de campo. Mesmo assim, o trabalho do treinador não só afastou o risco de rebaixamento como colocou o Peixe na briga por uma vaga na Libertadores de 2022 até a última rodada. Há um caminho bem claro a seguir na próxima temporada e ele passa diretamente pela manutenção de Fábio Carille no comando técnico do escrete da Vila Belmiro. O resgate da competitividade será a grande missão do treinador no próximo ano.

A diretoria do Santos acerta em cheio com a permanência de Fábio Carille na Vila Belmiro e a manutenção de uma linha de pensamento que funcionou muito bem nessa reta final de Campeonato Brasileiro. O estilo de jogo do treinador pode não agradar a todos e gerar uma quantidade quase infinita de “memes”. Mas precisamos dar a mão à palmatória e reconhecer que o nível de competitividade do Peixe aumentou consideravelmente desde que Carille assumiu o time.

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