Home Futebol Polêmicas, provocações e boas ideias de jogo: Palmeiras e Flamengo fazem prévia do que está por vir em 2022

Polêmicas, provocações e boas ideias de jogo: Palmeiras e Flamengo fazem prévia do que está por vir em 2022

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca as ideias de Hoffmann Túlio e Luis Andrade na partida válida pela segunda rodada da Brasil Ladies Cup

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira destaca as ideias de Hoffmann Túlio e Luis Andrade na partida válida pela segunda rodada da Brasil Ladies Cup

Você já leu aqui no TORCEDORES.COM que a Brasil Ladies Cup tem uma série de problemas e questões que prejudicam um pouco a análise mais profunda de cada equipe. Mesmo assim, os jogos disputados em Santana de Parnaíba já nos brindaram com algumas prévias do que vamos ver em 2022. A vitória do Palmeiras sobre o Flamengo é um bom exemplo disso por uma série de motivos. As provocações de ambas as partes e o clima mais tenso e mais estudado da partida desta terça-feira (14) são alguns deles. Este que escreve, no entanto, lamenta apenas o fato da arbitragem ter prejudicado o espetáculo com decisões incompreensíveis e erros que influenciaram o placar final. Ainda mais quando os técnicos Hoffmann Túlio e Luis Andrade mostraram ideias que podem fazer com que esse confronto ganhe ainda mais competitividade e qualidade na próxima temporada. Palmeiras e Flamengo nos brindaram com uma prévia do que está por vir em 2022.

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É verdade que cobrar desempenho de duas equipes que estão apenas nos seus primeiros jogos com seus novos treinadores é querer colocar a carroça na frente dos bois e ignorar todo o processo de entendimento entre comissão técnica e jogadoras. Mesmo assim, já foi possível notar que existem ideias sendo colocadas em prática e sendo assimiladas pelos elencos de Palmeiras e Flamengo. O escrete comandado por Hoffmann Túlio entrou em campo muito mais ligado do que na estreia contra o Santos. A pressão pós-perda era realizada com muito mais intensidade e as Palestrinas construíam o jogo com mais facilidade. O time de Luis Andrade só conseguia equilibrar o jogo quando forçava o erro na saída de bola adversária com Rafa Barros, Dani Ortolan e Darlene encurtando a distância e saltando para a pressão em cima de Tainara e Agustina a partir de um bloco mais baixo do que o visto na vitória sobre o River Plate.

O Palmeiras começou melhor a partida e levava vantagem sobre um Flamengo mais retraído do que o normal. O escrete de Luis Andrade só conseguia equilibrar as ações quando as atacantes saltavam para pressionar a saída de bola das Palestrinas. Foto: Reprodução / SPORTV

O problema é que o Flamengo parecia confiar demais num jogo mais reativo e com lançamentos mais longos. Sempre que suas jogadoras colocavam a bola no chão e se aproximavam umas das outras, o jogo rubro-negro ganhava fluidez e consistência. Não era por acaso que esse seja um dos aspectos trabalhados por Luis Andrade nesse seu início de trabalho. Do outro lado, o Palmeiras se distribuía muito bem no campo de jogo e encontrava facilidade para levar a bola até o terço final. Mas faltava o aprimoramento na conclusão das jogadas de ataque. Mesmo assim, era interessante ver como Katrine abria o campo pela esquerda e Camilinha se posicionava mais como lateral construtora por dentro. Ao mesmo tempo, Ary Borges, Ottilia e Chú se movimentavam bastante e arrastavam a defesa adversária para abrir espaços. Faltou apelas o capricho e a movimentação correta que virá apenas com o tempo e os treinamentos.

Katrine abria o campo, Chú, Ottilia e Ary Borges atacavam o espaço e Júlia Bianchi aparecia como opção de passe. O Palmeiras apresentava boas ideias de jogo e conseguia bagunçar a defesa do Flamengo. Faltava o capricho na conclusão das jogadas. Foto: Reprodução / SPORTV

Por mais que o Palmeiras tenha ficado mais com a bola e que o Flamengo tenha ameaçado a meta de Jully no primeiro tempo, o panorama pouco mudou nos 45 minutos finais. O escrete de Hoffmann Túlio levava vantagem nos duelos, mas ainda não sabia direito o que fazer quando levava a bola até o terço final. A entrada de Maria Alves deu mais profundidade e mais velocidade para o ataque Palestrino, mas ainda sem a intensidade necessária para superar o 4-4-2 de Luis Andrade num Flamengo que ainda sofria para fechar os espaços na frente da sua área. Camilinha passou a subir mais e as Palestrinas atacavam com uma linha de cinco em determinados momentos. Ótimas ideias, ótimos modelos em construção. Mas é preciso reconhecer que o Flamengo também competia. As entradas de Pimenta e Pimentinha (não é dupla sertaneja) deram mais mobilidade e agressividade ao time. Opções interessantes que podem agregar muito na próxima temporada.

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Camilinha apareceu mais no ataque e Katrine se somou a Maria Alves, Ary Borges e Carol Baiana numa linha de cinco atacantes no segundo tempo. O Palmeiras tinha mais volume de jogo, mas o Flamengo equilibrava quando colocava a bola no chão. Foto: Reprodução / SPORTV

Este que escreve entende bem o momento das duas equipes e defende que Hoffmann Túlio e Luis Andrade tenham tempo e paciência para implementar seus modelos de jogo. Mesmo com todo o contexto desfavorável das partidas em Santana de Parnaíba e todos problemas já mencionados aqui e por quem acompanha a Brasil Ladies Cup, o que se viu nesta terça-feira (14) foram duas equipes ainda em adaptação às ideias dos seus treinadores e que conseguiram competir num nível mais alto do que o esperado. Palmeiras e Flamengo mostraram que o ano de 2022 deve ser rico em ideias e modelos de jogo e que os próximos confrontos entre Palestrinas e rubro-negras deve ser marcado pela rivalidade e pelo alto nível técnico. Exigir desempenho e bom futebol agora (como alguns colegas de imprensa fizeram na transmissão) é ignorar todo o processo altamente necessário de entendimento entre jogadoras e comissões técnicas. Chega a ser leviano.

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Este que escreve só lamenta o fato da arbitragem ter influenciado diretamente no placar final da partida. Agustina fez falta no lance do gol de Bruna Calderan (apesar da falha da goleira Gabi Croco) e Darlene teve um gol muito mal anulado aos 44 minutos do segundo tempo. A Brasil Ladies Cup se vende como um torneio de alto nível, mas deixa a desejar demais na organização, no formato e na estrutura apresentada para as jogadoras.

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