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Eliminação da Champions e nova derrota para o Bayern de Munique: realidade acerta o Barcelona em cheio

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as escolhas de Julian Nagelsmann e Xavi Hernández e as diferenças abissais entre as duas equipes

Por Luiz Ferreira em 09/12/2021 02:04 - Atualizado há 3 anos

Reprodução / Twitter / UEFA Champions League

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as escolhas de Julian Nagelsmann e Xavi Hernández e as diferenças abissais entre as duas equipes

A realidade, meus amigos, pode ser muito dura se você não estiver pronto para enfrentá-la. É assim no futebol. É assim na vida como um todo. Não há como fugir disso. E o Barcelona parece finalmente estar compreendendo que ela (a realidade) chegou com força e atingiu o clube como um direto de esquerda no queixo. Não somente pela derrota justíssima para um Bayern de Munique ligado, intenso e muito aplicado taticamente, mas por conta de todo o conjunto da obra bem conhecido por todos nós. E para piorar, o revés desta quarta-feira (8) fez com que o escrete catalão fosse eliminado da Liga dos Campeões da UEFA ainda na fase de grupos, fato que não acontecia desde a temporada de 2000/01. Por mais que Xavi Hernández tenha conseguido organizar um pouco as coisas, ficou bem claro que o Barcelona ainda sofre demais para competir em alto nível. E o time de Julian Nagelsmann escancarou esse cenário.

Fato é que o Barça dependia apenas das próprias forças para se garantir nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Esse, meus amigos, era o grande problema. É verdade que o escrete blaugrana mostrou um pouco mais de competitividade e organização do que nos tempos de Ronald Koeman (principalmente nos minutos em que Jordi Alba esteve em campo), mas não demorou muito tempo para que o Bayern de Munique se impusesse em campo com a já conhecida intensidade quase insana dos comandados de Julian Nagelsmann. Se a equipe bávara buscava acelerar quando recuperava a posse da bola, abria o campo com Comam e Davies e ganhava profundidade com Thomas Müller e Lewandowski, o Barcelona sofria um pouco com a lentidão do seu trio ofensivo e com a péssima fase técnica de vários jogadores. Tudo isso ficava bem evidente quando o Bayern aumentava o ritmo das suas jogadas de ataque no jogo disputado em Munique.

Formação inicial das duas equipes. Xavi manteve seu 4-3-3 usual no Barcelona e Julian Nagelsmann apostou num 4-2-3-1/4-2-4 extremamente intenso no Bayern de Munique.

Xavi Hernández, por sua vez, usava as peças que tinha à disposição para dar um pouco mais de competitividade ao seu Barcelona. As lesões de Pedri, Ansu Fati e Sergi Roberto e o problema de saúde de Sergio Agüero eram questões que precisavam ser contornados pelo treinador blaugrana num confronto que poderia decidir muita coisa nessa temporada. Talvez até mesmo a saúde financeira do clube. E isso tudo apenas no quinto jogo de um dos maiores ídolos do clube no comando técnico. As ideias de Xavi até que tinham fundamento e se mostraram promissoras. Depay circulava mais na entrelinha, Dest abria o campo pela direita e Dembélé entrava em diagonal e abria o corredor para as descidas de Jordi Alba. Mais por dentro, Frenkie de Jong e Gavi armavam as jogadas de ataque e tinham o suporte de Busquets na frente da zaga. Mesmo assim, a organização tática não resistiu ao volume de jogo do Bayern de Munique.

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A lesão do camisa 18 do Barcelona foi mais um problema que Xavi precisou resolver num momento em que o time de Julian Nagelsmann já controlava as ações no campo de jogo. E o 4-2-3-1/4-2-4 do Bayern de Munique ganhou ainda mais espaço após a saída de Jordi Alba. Mingueza entrou improvisado no setor e pouco acrescentou ao time. Ao mesmo tempo, Ronald Araújo sofria demais com os avanços de Sané e Lewandowski às suas costas. O primeiro gol da partida (marcado por Thomas Müller aos 34 minutos do primeiro tempo) resume bem a fragilidade defensiva desse Barcelona (ainda) em frangalhos. Sané recua, arrasta a marcação de Gavi e Ronald Araújo e Lewandowski se lança no espaço aberto pela movimentação do camisa 10 do Bayern de Munique. Aliás, é preciso dizer que o lado esquerdo do Barcelona foi um verdadeiro convite ao contra-ataque durante quase todos os noventa minutos de partida na Allianz Arena.

Leroy Sané aparece por dentro, arrasta a marcação e abre espaço para que Lewandowski se lance às costas de Piqué no lance do primeiro gol do Bayern de Munique. O posicionamento defensivo do Barcelona foi muito rum e facilitou demais a vida do seu adversário. Foto: Reprodução / YouTube / TNT Sports Brasil

E dava pra perceber bem que a situação do Barcelona não era nada boa quando Ter Stegen (um dos poucos que vinha se salvando nos últimos meses) falhou no segundo gol do Bayern de Munique (anotado por Sané aos 43 minutos da primeira etapa). Xavi Hernández ainda tentou dar mais força ao meio-campo blaugrana com a entrada de Nico González no lugar de Dest, mas o panorama seguiu o mesmo. Davies passou por Ronald Araújo com extrema facilidade no lance do terceiro gol bávaro (marcado por Musiala aos 16 minutos do segundo tempo) e mostrou estar recuperando o futebol apresentado na campanha vitoriosa do título de 2019/20. Com a vantagem de três gols no placar, Julian Nagelsmann foi trocando peças e descansando suas principais peças já visando a rodada de final de semana da Bundesliga. Enquanto isso, o Barcelona seguia sofrendo para tentar ao menos competir no ritmo imposto pelo seu adversário.

Julian Nagelsmann descansou seus principais jogadores e apostou num 4-3-3 no final da partida. Xavi tentou dar fôlego novo ao Barcelona, mas sua equipe não conseguiu competir.

A eliminação na fase de grupos da Liga dos Campeões é algo raro na história recente do Barcelona. É algo que não acontecia desde a temporada de 2000/01. E diante de tudo o que foi visto nesses últimos anos (dentro e fora de campo), fica bem claro que a realidade acertou o clube catalão como um direto de esquerda no queixo. Difícil culpar Xavi Hernández. São apenas CINCO JOGOS à frente da equipe e aquela sensação de que o ex-jogador da equipe está “trocando o pneu com o carro andando”. As lesões de jogadores importantes, a péssima fase de outros e as inúmeras contratações (no mínimo) questionáveis realizadas nos últimos meses nos deixam a certeza de que o buraco parece muito mais profundo do que parece. Ainda mais quando alguns jogadores mostraram que ainda não assimilaram o golpe nas entrevistas após a derrota (justíssima) para o Bayern de Munique nesta quarta-feira (8).

A diferença técnica para o Bayern de Munique foi gigantesca e facilmente percebida por todos que viam o jogo em Munique. Enquanto o escrete comandado por Julian Nagelsmann avança para as oitavas de final da Champions Legaue com cem por cento de aproveitamento, o Barcelona faz as contas e conta com um improvável título da Liga Europa para reequilibrar as finanças. Sintomas de um clube que ainda não entendeu o tamanho da encrenca que terá pela frente.

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