Em longa entrevista, piloto alemão da Aston Martin opinou sobre justiça social, questões climáticas e os rumos da F1
Não é de hoje que o tetracampeão da Fórmula 1, Sebastian Vettel, se dedica a discutir pautas que extrapolam o asfalto dos circuitos. Aos 34 anos, aliás, o alemão busca aproveitar os anos que lhe restam na categoria para jogar luz sobre problemas sérios. Desde a desigualdade de gênero até mesmo os impactos ambientais causados pela F1.
Nesta linha, Vettel concedeu uma longa entrevista ao site The Race onde aborda diversos assuntos, como ativismo, sociedade e, claro, os rumos da Fórmula 1. E o piloto da Aston Martin não parece muito contente com a situação atual da categoria em termos ecológicos. Perguntado sobre o papel sustentável da F1, Vettel foi enfático.
“O motor é supereficiente, mas é inútil”, disse o alemão. “Gastamos muito dinheiro em um motor que basicamente não tem relevância para as pessoas normais na estrada ou para a próxima geração de carros quando você decidir comprar um novo”, completa o piloto.
Vettel, contudo, acredita que a Fómula 1 tem pessoas capazes de tornar o esporte mais ‘amigável’ ao meio-ambiente. Na verdade, na visão do piloto, trata-se de uma necessidade: “Há certas coisas sendo discutidas em regulamentos futuros. Se mudanças ocorrerem, será uma coisa boa. Mas se nada mudar, não estou otimista. Acho que a F1 vai desaparecer e provavelmente com razão. Porque estamos em uma fase em que sabemos que cometemos erros e não temos tempo para continuar fazendo isso”.
Fórmula 1 mais sustentável?
Recentemente, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou que fará mudanças nas unidades de potência (motores) da Fórmula 1 a partir de 2026. O intuito é, justamente, tornar a categoria mais sustentável. Nessa esteira, a Federação também vai introduzir um novo combustível a partir de 2022, com 10% de etanol na composição. Trata-se do combustível E10. Contudo, para Vettel, esta medida ainda não é suficiente.
“A F1 vem buscando combustíveis renováveis, mas agora temos um composto de apenas 10% de e-combustíveis no carro. Isso, no entanto, que não é uma revolução. Você pode comprá-lo em bombas de combustível ao redor do mundo há vários anos”, afirma o piloto.
Embora diga que ‘não tem todas as respostas’ para sanar o problema ecológico, Sebastian Vettel sugere que a Fórmula 1 introduza combustíveis sintéticos o mais rápido possível. O alemão, portanto, segue muito crítico a respeito do papel da categoria nas questões que tangem o meio-ambiente. Ainda assim, o tetracampeão revela que sofre críticas por seguir correndo na F1, mas o faz, também, para tentar tornar o esporte mais ‘verde’.
LEIA MAIS:
Brasil? Saiba de qual país é o maior jejum de títulos na Fórmula 1
Efeito Verstappen? FIA faturou mais que o dobro com multas e penalidades na Fórmula 1 em 2021
F1: Alain Prost alerta para fator que pode diminuir interesse pelas corridas
Fórmula 1: Pilotos elegem os melhores da temporada; veja o top 10