Futebol espanhol arrecadou em vendas de jogadores mais de R$ 35 bilhões, entre os anos de 2011 a 2020, enquanto o Brasil conseguiu quase R$ 16 bilhões no mesmo período
Nos últimos anos o futebol brasileiro viu suas receitas despencarem. Parte disso ocorreu pela desvalorização do Real. Mas também é importante citar o fato dos dirigentes não trabalharem na questão de outras fontes de receitas. Isso fica evidente no fato das vendas de jogadores para o futebol representarem boa parte do valor arrecado pelos clubes brasileiros.
Porém, com a queda da nossa moeda, é possível notar o quanto o Brasil fica atrás de outros países até mesmo na questão de transferências de atletas. Conforme levantamento da Fifa, mais de sete mil jogadores deixaram o país, mas o faturamento foi de R$ 15.889 bilhões. É um valor significativo, mas que fica muito atrás do que a Espanha arrecadou no mesmo período. Mais de quatro mil atletas deixaram o futebol espanhol entre 2011 a 2020, mas a receita gerada foi de R$ 35.184 bilhões.
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Ou seja, o Brasil vendeu quase que 60% a mais de atletas que a Espanha, porém teve um faturamento 65% inferior. Mas ao menos em termos de faturamento total, o futebol brasileiro segue bem posicionado entre os países que mais arrecadam com vendas de atletas.
Além da Espanha, que lidera o ranking, aparece a frente do Brasil a Inglaterra, França, Portugal, Itália e Alemanha.
Confira a lista de arrecadação com vendas de jogadores – 2011 a 2020 (valores em US$ e número de jogadores vendidos)
- Espanha – US$ 6.2 bilhões – 4.400 mil jogadores
- Inglaterra – US$ 5.2 bilhões – 6.500 mil jogadores
- França – US$ 4.9 bilhões – 4 mil jogadores
- Portugal – US$ 4.3 bilhões – 4.200 mil jogadores
- Itália – US$ 4.2 bilhões – 3.700 mil jogadores
- Alemanha – US$ 3.4 bilhões – 3.500 mil jogadores
- Brasil – US$ 2.8 bilhões – 7.300 mil jogadores
- Holanda – US$ 2 bilhões – 2.100 mil jogadores
- Bélgica – US$ 1.5 bilhão – 2.500 mil jogadores
- Argentina – US$ 1.3 bilhão – 4.300 mil jogadores
- Rússia – US$ 900 milhões – 2.300 mil jogadores
- Ucrânia – US$ 900 milhões – 1.500 mil jogadores
- Turquia – US$ 800 milhões – 1.700 mil jogadores
- México – US$ 600 milhões – 1.800 mil jogadores
- Uruguai – US$ 600 milhões – 2.300 mil jogadores
- Croácia – US$ 500 milhões – 1.600 mil jogadores
- Dinamarca – US$ 500 milhões – 1.300 mil jogadores
- Suécia – US$ 400 milhões – 1.700 mil jogadores
- Grécia – US$ 400 milhões – 2.400 mil jogadores
- Colômbia – US$ 400 milhões – 2.800 mil jogadores
- Polônia – US$ 300 milhões – 1.500 mil jogadores
- Sérvia – US$ 300 milhões – 2.200 mil jogadores
- Estados Unidos – US$ 200 milhões – 2.400 mil jogadores
- Chipre – US$ 100 milhões – 1.500 mil jogadores
- Gana – US$ 100 milhões – 1.500 mil jogadores
Mais informações do ranking
Por mais que exista a desvalorização do Real, é importante lembrar que hoje é cada vez mais raro vermos grandes transferências de jogadores do Brasil para grandes times da Europa. Pelo contrário, o que mais se nota são times buscando jovens jogadores para serem “moldados” no futebol europeu, como acontece com Vinicius Junior, para citar um exemplo recente.
Outro ponto que vale citar é sobre os valores arrecadados pelo futebol português. E não são poucos os casos de atletas que são comprados por times de Portugal e revendidos posteriormente por valores muito maiores do que foram pagos aos clubes do Brasil.
Mas aos poucos vemos uma possibilidade de mudança. Times como Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG hoje procuram manter seus principais jogadores e fazem jogo duro nas negociações. Um exemplo recente é do meia Gérson. Em baixa no futebol europeu, o Fla investiu quase R$ 84 milhões em sua contratação. Mas após dar retorno técnico ao clube, o jogador foi vendido para o Olympique de Marseille por R$ 160 milhões.
Ou seja, a equipe carioca conseguiu ter não só o retorno técnico como também um lucro no jogador. Isso pode significar um caminho interessante aos clubes do Brasil, que podem montar equipes fortes e só se desfazerem de jogadores em caso das chamadas “propostas irrecusáveis”. Mas para isso é necessário que os times tenham outras fontes de receitas, como por exemplo em ações de marketing.
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