Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as ideias de Marcelo Cabo e Guto Ferreira e as nuances do jogo disputado nessa segunda-feira (29)
É verdade que Atlético-GO e Bahia não fizeram uma partida marcada pelo aprimoramento técnico e a posição das duas equipes na tabela do Brasileirão ajuda a explicar isso. Mesmo assim, a vitória do escrete comandado por Marcelo Cabo sobre o time de Guto Ferreira nesta segunda-feira (29) teve sim algumas boas doses de emoção e mostrou que paciência e organização ainda são fundamentais no velho e rude esporte bretão. Nesse ponto, o Dragão aproveitou a força de sua torcida no Estádio Antônio Accioly e conquistou o triunfo que praticamente garante a equipe goiana na primeira divisão. Já o Tricolor de Aço voltou a apresentar as mesmas fragilidades vistas nas rodadas passadas e mostrou porque não consegue se afastar do Z4. Organização, concentração e paciência foram fundamentais para esse triunfo do Atlético-GO de Marcelo Cabo.
#Brasileirão 🇧🇷
🆚| #ACGxBAH 2-1
⚽️| Marlon Freitas e Janderson
⚽️| Hugo Rodallega
——
📊 Estatísticas:📈 Posse: 49% – 51%
👟 Finalizações: 12 – 14
✅ Finalizações no gol: 3 – 2
🛠 Grandes chances: 1 – 1
☑️ Passes certos: 283 – 295💯 Notas SofaScore 👇 pic.twitter.com/4oFedR3X7J
— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) November 30, 2021
Mas é preciso dizer que o primeiro tempo foi marcado por poucas emoções. Muito disso se deve ao receio das duas equipes em se lançar mais para o ataque em busca do gol que poderia condicionar toda a partida. Guto Ferreira repetiu seu 4-2-3-1 costumeiro com Patrick de Lucca e Lucas Mugni protegendo a linha de quatro defensores, Raí Nascimento e Juninho Capixaba pelos lados e Rodriguinho logo atrás de Gilberto. Escalação que sugeria um jogo de mais velocidade pelos lados do campo. No entanto, o Atlético-GO soube como travar as saídas do Bahia com suas linhas mais adiantadas e tirando o espaço dos volantes adversários na saída de bola. Marcelo Cabo também usava o 4-2-3-1 com pequenas variações para o 4-3-3 e para um 4-2-4 conforme o avanço dos pontas Janderson e João Paulo para junto de Zé Roberto e as chegadas de André Luís por dentro.
Marcelo Cabo (que já havia perdido André Luís por lesão ainda no primeiro tempo) tentou dar mais consistência ao meio-campo do Atlético-GO com a entrada de Rickson no lugar de João Paulo (outro que saiu de campo machucado). Em números, o Dragão passou a jogar num 4-1-4-1 que tirava completamente o espaço de Rodriguinho (o responsável pela criatividade no Tricolor de Aço) e isolava o veterano Rodallega (que havia entrado no lugar de Gilberto depois do intervalo) do restante do ataque do Bahia. Ronald perdeu boa chance para o Atlético-GO logo no início do segundo tempo em belo cruzamento rasteiro de Rickson da direita. E o mesmo Rodriguinho não conseguiu aproveitar bola levantada na área por Matheus Bahia e facilitou a vida de Fernando Miguel na defesa. O que se via era um jogo de paciência e concentração. Isso até os onze minutos do segundo tempo.
Gustavo Henrique vacilou na saída de bola e Mugni derrubou Janderson dentro da área. Pênalti que Marlon Freitas cobrou com firmeza e abriu o placar para o Atlético-GO. Foi a senha para Guto Ferreira mandar Ronaldo César, Danielzinho e Rossi para o jogo e colocar o Bahia no campo de ataque para tentar o empate. E ele veio com o sempre brigador Rodallega aos 25 minutos depois de muita briga dentro da área. Diante disso, Marcelo Cabo sacou Zé Roberto, Ronald e Willian Maranhão e mandou Lucão, Montenegro e Baralhas para o jogo. E jogando de maneira muito mais organizada do que seu adversário, o Atlético-GO chegou ao gol da vitória com Janderson aproveitando os enormes espaços da defesa do Bahia no lado esquerdo para marcar um belo gol. Difícil entender a falha de marcação do time de Guto Ferreira no setor com dois laterais de ofício jogando naquele lado.
Juninho Capixaba ainda levaria o segundo amarelo nos acréscimos por falta feia em cima de Janderson, o grande herói desta segunda-feira (29) e a torcida do Atlético-GO pôde respirar aliviada depois do apito final. Na prática, Marcelo Cabo foi mais feliz nas substituições e tentou manter sua equipe no ataque durante toda a partida, ao passe que Guto Ferreira passou uma certa hesitação depois que o Bahia empatou com Rodallega. Seu adversário deixou espaços que poderiam ter sido aproveitados pela velocidade de Rossi e do já citado Juninho Capixaba. Ainda mais com Dudu e Arthur Henrique aparecendo no campo ofensivo com frequência. Fora isso, a falta de concentração do sistema defensivo puniu o Tricolor de Aço mais uma vez. Enquanto isso, o Dragão jogou dentro de suas limitações e foi organizado e paciente para explorar as deficiências do seu adversário.
Não foi uma partida marcada pela técnica, é verdade. Mas a vitória do Atlético-GO sobre o Bahia deixa a certeza de a luta contra o rebaixamento no Brasileirão vai sim nos trazer fortes emoções. Ainda mais com tanto em jogo até a última rodada. E nesse ponto, quem tiver mais organização, paciência e frieza tem mais chances de respirar aliviado no final do ano.
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