Udonis Haslem já está em seu 19º ano com o Miami Heat, mas ainda não tem pretensões de se aposentar das quadras de basquete
Na noite da última quinta-feira (10), um lance chamou a atenção durante a partida entre Los Angeles Lakers e Miami Heat. Carmelo Anthony, de 37 anos, converteu uma cesta enquanto era marcado por Udonis Haslem, de 41. O breve ‘duelo’ entre os dois veteranos fez o fã de basquete mais antigo reviver cenas que já ultrapassam a marca de uma década. Em sua 19ª temporada na NBA, Haslem é o jogador mais velho da Liga. São poucos minutos para o ala-pivô ‘quarentão’ do Heat. Ainda assim, ele não desiste de realizar um sonho que compartilhava com seu pai.
Desde 2016, Udonis Haslem disputou somente 48 jogos na NBA. Na última temporada, apenas um. No entanto, apesar da pouca participação em quadra, o Miami Heat renovou seu contrato para mais um ano. Tricampeão da Liga (2006, 2012 e 2013), ele assinou com a franquia da Flórida em 2003 e, desde então, jamais defendeu outra camisa. Líder nato, Haslem também segue na ativa para poder quebrar recordes.
E o camisa 40 está mais presente em 2021. Até aqui, na temporada, atuou em três das 11 partidas do Heat. Naturalmente, sua minutagem é bastante reduzida. Contra os Lakers, por exemplo, ele permaneceu em quadra por apenas cinco dos 52 minutos (a partida foi para a prorrogação). Ainda assim, encontrou tempo para conseguir um lance de destaque. Durante o 2º quarto, Haslem recebeu uma bola e, sem marcação, matou um arremesso de média distância. Foram seus únicos dois pontos na partida. Veja abaixo:
⚠️⚠️⚠️ UDONIS HASLEM NO MID-RANGE ⚠️⚠️⚠️#HeatCulture #NBA75 pic.twitter.com/4gzEB7rXoi
— Camisa 23 (@camisa_23) November 11, 2021
Recorde na NBA era um desejo do pai
Johnnie Haslem, pai de Udonis Haslem, faleceu no dia 30 de agosto de 2021, aos 70 anos de idade. Ele, portanto, não chegou a ver o filho em ação pelo 19º ano seguido na NBA. Udonis, porém, não desiste de bater uma marca que era ‘sonho antigo’ do pai: o de 20 temporadas como jogador profissional de basquete.
“Este é o objetivo. Ser um garoto que ninguém queria dar uma chance, mas que conseguiu passar 20 anos na NBA, quebrar recordes e ganhar campeonatos. Acho que seria um presente para mim mesmo. Isso era algo que meu pai queria também. Então, é algo que tenho capacidade de realizar”, diz o jogador, embora ele ainda não tenha se comprometido oficialmente com o Miami Heat para a próxima temporada.
Mas ele vai precisar atuar no ano que vem, aos 42 anos, se quiser bater a marca de duas décadas na NBA. Somente oito jogadores, até hoje, conseguiram este feito. São eles: Vince Carter (22 temporadas), Robert Parish, Kevin Willis, Kevin Garnett e Dirk Nowitzki (21) e Kareem Abdul-Jabbar, Kobe Bryant e Jamal Crawford (20). No entanto, somente Nowitzki e Kobe atuaram 20 anos ou mais por uma mesma franquia. É, também, o desejo de Haslem.
Ele já é o mais velho da história a atuar com a camisa do Heat, mas ainda deseja ‘retribuir’ recordes a franquia que lhe deu uma chance na NBA: “Vocês me veem aparecendo nos jogos há 19 anos, mas esquecem das pessoas que sacrificaram seu tempo para que eu pudesse fazer isso. Acho que 20 anos seria uma conquista incrível para todos nós celebrarmos juntos”.
Uma carreira (improvável) e vitoriosa
Udonis Haslem deixou a Universidade da Flórida em 2002. Contudo, acabou não sendo draftado por nenhuma equipe da NBA, até pela falta de tamanho para a posição (1,98 m). Ele, então, atuou no basquete francês durante a temporada de 2002-03, antes de retornar a sua cidade natal. Com cinco centímetros a mais e cerca de 23 quilos a menos, enfim, recebeu uma chance do Miami Heat. Em sua segunda temporada, atuou em 80 dos 82 jogos — todos como titular. Em 2006, ajudou a franquia a vencer seu primeiro título de NBA, com 9,3 pontos de média por jogo.
Após a conquista, seguiu com números razoáveis de pontuação e rebotes, embora nem sempre fosse titular. Em 2012 e 2013, faturou mais dois troféus da Liga, ao lado de estrelas como LeBron James, Dwyane Wade e Chris Bosh. Daí em diante, sua participação em quadra caiu de maneira vertiginosa. Ainda assim, contribuiu com sua liderança no vestiário para seguir renovando o contrato com o Miami Heat.
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