Crônica: Oitenta e quatro milhões de dólares

Kirk Cousins não tem a menor condição de ser um Quarterback titular na NFL

 

Antes de começar essa crônica, tenho uma confissão a fazer: nesse texto eu ia falar sobre o Cowboys e sua dependência de Dak Prescott. Mas conforme eu ia assistindo esse desatino que foi nosso primetime de domingo, uma coisa me chamou a atenção: o Kirk Cousins é um elefante reluzente no meio da sala de estar do Minnesota Vikings.

Acredite no seu potencial

É interessante pensar na carreira de Kirk Cousins – ou a inexistência dela. A falta de expressividade do atleta é tanta que, ao pesquisar sobre ele, percebi que simplesmente me esqueci que ele já tinha jogado no Washington Football Team. E da mesma forma que hoje faz no Vikings, Cousins não entregou absolutamente NADA para o time de Washington.
A incapacidade crônica de evoluir que Kirk sofre é algo realmente fascinante: fãs dele ou do Vikings vão te surrar com estatísticas aleatórias querendo provar que ele é sim um bom Quarterback, ao mesmo tempo que não conseguem lhe mostrar um único troféu conquistado pelo atleta.

A síndrome de Estocousins

Volto a bater nessa tecla porque é um fenômeno muito interessante: enquanto vários torcedores da Liga conseguem reconhecer as falhas de seus times – até mesmo os mais insuportáveis, como torcedores de Brady ou do Packers -, o torcedor do Vikings é simplesmente obcecado em não reconhecer as falhas de seu capitão.
De uma forma completamente bizarra, o fã de esportes brasileiro costuma endeusar Kirk Cousins da mesma forma que o povo israelense cultuou para o bezerro de ouro: um ídolo engessado e caríssimo que não faz absolutamente nada para seu povo.

O cachorro que caiu da mudança

Existe um dizer popular entre os atletas que é “confie no processo”: faça o que lhe for dito mesmo que não veja resultados imediatos, confie que lá na frente você vai colher os frutos. Mas geralmente o processo em si demonstra uma direção, um caminho, um senso de progresso ao indivíduo. E Cousins não demonstra nada disso pro Vikings.
Um capitão estagnado incapaz de liderar seu ataque e demonstrar imponência em campo é um dos problemas mais graves que um time pode ter em competições. O Minnesota Vikings pagou oitenta e quatro milhões de dólares por um atleta assim.

 

Aguarde cenas do próximo capítulo.

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