Catar, sede da Copa de 2022, usou ex-agente da CIA para espionar FIFA
Reportagem aponta que Kevin Chalker conduziu operações de espionagem no Catar, com intuito de favorecer candidatura do país para sediar a Copa
Reportagem aponta que Kevin Chalker conduziu operações de espionagem no Catar, com intuito de favorecer candidatura do país para sediar a Copa
Uma reportagem da Associated Press (AP) jogou luz em mais um escândalo envolvendo a Copa do Mundo do Catar. Isso porque, segundo a apuração do veículo, o pequeno país do Oriente Médio contou com os ‘serviços’ de um ex-oficial da CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, para efetuar processos ilegais. Durante anos, Kevin Chalker trabalhou infiltrado, espionando diversas figuras do esporte, incluindo funcionários da FIFA. O objetivo era obter vantagens que fizessem o Catar vencer a disputa pela sede da Copa de 2022.
No entanto, depois de confirmada a Copa no Catar, Chalker continuou trabalhando para o país. Documentos e e-mails analisados pela AP comprovam que o ex-agente da CIA auxiliou a nação a ‘manter o nome limpo’, após ser escolhida sede do Mundial, em 2022. O trabalho de Chalker envolveu a criação de diversas empresas de fachada que, na verdade, realizavam os serviços de espionagem.
Entre as ações, a equipe de Chalker teria acessado os registros telefônicos de um funcionário de alto escalão da FIFA. Além disso, nações rivais do Catar também foram alvo de espionagens e ações de hackers. Ainda de acordo com a reportagem, parte importante do plano era conquistar a confiança de Ali Bin Al-Hussein, príncipe da Jordânia — e figura chave no mundo de futebol. No fim, os esforços deram certo. Com a ajuda do príncipe, e de outros personagens relevantes, a nação árabe foi escolhida em 2010 para sediar a Copa de 2022.
Escândalos da Copa no Catar
O caso de Kevin Chalker, porém, não é raridade ao se tratar de ex-agentes da CIA. A própria matéria da AP alerta para uma investigação feita pela Agência Reuters, em 2019. Nela, ficou provado que três ex-oficiais de inteligência dos Estados Unidos prestaram serviços para os Emirados Árabes Unidos. Na ocasião, eles hackearam telefones e computadores de funcionários da FIFA e até mesmo do Emir do Catar.
A prática preocupa as autoridades estadunidenses. Isso porque, muitos ex-integrantes da CIA acabam trabalhando para outras nações após deixarem o cargo na agência. Algo que vai totalmente contra os interesses dos Estados Unidos. No caso da Copa do Mundo, por exemplo, o país da América do Norte era o grande rival do Catar pela sede da edição de 2022. No fim, os EUA vão ser anfitriões do Mundial de 2026, ao lado de México e Canadá.
Já o Catar, no entanto, segue acumulando escândalos. Uma reportagem do The Guardian, no início de 2021, atestou que cerca de 6.500 trabalhadores estrangeiros já morreram durante as obras dos estádios no país. Este, aliás, foi um dos objetos de trabalho de Chalker, que tentou ‘esconder’ os dados alarmantes da opinião pública.
Apesar das provas coletadas pela AP, o ex-agente da CIA afirma que ‘nunca se envolveu com vigilância ilegal’. Ele ainda disse que os documentos apresentados pela reportagem são falsos, embora não tenha provas para confirmar tal acusação. Nem Catar, nem a FIFA quiseram se pronunciar a respeito do assunto.
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