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Por incrível que pareça, empate contra o Náutico foi um lucro enorme para um Vasco acuado e pobre de ideias

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as escolhas de Fernando Diniz e Hélio dos Anjos na partida disputada no Estádio dos Aflitos

Por Luiz Ferreira em 25/10/2021 07:30 - Atualizado há 8 meses

Tiago Caldas / Clube Náutico Capibaribe

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa as escolhas de Fernando Diniz e Hélio dos Anjos na partida disputada no Estádio dos Aflitos

O título desta humuilde análise pode até deixar o torcedor vascaíno mais apaixonado um tanto quanto contrariado. Mas é preciso separar o joio do trigo quando o assunto é a análise tática de uma partida e todo o contexto no qual ela está envolvida. E a grande verdade, meus amigos, é que o Náutico foi bem superior durante toda a partida deste domingo (24) e não seria nenhum absurdo se o escrete comandado por Hélio dos Anjos tivesse conseguido a virada em cima de um Vasco perdido, desorganizado e de futebol bem pobre. Difícil não afirmar que a equipe de Fernando Diniz saiu sim no lucro danado depois de levar o empate após abrir 2 a 0 no placar ainda no primeiro tempo e sofrer horrores com a pressão do Timbu após o gol marcado por Germán Cano e durante quase todo o segundo tempo no Estádio dos Aflitos. Ainda mais quando a defesa do Trem Bala da Colina volta a falhar e mostra a sua já bem conhecida e notória fragilidade nas bolas levantadas na área. Os gols do Timbu (marcados por Vinicius e Yago) surgiram assim.

A pressão mais alta do Náutico parecia surtir efeito nos primeiros minutos de jogo. O Vasco não conseguia sair do seu campo e sofria para fazer a bola chegar em Nenê e Marquinhos Gabriel, os dois responsáveis pela criação das jogadas na equipe de Fernando Diniz (que repetiu seu 4-3-3/3-2-5 costumeiro). Do outro lado, Hélio dos Anjos apostava no seu usual 4-2-3-1 e contava com o excelente Jean Carlos para fazer a bola girar por toda a intermediária e com o apoio constante dos bons laterais Hereda e Júnior Tavares. Mais atrás, Rhaldney e Matheus Jesus distribuíam bem o jogo no meio-campo e acionavam Jailson e Vinicius pelos lados do campo. Só que bastou que o Vasco adiantasse a sua marcação para que a defesa do Timbu tropeçasse nas próprias pernas. O gol de Nenê, marcado logo aos oito minutos de jogo, nascia da falha do zagueiro Rafael Ribeiro e do oportunismo do camisa 77. Difícil não ver no veterano de 40 anos o protagonista que tanto fez falta no Vasco ao longo dessa temporada.

Fernando Diniz manteve o 4-3-3/3-2-5 e viu o Vasco segurar a marcação alta do Náutico nos primeiros minutos. Hélio dos Anjos apostava no seu 4-2-3-1 com boa movimentação no terço final.

Embora também mostrasse uma certa afobação na saída de bola, o Vasco chegou ao segundo gol seguindo a mesma receita do primeiro. O time adiantou a marcação, interceptou o chute do goleiro Anderson e trabalhou a bola com calma com Nenê e Marquinhos Gabriel (além de Gabriel Pec arrastando a marcação e abrindo espaço) até ela chegar em Germán Cano, que só teve o trabalho de escorar para o gol vazio. Isso aos 18 minutos. Mas não demorou muito tempo para que o Náutico acertasse sua marcação e o passe no terço final. Hereda passou como quis pela marcação e colocou a bola na cabeça de Vinicius, que aproveitou o cochilo de Zeca e diminuiu para o Timbu. Bruno Gomes e Cano desperdiçaram boas chances de aumentar a vantagem ainda no primeiro tempo, mas o time de Fernando Diniz sofreu demais com o volume de jogo do seu adversário e começou a sentir o cansaço de tanta entrega por parte dos seus jogadores. Principalmente Nenê e Cano, que voltavam a todo momento para fechar o meio-campo e conter as investidas de Jean Carlos, Caio Dantas e companhia.

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Mas o que se viu no segundo tempo foi um Vasco acuado demais no seu campo e com dificuldades claras para vencer a marcação de um Náutico que forçava bastante as jogadas em cima de Bruno Gomes, o único volante de ofício do time de Fernando Diniz. O treinador vascaíno, no entanto, só reforçou a marcação no setor depois que Yago aproveitou bola levantada na área por Jean Carlos e cabeceou livre de marcação. Andrey entrou no lugar de Morato e foi fechar o lado direito de defesa, setor onde Júnior Tavares e Vinicius levavam ampla vantagem sobre Zeca. Pouco depois, Gabriel Pec (que não fazia partida ruim) foi sacado para a entrada de Léo Jabá. O 4-3-3 foi mantido, mas o que se via era um Vasco que concentrava demais as suas jogadas pelo lado esquerdo, justamente onde estava Nenê. E diante do que se viu na segunda etapa, a impressão que fica é a de que o Náutico parecia estar muito mais próximo da virada do que o Vasco de marcar o terceiro e garantir a vitória que o colocaria às portas do G4 da Série B.

Fernando Diniz reforçou a marcação pela direita com Andrey, mas não foi suficiente para conter o ímpeto ofensivo do Náutico de Hélio dos Anjos. A equipe pernambucana esteve melhor no jogo.

Como bem comentou o jornalista André Garone, pelos 2 a 0 do primeiro tempo, o empate no Estádio dos Aflitos tem gosto de derrota. Por outro lado, diante do contexto geral e do futebol apresentado neste domingo (24), o time de Fernando Diniz acabou saindo no lucro. Primeiro pelo fato de que os dois gols vascaínos nasceram de falhas individuais dos jogadores do Timbu. O setor de criação do escrete de São Januário dependia diretamente de Nenê e a partir do momento em que ele passou a ser mais vigiado, o time simplesmente parou. E depois, por conta da maneira como o Trem Bala da Colina aceitou a marcação adversária numa postura acuada demais para quem queria ficar mais próximo do G4. Difícil não notar que o Náutico parece ter muito mais a lamentar por conta das bobeiras de Rafael Ribeiro e Anderson nos dois gols sofridos pela equipe pernambucana. Hélio dos Anjos montou uma equipe forte e muito consistente, mas que ainda sofre demais com problemas defensivos. Melhor para o Vasco, que ainda conseguiu conquistar um ponto fora de casa.

A grande missão de Fernando Diniz é fazer com que sua equipe mantenha o rendimento sem Nenê. O camisa 77 recebeu o terceiro cartão amarelo e é desfalque certo para o jogo contra o CSA, em São Januário. Fora todos os problemas defensivos e o desgaste físico dos mais experientes com a intensidade tão pedida pelo treinador vascaíno nos seus times. Seja como for, por tudo que o Trem Bala da Colina apresentou neste domingo (24), o empate acabou sendo um baita negócio. Ainda mais diante de todo o contexto que a partida apresentou.

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