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Amadurecimento de Vinícius Júnior e Rodrygo é a melhor notícia dos últimos anos no Real Madrid

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a vitória merengue sobre o Barcelona e as escolhas de Carlo Ancelotti e Ronald Koeman em mais um “El Clásico”

Por Luiz Ferreira em 24/10/2021 22:27 - Atualizado há 9 meses

Reprodução / Twitter / Real Madrid CF

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a vitória merengue sobre o Barcelona e as escolhas de Carlo Ancelotti e Ronald Koeman em mais um “El Clásico”

A quarta vitória seguida do Real Madrid sobre o Barcelona (feito que não acontecia desde 1965) também foi o primeiro “El Clásico” sem Messi e Cristiano Ronaldo em 12 anos. A partida em si teve sim bons lances e nos mostrou que o time comandado por Ronald Koeman segue com sérios problemas coletivos ainda não resolvidos e a clara superioridade técnica e tática do escrete de Carlo Ancelotti. Mas a grande notícia da partida deste domingo (24) para a equipe merengue é, sem dúvida, o amadurecimento de Rodrygo e Vinícius Júnior. Os dois brasileiros cresceram demais em todos os aspectos e mostram muita confiança para tentar o drible e muita disciplina para cumprir suas funções com e sem a bola. Além disso, eles foram fundamentais em todo o lance que originou o gol marcado por Alaba (o primeiro da vitória do Real Madrid sobre o Barcelona por 2 a 1) e que ainda possuem uma margem muito boa de crescimento. Ao mesmo tempo, é difícil não notar que Carlo Ancelotti vem fazendo muito vem para dois dos nomes mais promissores dessa nova geração brasileira.

Muito desse crescimento pôde ser notado na atuação dos Vinícius Júnior e Rodrygo contra o Barcelona diante de mais de 86 mil torcedores presentes no Camp Nou. Um jogador “normal” até poderia se sentir intimidado por conta da atmosfera criada na casa do forte e tradicional adversário deste domingo (24), mas os dois jovens brasileiros mostraram porque Carlo Ancelotti confiou neles para iniciar a partida. Cada um tinha a sua função no 4-3-3 já tradicional do treinador italiano e foram extremamente úteis para deixar o Real Madrid mais insinuante no ataque e mais consistente na defesa. Sim, Rodrygo e Vinícius Júnior também eram importantes no jogo sem a bola. O ex-jogador do Santos fechava o lado direito, auxiliava Lucas Vázquez na marcação de Jordi Alba pelo seu setor e ainda aparecia como opção nos contra-ataques. E o ex-atacante do Flamengo se posicionava mais próximo de Benzema e levava Dest, Mingueza e Eric García à loucura com seus dribles e arrancadas fulminantes em diagonal.

Rodrygo e Vinícius Júnior jogaram pelas pontas no 4-3-3 de Real Madrid de Carlo Ancelotti. Os dois foram fundamentais para frear o ímpeto do Barcelona de Ronald Koeman.

Do outro lado do “El Clásico”, chamava a atenção a formação escolhida por Ronald Koeman para encarar o Real Madrid. Mingueza entrou na lateral e Dest foi jogar mais à frente (como um ponta pela direita) no 4-3-3 do treinador holandês. O camisa 2 teve uma grande chance de abrir o placar aos 22 minutos da primeira etapa, numa das únicas boas jogadas do sistema ofensivo do escrete catalão em toda a partida. Mesmo assim, o que se via era uma equipe desorganizada e sem contundência. Ansu Fati e Depay embolavam demais o jogo pela esquerda e não ocupavam o centro de ataque, Mingueza não cobria o espaço entre ele e Dest e sofria demais com as descidas de Mendy e Vinícius Júnior pelo seu setor. E o trio de meio-campo formado por Busquets, Gavi e Frenkie de Jong simplesmente não teve chance contra Casemiro, Modric e Kroos. Por mais que se tenha em mente que o Real Madrid está num processo diferente em termos de entrosamento e jogo coletivo, a atuação ruim do Barcelona chamava a atenção e preocupava bastante.

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Isso porque Rodrygo, Benzema e Vinícius Júnior conseguiam encontrar espaços na defesa blaugrana com relativa facilidade. A equipe comandada por Ronald Koeman estava presa no seu campo, sem muitas ideias para se livrar da marcação do Real Madrid e demonstrava ter sentido demais a oportunidade desperdiçada por Dest. Esse cenário e os problemas coletivos do Barcelona mencionados no parágrafo acima se transformaram no cenário perfeito para que os dois brasileiros pudessem fazer a diferença. E nesse ponto, o gol de Alaba mostra muito bem toda a dinâmica colocada pelos dois. Vinícius Júnior recebe de Alaba, se livra da marcação de Mingueza e, ao invés de devolver a bola para o zagueiro austríaco, faz o passe em diagonal para Rodrygo (que se lançava às costas de Jordi Alba). O camisa 21 faz novo passe em diagonal, mas desta vez a bola vai na direção de um Alaba livre na entrada da área catalã e em plenas condições de acertar o corpo e fuzilar as redes de Ter Stegen. Contra-ataque de manual esse do Real Madrid.

Vinícius Júnior e Rodrygo armaram o contra-ataque que resultou no belo gol de Alaba. Bons passes, muita visão de jogo e ótimas tomadas de decisão. Imagens: YouTube / LaLiga Santander

Ronald Koeman fez o óbvio no segundo tempo. Sacou Minzgueza, mandou Philippe Coutinho para o jogo e recuou Dest para a lateral-direita. Mesmo assim, o Barcelona ainda sofria com muita gente buscando o lado esquerdo e pouca contundência no ataque. Mesmo sem o espaço que teve no primeiro tempo, Vinícius Júnior seguiu fazendo boa partida e, assim como Rodrygo, passou a guardar mais seu posicionamento e a fechar seu lado quando o Real Madrid era atacado. Carlo Ancelotti sacou os dois brasileiros na metade do segundo tempo para as entradas de Valverde (depois Carvajal) e Asensio enquanto Ronald Koeman entupia o Barcelona de atacantes numa tentativa de empatar a partida diante da torcida blaugrana. Mesmo assim, o escrete merengue encaixou mais um contra-ataque e fez o segundo com Lucas Vázquez aos 48 minutos do segundo tempo. Quando Agüero diminuiu o placar (aos 51 minutos) após boa jogada de Dest pela direita, já não havia mais tempo para o Barcelona reagir ao novo golpe sofrido dentro de seus domínios.

Carlo Ancelotti mandou Asensio e Carvajal para o jogo e viu o Real Madrid marcar o segundo com Lucas Vázquez. O Barcelona não teve forças para reagir com as mexidas de Ronald Koeman.

É verdade que tanto Rodrygo como Vinícius Júnior ainda são novos e que querer que eles “chamem a responsabilidade” em partidas grandes pode soar precipitado e até mesmo leviano diante do cenário atual. Ainda mais sabendo do vácuo deixado por Cristiano Ronaldo depois de quase uma década defendendo o Real Madrid. Seja como for, os dois ex-jogadores de Santos e Flamengo parecem estar muito mais à vontade sob o comando do sempre tranquilo Carlo Ancelotti. Difícil não perceber que o crescimento técnico e tático e todo o amadurecimento dos dois jovens brasileiros têm relação direta com o trabalho realizado pelo treinador italiano. A leitura de jogo se mostra muito mais apurada e até mesmo as tomadas de decisão (um dos grandes problemas de Vinícius Júnior) estão melhores. Ao mesmo tempo, Rodrygo se mostra mais participativo e muito importante no balanço defensivo. Mesmo não sendo tão habilidoso quanto seu companheiro de equipe, o camisa 21 vem mostrando sua importância com muita dedicação.

Além de serem grandes notícias para o Real Madrid, Rodrygo e Vinícius Júnior também são ótimas notícias para Tite. Ainda que Raphinha e Antony estejam um passo à frente dos dois por conta da regularidade e por terem aproveitado melhor as chances que tiveram, a tendência é que os dois brasileiros do escrete merengue se tornem cada vez mais frequentes ns próximas convocações da Seleção Brasileira. Muito por conta de todo o trabalho de Carlo Ancelotti com os jovens atacantes do escrete merengue. Enxergar potencial e dar condição de crescimento é para poucos.

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