Em lamentável atuação de ambos times ofensivos, chamar esse certame de “jogo defensivo” chega a ser ofensivo ao fã do esporte
Imagine o seguinte cenário: o ano é 2020. Você é um fã de NFL, torcedor do Seattle Seahawks ou do New Orleans Saints. Seu Quarterback é um dos melhores na Liga. Ambos carregam pelo menos um anel de Super Bowl em suas mãos. Apesar de questionáveis, suas defesas ainda apresentam um bom rendimento. A vida é boa.
Acorde. É 2021. Ela já está com outro e seu Quarterback é Geno Smith ou Jameis Winston. Não existe mais alegria.
O caos encarnado
Em 2020, Drew Brees nos trouxe uma triste notícia: aquela temporada seria sua última. Um dos Quarterbacks mais velhos na ativa, o atleta saiu de campo para entrar pra história. Porém o torcedor santista não contava com um detalhe: não havia ninguém preparado pra ocupar o vazio que Brees deixara.
A receita do insucesso já vinha sendo escrita desde antes da temporada: o Saints nunca teve um plano B. Era Drew Brees ou nada. Ainda tínhamos uma graçola ou outra de Taysom Hill entrando em campo e marcando um TD ou outro, mas ele nunca substituiria Drew Brees. Então, desenha-se o cenário perfeito para uma bomba atômica: a contratação de Jameis Winston. Afinal de contas, existe decisão melhor para seu time mais perdido que cachorro caído da mudança do que chamar um Quarterback tão competente quanto uma pepita de urânio para liderar sua equipe? Pessoalmente, eu não consigo ver problema algum em colocar o Arauto do Caos para liderar um time.
A águia tonta
Não obstante, o Seahawks não quis ficar pra trás na sequência de péssimas decisões que é não ter um plano B. Seu Quarterback é Russel Wilson, o que pode dar errado?
Pete Carroll cometeu o terrível erro de pesar seu time inteiro em um Quarterback. Não me entenda mal, Russel Wilson é extraordinário de bom, mas sempre existirá a variável de que ele não possa estar em campo por algo fora de seu controle. E, ora se não, ele foi posto pra fora de campo por algo fora de seu controle. Quem poderia imaginar? Quem entra em seu lugar? Geno Smith. Sim, aquele que quebrou a hegemonia Manning no New York Giants. O Quarterback que, como diz o querido leitor, tem labirintite no pocket. Ele mesmo. Ele vem como um lembrete que nada está tão ruim que não possa piorar.
A tempestade perfeita
Não existe cenário onde um embate onde um dos times é liderado por uma barata tonta e o outro sequer tenha um líder que se imponha em campo possa ser divertido. Dito e feito: cravou-se o que arrisco dizer que foi o pior jogo de primetime de toda a temporada de 2021. E isso é tão verdade, querido leitor, que vos escrevo essas palavras enquanto assisto esse “jogo” – acredito que eu tenha visto mais punts nessas últimas três horas do que em toda minha vida acompanhando a NFL.
Chega a ser triste ver esses times tão grandes decaírem a algo tão chulo. Mas isso é o ciclo da NFL: o lembrete que seu time pode, um dia, não ser tão bom assim.
Aguarde cenas do próximo capítulo.
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