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Sem falta e “simples reclamação”: STJD diz que Palmeiras foi prejudicado por expulsões contra o Atlético-MG

Abel Ferreira e Patrick de Paula foram absolvidos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol pelas expulsões contra o Galo

Por Danielle Barbosa em 15/09/2021 16:58 - Atualizado há 3 anos

Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Abel Ferreira e Patrick de Paula foram absolvidos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol pelas expulsões contra o Galo

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol) julgou nesta quarta-feira (15) as expulsões do meio-campista Patrick de Paula do técnico Abel Ferreira e do auxiliar João Martins, todos do Palmeiras, na derrota por 2 a 0 para o Atlético-MG, pela rodada do Campeonato Brasileiro, em jogo disputado no Mineirão. Os três foram absolvidos e estão liberados para a partida contra a Chapecoense, pelo Brasileirão, no sábado. Mas o que chamou atenção foi a justificativa do auditor Rodrigo Raposo para livrar os palmeirenses de punições maiores.

A Procuradoria enquadrou Patrick de Paula no artigo 258 por conduta contrária à disciplina, enquanto o técnico Abel Ferreira e seu auxiliar João Martins foram enquadrados por infração ao artigo 258, §2º, inciso II, que diz respeito a reclamação desrespeitosa.

“Vou absolver o atleta por não ter sido nem falta, na medida que se tratou de um lance ocasional e que realmente escorregou. Isso está chancelado no parecer da ouvidoria da Comissão de Arbitragem da CBF que aponta esse equívoco da equipe de arbitragem na expulsão do atleta. Ao assistente eu também vou absolver na medida que a denúncia não detalha a situação em si e a simples reclamação é permitida. Para que a reclamação seja punida é necessário que conste o desrespeito e as palavras ditas”, explicou o relator do processo.

Os auditores Bruno Tavares, Alexandre Monguilhott e Éric Chiarello, presidente em exercício, também absolveram Patrick de Paula e o auxiliar do técnico Abel Ferreira.

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Defesa do Palmeiras:

O advogado Andrés Perez falou sobre o fato de Patrick de Paula ter escorregado no lance da falta que originou o segundo cartão amarelo e, consequentemente a expulsão, ainda no primeiro tempo contra o Atlético-MG.

“A partida tratava da liderança da competição. A defesa entende ser importante apresentar contextos fáticos da partida. Até os 35 minutos do segundo tempo tudo estava ocorrendo de forma equilibrada até acontecer a expulsão do atleta Patrick de Paula. O atleta foi denunciado nos termos do artigo 258 por supostamente atingir o adversário. A prova de vídeo deixa claro que o atleta simplesmente escorregou. O Palmeiras enviou um oficio para a comissão de arbitragem da CBF questionando alguns lances e a expulsão do atleta. O ofício foi respondido no dia seguinte entendendo que não houve falta no lance e sim um mero escorregão. O árbitro estava próximo do lance, mas com o rosto virado. Quem informou sobre a falta foi o árbitro auxiliar. Mesmo sendo expulso incorretamente, o atleta não questionou e deixou o campo normalmente. Patrick nunca foi expulso nas categorias de base e profissional. A defesa requer a absolvição do atleta”, disse a defesa, que em seguida defendeu o assistente.

“Não existe imagens e nem descrição na súmula sobre quais seriam os gestos e as palavras ditas pelo auxiliar. O relato na súmula é insuficiente para punir o auxiliar. Na dúvida deve prevalecer o benefício do réu. A defesa pede a absolvição de João Miguel”, completou.

Súmula polêmica:

O árbitro Bruno Arleu de Araújo justificou as expulsões palmeirense na súmula da partida e causou polêmica, isso porque afirmou não ter entendido as reclamações do técnico Abel Ferreira e nem do auxiliar João Martins.

De acordo com a súmula, Abel Ferreira foi expulso “por ter protestado reiteradamente e acintosamente, com gestos e palavras (que não foram possíveis identificar o que foi falado), contra a decisão da arbitragem”. A mesma justificativa foi usada no caso de João Martins.

Abel Ferreira irritado:

Na entrevista coletiva pós-jogo contra o Atlético-MG, Abel Ferreira fez duras críticas ao árbitro da partida. Dias depois, voltou a comentar a expulsão. “Está na altura de dizer basta! Fui três vezes expulso desde que cheguei ao Brasil. No último jogo, fui expulso e o juiz não soube o que eu disse. Ele escreveu isso na súmula. Não tenho guerra nenhuma contra os árbitros. Sinto, nesse momento, que é muito fácil me expulsar, expulsar o treinador do Palmeiras. Nas três vezes, só uma foi justa. Não gostei da forma que fui expulso e acho que basta, chega”, esbravejou.

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