Confira alguns detalhes da coletiva de imprensa do lateral Rafinha durante esta quarta-feira
Horas depois do violento protesto de cerca de 150 torcedores gremistas no CT Luiz Carvalho, com pedras atiradas no ônibus e presença de rojões, o lateral Rafinha concedeu coletiva de imprensa e discordou da forma como a cobrança foi feita. Ele citou, inclusive, prejuízo a funcionários mais humildes do clube que tiveram seus carros danificados por pedras.
“A gente sabe que o momento não é dos melhores, mas é o que eu sempre digo: nada justifica uma ação como recebemos hoje. O torcedor tem direito de cobrar, de xingar, vaiar, tudo bem, sem problemas. Mas partir para o outro lado, jogando pedra, tocando fogos de artifício, quebrando carros de funcionários, aí foge da legitimidade. Somos seres humanos. A gente entende o desconforto da torcida e a frustração, mas aqui ninguém está brincando. Não tem vagabundo aqui. Todos nós estamos lutando para tirar o Grêmio dessa situação. Eu sou a favor das cobranças, mas não dessa forma. Isso prejudica a gente. Ficamos bem tristes, porque não é o que a gente quer”, lamentou.
Início do confronto entre Brigada Militar e torcedores do Grêmio. @rdgrenal pic.twitter.com/GDksZbkd1D
— Lucas Dias (@_olucasdias) September 1, 2021
Rafinha admitiu se tratar de uma situação “nova” na carreira tanto a briga contra o rebaixamento como também esse tipo de protesto. Mas garantiu estar no “mesmo barco” dos demais atletas:
“É uma situação nova para mim, mas estou no Grêmio e estou no mesmo barco que os que estão aqui. Estamos fazendo tudo o que é possível nos jogos. Ganhamos duas vezes, depois fomos maravilhosos no 1° tempo contra o Flamengo e perdemos em um placar que não foi justo pelo que foi o jogo. Depois, contra o Corinthians, aquela derrota que o torcedor viu como foi. Todos os dias a gente trabalha da melhor forma e se aplica para não ser surpreendido nas partidas. O Corinthians chegou uma vez no gol e fez o gol. Foi um banho de água fria”, disse, antes de encerrar:
“Todo mundo aqui tem uma carreira e a gente sabe da paixão dos torcedores. Eles não querem o time assim, mas nós também não. A forma de protestar tem limite. Esse lado da agressão e de que pode machucar alguém foge dos padrões. Não justifica nada. Não há o direito de jogar pedra ou foguetes na gente. Não concordo. Somos seres humanos. A torcida tem outras maneiras de cobrar. Assim prejudica a gente”.
Antes da coletiva de Rafinha, Grêmio soltou nota oficial
Prometendo tomar as “medidas cabíveis” por conta dos protestos, o Grêmio, pouco antes do início da entrevista de Rafinha, se manifestou em nota oficial:
“O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense vem a público manifestar seu total repúdio aos atos de violência, balbúrdia e vandalismo promovidos por uma parcela de torcedores, no início da tarde desta quarta-feira, no Centro de Treinamento Presidente Luiz Carvalho. Importante frisar que o Clube reconhece como legítimo todo o tipo de manifestação de sua torcida, contanto que ela ocorra de forma pacífica, sem transgredir o limite do respeito e da civilidade. Práticas como as desta tarde, além de estarem em completo desalinho às normas e valores desta instituição, construídos ao longo de uma trajetória vitoriosa de quase 118 anos, de terem atentado contra a integridade física de pessoas, causado danos ao patrimônio do Clube e de terceiros, serviram apenas para tumultuar um ambiente sobre o qual estão sendo empreendidos todos os esforços necessários para que o Clube retome, o mais brevemente, o caminho digno de sua grandeza.
Informamos que diante do fato ocorrido, o Clube já está tomando todas as medidas cabíveis e reitera que não medirá esforços para coibir atos dessa natureza.”