Home Futebol Entrada de Kanté descomplica as coisas e Chelsea atropela o Tottenham num segundo tempo brilhante

Entrada de Kanté descomplica as coisas e Chelsea atropela o Tottenham num segundo tempo brilhante

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como Thomas Tuchel venceu o duelo tático contra Nuno Espírito Santo no “Derby Londrino” deste domingo (19)

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como Thomas Tuchel venceu o duelo tático contra Nuno Espírito Santo no “Derby Londrino” deste domingo (19)

Pode parecer óbvio para quem acompanha a coluna aqui no TORCEDORES.COM, mas colocar mais atacantes em campo nem sempre é a resposta para os problemas ofensivos de uma determinada equipe. Às vezes, é preciso olhar o contexto todo, reforçar mais um setor para que o outro consiga se organizar melhor. Foi mais ou menos isso que Thomas Tuchel fez na vitória incontestável sobre o Tottenham neste domingo (19), em Londres. Quem pensava que o treinador alemão estivesse pensando numa formação mais defensiva com a entrada de Kanté no lugar de Mason Mount após o intervalo, viu os Blues tomarem conta do meio-campo e ganharem muita consistência no meio-campo. Como resultado disso, o sistema ofensivo ganhou intensidade e as coisas fluíram com muito mais tranquilidade. Thiago Silva, Kanté e Rüdiger marcaram os gols do Chelsea em lances que uniram a já conhecida (e altamente eficiente) pressão pór-perda dos times de Thomas Tuchel e muita força nas jogadas de bola aérea.

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É bom que se diga que o primeiro tempo foi mais equilibrado do que muita gente esperava. Isso porque Nuno Espírito Santo apostou num Tottenham armado num 4-3-2-1 com Harry Kane mais alinhado a Lo Celso e com Son mais solto para aproveitar as bolas longas. O objetivo aqui era ter jogadores fechando a saída do Chelsea (armado no 3-4-2-1 costumeiro de Thomas Tuchel) e fechar as linhas de passe de Jorginho e Kovacic no meio. Ao mesmo tempo, Mason Mount não conseguia cobrir seu setor e nem fazer com que o ataque dos Blues ganhasse intensidade nas trocas de passe. Muito estudo, muita cautela e até mesmo uma certa hesitação por parte das duas equipes no Tottenham Hotspur Stadium na hora de atacar. De chances reais, apenas um chute de Lukaku bloqueado por Emerson Royal e uma finalização de Son defendida pelo goleiro Kepa Arrizabalaga. O Tottenham se defendia razoavelmente bem e criava alguns problemas para o Chelsea. A estratégia de Nuno Espírito Santo ia dando resultados.

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Chelsea vs Tottenham - Football tactics and formations

Thomas Tuchel repetiu o seu 3-4-2-1 costumeiro, mas viu o Chelsea sofrer um pouco para se livrar da marcação do Tottenham no meio-campo. Fora isso, o escrete de Nuno Espírito Santo também levava certo perigo com Harry Kane mais recuado e Son como referência móvel no ataque dos Spurs.

O intervalo seria determinante para que Thomas Tuchel organizasse sua equipe e fizesse a alteração que mudaria a cara do jogo no segundo tempo (e que surpreenderia todos os que estavam vendo o jogo). Mason Mount deixou o time para a entrada do francês Kanté. Um volante no lugar de um atacante com grande capacidade de criação pelos lados. Quem esperava um Chelsea mais defensivo e mais burocrático nos 45 minutos finais, viu um time muito mais encorpado e muito mais organizado no meio-campo. Com Jorginho mais solto para organizar a saída de bola, Kovacic se somando a Marcos Alonso na esquerda e Kanté aparecendo no ataque do outro lado, os Blues ganharam muito mais intensidade e volume de jogo além de acabarem com a superioridade numérica do Tottenham no meio-campo. Difícil não notar que os Spurs levavam certa vantagem no primeiro tempo nesse setor e conseguiam isolar Havertz e Lukaku do restante da equipe. Nesse ponto, a entrada de Kanté se mostraria fundamental.

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Com o meio-campo mais refoçado e com Marcos Alonso e Azpilicueta mais presentes no apoio ao ataque, o Chelsea conseguiu dominar o Tottenham até com certa facilidade no segundo tempo. Thaigo Silva abriu o placar aos quatro minutos após cobrança de escanteio (um dos pontos mais fortes do time de Thomas Tuchel). O domínio dos Blues seguiu até que Kanté fez o segundo aos onze mintuos em jogada que contou com todos os elementos que marcaram a campanha da equipe londrina na última edição da Liga dos Campeões: transições em alta intensidade, volume de jogo, ocupação inteligente dos espaços e uma talvez a melhor pressão pós-perda do futebol atual. Kovacic e Marcos Alonso forçaram em cima de Lo Celso antes que o camisa 7 acertasse o chute que desviou em Dier antes de entrar no gol de Lloris. E novamente na fortíssima jogada de bola parada, Rüdiger fez o terceiro do Chelsea aos 46 minutos da segunda etapa. Resultado justo e que premia a leitura de jogo de Thomas Tuchel.

Tottenham vs Chelsea - Football tactics and formations

A entrada de Kanté deu mais volume e mais consistência ao meio-campo do Chelsea. Com os alas mais soltos no ataque e com mais compactação entre os setores, a equipe de Thomas Tuchel dominou completamente o Tottenham e construiu a vitória num segundo tempo brilhante na casa do adversário.

Enquanto o Chelsea segue sobrando dentro de campo (e com muito mais força no ataque com o retorno de Lukaku a Stamford Bridge), o Tottenham segue como uma das principais incógnitas dessa temporada. O time de Nuno Espírito Santo começou muito bem a Premier League com vitória sobre o poderoso Manchester City de Pep Guardiola e depois foi tropeçando nas próprias pernas atuações ruins contra o Paços de Ferreira e o Rennes pela Liga Conferência da Europa e duas derrotas por três gols de diferença contra o Crystal Palace e agora para o Chelsea. É verdade que estamos falando de uma equipe que está no início de um trabalho e de outra que já tem uma maneira de jogar bastante consolidada. Nesse ponto, a diferença entre o desempenho entregue por Chelsea e Tottenham neste domingo (19). Assim como a entrada do “pequeno gigante” N’Golo Kanté se mostraria fundamental para que os Blues ganhassem mais força ofensiva num segundo tempo de manual. E jogando na casa do adversário.

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Mas a grande lição que ficou da partida no Tottenham Hotspur Stadium está no fato de que não é empilhando atacantes que uma equipe pode se tornar mais ofensiva. Às vezes, é necessário u acerto no meio-campo e na defesa para que os demais jogadores possam ter espaço e condições de avançar. A entrada de Kanté proporcionou isso num Chelsea envolvente, intenso e letal nos contra-ataques e nas bolas aéreas. O trabalho de Thomas Tuchel nos Blues tem sido simplesmente fenomenal.

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