Home Futebol Entrada em cabine, inúmeras entrevistas e certo medo: Pedro Ernesto relembra como viralizou em São Paulo x Inter em 2006

Entrada em cabine, inúmeras entrevistas e certo medo: Pedro Ernesto relembra como viralizou em São Paulo x Inter em 2006

Narrador Pedro Ernesto Denardin relembrou a sua polêmica narração na final da Libertadores de 2016

Por Eduardo Caspary em 28/09/2021 09:20 - Atualizado há 3 anos

Narrador Pedro Ernesto Denardin relembrou a sua polêmica narração na final da Libertadores de 2016

“O Inter rasga a camisa do São Paulo e pisa em cima dela…”

Foi desta forma eufórica e até certo ponto provocativa que o narrador da Rádio Gaúcha, Pedro Ernesto Denardin, fez a locução do segundo gol de Rafael Sobis na vitória de 2×1 do Inter no Morumbi, em agosto de 2006, pela ida da final da Libertadores. O comunicador relembrou o episódio em entrevista ao jornalista Duda Garbi, no YouTube, admitindo que sentiu “certo medo” pela repercussão.

“Fizemos uma janta com alguns diretores da RBS e eu sugeri botar um avião para colorados irem a São Paulo. Em Medellín, em 1995, com o Grêmio, a empresa fez o mesmo com gremistas. E a diretoria topou na hora. Isso foi criando um clima pro jogo. Aí estou narrando no Morumbi e o Sobis faz 1×0. Tá bem. Aí daqui a pouco o Sobis faz 2×0. E eu digo: “O Inter rasga a camisa do São Paulo e pisa em cima dela”. Foi a maior confusão que eu arrumei na minha vida. Naquela semana entre um jogo e outro, eu só não dei entrevista pra Globo. Mas dei pra Band, pro SporTV, pro SBT. Até pro Jornal do Comércio lá de Recife. Tu imagina isso? Virei mais importante que o Sobis, o Rogério Ceni e o Fernandão (risos)”, citou.

Da história, Denardin tem bem vivo na memória dois “causos”: a utilização do então técnico são-paulino Muricy Ramalho da narração no vestiário e a “invasão” da cabine do Beira-Rio do então diretor rival, Marco Aurélio Cunha, para tirar satisfações:

“Deu um certo medo. Mas, nestas entrevistas que dei, eu justifiquei que apenas estava exaltando o feito do Inter. O São Paulo era campeão do mundo, com o Morumbi lotado e tendo um p… time de futebol. E o Inter fazendo 2×0? Loucura. E aí o Muricy pegou a gravação da narração do gol e botou no vestiário: “Eu conheço esse aqui, é colorado”. Ele dizia. E botava pilha nos jogadores do São Paulo. Todos usaram aquilo. Eu até me incomodaria se o Inter tivesse perdido a Libertadores, porque aí poderiam usar como se eu tivesse dado força ao São Paulo”, lembrou, antes de finalizar:

“O Leandro, aquele atacante que “não veio” jogar no Grêmio, deu entrevista dizendo que “onde já se viu isso”, que o “São Paulo não sei o quê”, mas ele nunca foi são-paulino. E o baixinho aquele, que era diretor da Seleção, o Marco Aurélio Cunha, entrou na nossa cabine no Beira-Rio dizendo que “tu vai ver” e eu digo: “Mas vai a m…, Marco Aurélio, tu é diretor, tu ganha salário, amanhã ou depois tu vai pro Santos e vai jogar contra o São Paulo, não enche o saco”.