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Dependência financeira; direitos de TV e transferências representam 65% das receitas dos clubes brasileiros

Cenário impacta diretamente no planejamento das finanças dos clubes

Por Flavio Souza em 29/09/2021 15:50 - Atualizado há 3 anos

Divulgação

Cenário impacta diretamente no planejamento das finanças dos clubes

O Brasil representa um dos maiores mercados do futebol mundial. Atualmente são 160 milhões de torcedores que acompanham o esporte. Mas os clubes pouco trabalham para explorar esse potencial público consumidor. Basta analisar as principais fontes de receitas das equipes brasileiras. Conforme estudo da empresa Sports Value, dos mais de R$ 4.5 bilhões arrecadados em 2020, mais da metade desse valor veio de direitos de TV e transferências.

Os dois itens citados acima representam R$ 3.3 bilhões do valor somado na temporada passada. O grande problema desse cenário está no fato de que os times ficam “reféns” de terceiros para seu fluxo de caixa. Em relação aos direitos de transmissão, os clubes acabam não agindo em conjunto para buscar melhores valores na negociação. Dessa forma, as emissoras acabam tendo uma certa em relação aos times brasileiros, que acabam tendo um menor poder de barganha.
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Já sobre as vendas de jogadores, os clubes projetam seu orçamento do ano estimando um valor em transferências. Mas, obviamente, para alcançar estas metas é preciso ter jogadores que se destaquem e chamem atenção do mercado europeu. Como exemplo, citamos o Corinthians. O clube paulista planejava arrecadar R$ 70 milhões com vendas, mas o valor aumentou para R$ 100 milhões. Só que até a última janela de transferências, o clube conseguiu apenas R$ 14,9 milhões.

Em relação a valores arrecadados com torcedores, houve uma queda de R$ 1.1 bilhão em 2019 para R$ 750 milhões em 2020, contando o valor somado dos principais clubes do Brasil.

Exemplos dos clubes europeus

A distância para os principais clubes do mundo ainda é enorme. Mas os times do Brasil podem se espelhar na forma de administração de vários deles. Com fontes alternativas de receita, as equipes poderiam pensar no ganho técnico, que acaba virando uma “bola de neve”. Elencos qualificados normalmente se refletem em times competitivos, lutando por títulos. Nesse cenário, os torcedores tendem a frequentar mais os estádios e consumir produtos do clube. Por consequência, a marca em si é valorizada, fazendo com que empresas acabem procurando os clubes para patrocinar os mesmos.

Um exemplo recente desse cenário é o PSG. Por mais que a equipe francesa tenha um considerável aporte financeiro, o foco esportivo acaba sendo priorizado. Tanto que mesmo com propostas milionárias, os dirigentes optaram por manter Neymar e Mbappé no elenco. Além disso, o clube contratou Messi na última janela de transferências e sua contratação gerou grande impacto fora de campo. Venda de camisas, movimentação no mercado de Fan Tokens e um aumento de 3 milhões de seguidores do clube no espaço de três dias após confirmar a chegada do craque argentino.

Primeiros passos brasileiros

A entrada no mercado de Fan Tokens pode representar uma importante fonte de receita para todos os clubes, com uma fórmula bem explorada e com casos de sucesso que podem ser usados como exemplo, tanto no mercado europeu como no nacional.

Um outro exemplo é as recentes contratações que foram realizadas por clubes brasileiros. Nomes como Hulk, Diego Costa, Willian e Zárate tiveram repercussão não só no cenário nacional como também internacional.

Com o retorno gradativo dos torcedores aos estádios, devemos ter um impacto a curto / médio prazo em relação as receitas de bilheteria por conta de atletas de renome atuando no futebol brasileiro. E isso poderá fazer com que novas empresas busquem entrar no esporte, vinculado suas marcas aos clubes ou as competições nacionais.

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