Paralimpíadas: entenda como é a disputa do goalball
Brasil tem duas medalhas na história do goalball em Paralimpíadas, mas busca seu primeiro ouro em Tóquio 2020
Brasil tem duas medalhas na história do goalball em Paralimpíadas, mas busca seu primeiro ouro em Tóquio 2020
Ao contrário de outras modalidades dos Jogos Paralímpicos, o goalball foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência visual.
O goalball criado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, que tinham como objetivo reabilitar e socializar os veteranos da 2ª Guerra Mundial que ficaram cegos.
Durante os Jogos de Toronto 1976, a modalidade foi apresentada como esporte de alto rendimento. Na edição seguinte de Paralimpiadas, em Arnhem 1980, o esporte entrou de vez no cronograma paralímpico com a categoria masculina.
A disputa feminina entrou quatro anos depois, na edição de Nova York 1984. Dois anos antes, em 1982, a modalidade passou a ser gerenciada pela IBSA (Federação Internacional de Esportes para Cegos).
No Brasil
A modalidade foi implementada no Brasil em 1985. O CADEVI (Clube de Apoio ao Deficiente Visual) e a ADEVIPAR (Associação de Deficientes Visuais do Paraná) fizetam as primeiras partidas e o primeiro Campeonato Brasileiro de goalball foi realizado em 1987.
O Brasil é uma das grandes forças do esporte, apesar de a primeira participação em Jogos Paralímpicos tenha acontecido em Atenas 2004, com as equipe feminina.
Nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008, as seleções masculina e feminina representaram o Brasil.
Os primeiros resultados de destaque passaram a acontecer nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara 2011, com duas medalhas conquistadas – ouro no masculino e prata no feminino.
Um ano depois, o ponto mais alto do goalball brasileiro. O time masculino conquistou a inédita medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012.
Nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015 e Lima 2019, o Brasil foi campeão nas duas categorias, em duelos contra os Estados Unidos. O país atingiu a liderança do ranking mundial no masculino e, atualmente, a seleção feminina é a terceira melhor do mundo.
Nos Jogos do Rio 2016, a seleção masculina ficou com a medalha de bronze. Já o time feminino terminou na quarta colocação.
Brasileiros em Tóquio 2020
O Brasil contará com 12 atletas de goalball nas Paralimpíadas de Tóquio, sendo seis em cada gênero.
No masculino, os jogadores são Romário Marques, Leomon da Silva, Josemarcio da Silva Sousa (Parazinho), José Roberto Ferreira de Oliveira, Emerson Ernesto da Silva e Alex de Melo Sousa.
Entre as mulheres, as atletas convocadas são Victória Amorim do Nascimento, Moniza Aparecida de Lima, Katia Aparecida Ferreira Silva, Jéssica Gomes Vitorino, Ana Gabriely Brito Assunção e Ana Carolina Custódio.
Maiores campeões
Os Estados Unidos são os maiores medalhistas paralímpicos de goalball, com 3 medalhas de ouro, 5 de prata e 4 de bronze, totalizando 12.
Na segunda posição está a Finlândia, com 5 medalhas no total (3 de ouro e 2 de prata). A Dinamarca é a terceira maior vencedora, com 3 medalhas de ouro, 1 de prata e 4 de bronze.
O Brasil tem duas medalhas, uma de prata (2012) e uma de bronze (2016), ambas conquistadas pela seleção masculina.
Regras do jogo
A quadra do goalball tem as mesmas dimensões que a de vôlei, com 9m de largura por 18m de comprimento. As partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos, com 3 minutos de intervalo. Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas.
De cada lado da quadra, há um gol com 9m de largura e 1,30m de altura. Os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. Ou seja, precisam fazer o gol e defender sua meta.
O arremesso deve ser rasteiro ou tocar pelo menos uma vez nas áreas obrigatórias. A bola do goalball tem um guizo em seu interior para que os jogadores saibam sua direção. Ela pesa 1,25 kg e tem 76 cm de diâmetro.
A modalidade é baseada nas percepções tátil e auditiva, por isso não pode haver barulho no ginásio durante a partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do jogo e nas paradas oficiais.
No goalball, os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3 competem juntos. Todas as classificações são realizadas por meio da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema.
Todos os atletas, independentemente do nível de perda visual, utilizam uma venda nos olhos durante as competições para que todos possam competir em condições de igualdade.
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