Home Futebol Botafogo vence o clássico contra o Vasco controlando os espaços e acelerando os contra-ataques; entenda

Botafogo vence o clássico contra o Vasco controlando os espaços e acelerando os contra-ataques; entenda

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como Enderson Moreira explorou os problemas defensivos do time comandado por Lisca Doido

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como Enderson Moreira explorou os problemas defensivos do time comandado por Lisca Doido

O Botafogo de Enderson Moreira venceu o clássico contra o Vasco por uma série de motivos. A equipe esteve muito mais organizada em campo, aproveitou melhor os espaços e ainda contou com a enorme falta de criatividade do escrete comandado por Lisca Doido. Os gols de Chay e Diego Gonçalves também nos mostraram um Glorioso mais ligado e mais competitivo nesse início de trabalho do novo treinador alvinegro e dão um pouco mais de tranquilidade e confiança para a sequência do Brasileirão da Série B. O Trem Bala da Colina, por sua vez, vê o G4 mais distante com mais uma atuação bem abaixo da esperada pelo seu torcedor e recebe as cobranças por mais atitude dentro de campo realizadas por Lisca. Faltou força mental para superar o gol sofrido logo no primeiro minuto de jogo no Estádio Nilton Santos e criatividade para superar as duas linhas de marcação montadas por Enderson Moreira no Botafogo.

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Difícil não começar esta humilde análise falando do gol de Chay. O primeiro lance de perigo do jogo deste sábado (31) nasceu de boa tabela entre Diego Gonçalves e Guilherme Santos no lado esquerdo, da movimentação entrelinhas da dupla de ataque móvel do 4-4-2/4-2-3-1 do Botafogo. Ao mesmo tempo, vale destacar aqui a falha no sistema defensivo e da desatenção de Léo Matos, Andrey, Ernando e Morato no lance. Os jogadores botafoguenses fizeram o simples: toques rápidos, movimentação constante, ataque do espaço e bom posicionamento. E mesmo com mais posse de bola, o Vasco de Lisca mostrou muita lentidão na saída de bola e uma enorme falta de criatividade e intensidade para furar o bloqueio defensivo do Botafogo. Isso porque Diego Gonçalves e Marco Antônio fechavam bem os lados do campo e os volantes Pedro Castro e Barreto não permitiam que Morato e Léo Jabá tivessem espaço no meio-campo.

Vasco vs Botafogo - Football tactics and formations

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O Botafogo entrou em campo muito ligado e balançou as redes de Vanderlei logo no primeiro minuto de jogo com ótima pelo lado esquerdo. A movimentação rápida e inteligente de Chay, Guilherme Santos e Diego Gonçalves confundiu a marcação do Vasco e abriu caminho para a vitória no Engenhão.

O primeiro tempo foi marcado pela boa organização defensiva do Botafogo e pela falta de velocidade do Vasco nas transições. Lisca armou sua equipe num 4-3-3/4-1-4-1 com Marquinhos Gabriel jogando um pouco mais recuado do que o usual (talvez com o objetivo de aumentar a qualidade do passe no meio-campo). O que se via, no entanto, era um Trem Bala da Colina lento, sem criatividade no meio-campo e sem intensidade nas transições. Léo Jabá e Morato foram facilmente encaixotados pela boa marcação do Glorioso e pouco fizeram para bagunçar as linhas defensivas do seu adversário. E o argentino Germán Cano ficava isolado e quase sem receber bolas no ataque. Este que escreve entende que o trabalho de Lisca está no começo e que ele ainda precisa de tempo. Mas a impressão que ficou da partida foi a de que o Vasco perdeu o pouco de consistência que tinha nessas partidas contra São Paulo e Botafogo.

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Enderson Moreira fechou o Botafogo com duas linhas na frente da área de Diego Loureiro e com Chay dando o primeiro combate dos volantes Bruno Gomes e Andrey. O Vasco, por sua vez, não tinha consistência defensiva e se movimentava muito pouco no ataque. Foto: Reprodução / Premiere / GE

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O panorama da partida no Estádio Nilton Santos não mudou no início do segundo tempo. O Botafogo alternava uma postura mais retraída com uma marcação muito forte ainda no campo do Vasco. A equipe de Lisca só melhorou quando sua equipe adiantou suas linhas e tentou vencer os duelos na base das jogadas individuais com Morato e Cano, mas sem muito sucesso. Gabriel Pec melhorou a produção ofensiva do Trem Bala da Colina pelo lado direito de ataque, mas Sarrafiore só apareceu quando perdeu grande chance na frente de Diego Loureiro. A pá de cal veio em contra-ataque de manual puxado por Warley e Luís Oyama que terminou com o belo toque de Diego Gonçalves na saída de Vanderlei. Vencia a equipe que jogou mais futebol no Engenhão e a que mais trabalhou para conquistar três pontos preciosos na briga por uma vaga no G4 da Série B. E o resultado dá mais confiança ao Botafogo e para Enderson Moreira.

Botafogo vs Vasco - Football tactics and formations

Lisca tentou mandar o Vasco à frente com as entradas de Gabriel Pec, Sarrafiore, Figueiredo, Daniel Amorim e Juninho, mas apenas abriu espaços na frente da sua área. O gol que fechou a (ótima) vitória do Botafogo nasceu de contra-ataque de manual puxado por Warley e Luís Oyama.

Organização, intensidade e o encaixe perfeito das peças foram fundamentais para que o Botafogo conquistasse uma vitória importantíssima dentro dos seus domínios. Destaque para a boa atuação da dupla de zaga e para o trabalho realizado pelo trio de meias do 4-2-3-1/4-4-2 costumeiro de Enderson Moreira. Do outro lado, Lisca falou em falta de atitude no Vasco na partida deste sábado (31). Por mais que eu e você tenhamos plena noção de que seu trabalho ainda está no começo, é preciso dizer que seu 4-1-4-1/4-3-3 não funcionou como o esperado. Andrey e Marquinhos Gabriel não estiveram bem na criação e sobrecarregaram Bruno Gomes na proteção da (frágil) dupla de zaga vascaína. Aliás, a recuperação do time de São Januário na Série B passa diretamente pela renovação de alguns nomes. Difícil não ver a queda física e técnica de Leandro Castán e Ernando nas últimas partidas. Mesmo nas vitórias.

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Mas o grande destaque da partida deste sábado (31) se chama Chayene Medeiros Oliveira. Ou simplesmente Chay. O camisa 14 do Botafogo não é um criador de jogadas nato, mas sabe muito bem como se movimentar para abrir espaços e tem facilidade e força física para vencer duelos individuais. Não é exagero nenhum afirmar que ele foi a melhor contratação do Glorioso nos últimos anos. Chay entrega demais em desempenho e atitude dentro de campo. E os números estão aí para provar essa tese.

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