Home Futebol Consistência defensiva, compactação e intensidade foram os grandes trunfos do Botafogo contra o Coritiba

Consistência defensiva, compactação e intensidade foram os grandes trunfos do Botafogo contra o Coritiba

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como Enderson Moreira montou sua equipe para a partida desta sexta-feira (27) no Couto Pereira

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como Enderson Moreira montou sua equipe para a partida desta sexta-feira (27) no Couto Pereira

O Botafogo tem se mostrado uma equipe extremamente competitiva, inteligente e bem organizada nas últimas partidas da equipe nessa temporada. Pelo menos para os padrões exigidos no Campeonato Brasileiro da Série B, onde os jogos são muito mais brigados do que propriamente jogados. A vitória sobre o Coritiba (líder da competição) nesta sexta-feira (27) é um bom exemplo de como o escrete comandado por Enderson Moreira tem encarado cada confronto. Marcação firme sem apelar para lances mais ríspidos, muita movimentação para bagunçar as linhas adversárias e muita intensidade nos movimentos ofensivos e defensivos. Fora as ótimas apresentações de Chay, Rafael Navarro e Jonathan Silva diante do bom time de Gustavo Morínigo e de toda a consistência mostrada por Joel Carli e Kanu na zaga alvinegra. O Botafogo pode não encantar seu torcedor mais fanático. Mas é um time que compete demais.

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Um dos grandes méritos de Enderson Moreira nesses seus primeiros jogos à frente do Glorioso é, sem dúvida, o trabalho defensivo. A recomposição vem sendo feita de maneira muito mais organizada e todo o time parece estar mais à vontade no 4-2-3-1/4-4-2 utilizado pelo seu treinador. E o trunfo do Botafogo foi a movimentação de Chay às costas de Willian Farias e Val (os volantes do Coritiba), a amplitude gerada por Warley pela direita e por Jonatan Silva pelo outro lado (com Marco Antônio e Daniel Borges vindo por dentro) e a chegada de Marco Antônio e Pedro Castro por dentro. Por mais que o Coxa Branca conseguisse acionar Igor Paixão e Waguinho com bolas mais longas, o Botafogo voltava sempre com muita velocidade para seu campo, ponto esse que dificultava bastante a vida do escrete de Gustavo Morínigo. Por mais que Robinho, Léo Gamalho e companhia se mexessem bastante na frente, o Glorioso fechava muito bem a entrada da sua área.

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Botafogo vs Coritiba - Football tactics and formations

Enderson Moreira utilizou seu 4-2-3-1 costumeiro com Warley e Jonatan Silva abrindo o campo, Chay abrindo espaços e Pedro Castro e Marco Antônio vindo mais por dentro. O Coritiba encontrava encontrava dificuldades demais para acionar Waguinho, Igor Paixão e Léo Gamalho.

Some a tudo isso a velocidade e inteligência de um atacante do porte de Rafael Navarro para ler espaços e buscar sempre o melhor posicionamento para concluir a gol com um ou dois toques. Fora toda a intensidade do time de Enderson Moreira nos contra-ataques. O único gol do jogo desta sexta-feira (27) foi construído em cima da movimentação desse e de outros elementos além (é claro) da boa organização ofensiva do Botafogo. Na defesa, o escrete de General Severiano também mostrava a mesma consistência e a mesma intensidade para bloquear as saídas do Coritiba e negar espaços. O 4-2-3-1 se transformava num 4-4-2 com Warley e Marco Antônio ajudando os laterais Daniel Borges e Jonathan Silva na marcação enquanto Pedro Castro e Barreto fechavam mais por dentro. Na frente, Chay e Rafael Navarro se posicionam para acelerar nos contra-ataques assim que a posse da bola for retomada.

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Marco Antônio e Warley recuavam, Barreto e Pedro Castro fechavam o meio e Rafael Navarro e Chay (ambos fora da imagem) se preparavam para puxar os contra-ataques. O Coritiba tentou buscar Léo Gamalho na área, mas não conseguiu furar o bloqueio defensivo do Botafogo. Foto: Reprodução / SPORTV / GE

O segundo tempo manteve o panorama dos primeiros 45 minutos, com o Botafogo acelerando as jogadas de ataque (com um estilo bastante vertical) e o Coritiba tentando encontrar espaços. Nem mesmo a saída de Jonathan Silva por lesão fez com que o escrete de Enderson Moreira perdesse sua força ofensiva. Warley foi para a lateral e Luís Oyama entrou no meio-campo, liberando Chay de todas as obrigações defensivas. Embora o Glorioso tenha perdido um pouco da sua velocidade, o time ganhou força na marcação e teve como conter os avanços de Rafinha e Guilherme Azevedo (substitutos de Robinho e Val no Coxa Branca). Por mais que a equipe de Gustavo Morínigo mostrasse organização e uma boa saída de bola, todos os jogadores sentiram demais a intensidade de um Botafogo muito mais ligado, consistente e altamente competitivo. Difícil não ver a importância de nomes como Chay, Rafael Navarro e Joel Carli nesse time.

O Botafogo manteve a intensidade e controlou bem os espaços mesmo com o crescimento de produção do Coritiba no segundo tempo. Luís Oyama se juntou a Pedro Castro e Barreto no meio-campo e ajudou a dar mais liberdade de movimentação para Chay na intermediária; Foto: Reprodução / SPORTV / GE

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A boa campanha do Glorioso na Série B sob o comando de Enderson Moreira é resultado da boa organização do time em todos os setores e do aumento da competitividade de um time sem grandes nomes, mas com um jogo coletivo bem interessante e que ajuda a potencializar o talento de jovens como Rafael Navarro, Kanu e outros. Ao mesmo tempo, é impossível não perceber que Chay se transformou no “termômetro” do Botafogo. Se ele está bem, o time como um todo funciona. O camisa 14 e outros nomes citados em parágrafos anteriores foram fundamentais na partida desta sexta-feira (27). A vitória contra o Coritiba também ficou marcada pela atuação segura da dupla de zaga e do goleiro Diego Loureiro. O arqueiro alvinegro foi testado mais de uma vez e mostrou segurança nos chutes de Waguinho, Igor Paixão e Val. O time de Gustavo Morínigo bem que tentou, mas não conseguiu chegar muito perto da área adversária.

Por mais que o Botafogo não jogue um futebol muito vistoso (como alguns puristas ainda desejam), é preciso dizer que a equipe ganhou muita competitividade com a chegada de Enderson Moreira. A sensação que se passa é a de que os jogadores parecem mais à vontade em campo. E isso se reflete nas boas atuações coletivas do escrete de General Severiano. E vencer o líder da Série B fora de casa sempre dá moral. Boa atuação do Glorioso.

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