Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira as escolhas de Dado Cavalcanti e Cuca no jogo desta quarta-feira (4) no Joia da Princesa
Se a classificação do Atlético-MG de Cuca para as quartas de final da Copa do Brasil foi muito mais sofrida do que o esperado, muito se deve à maneira como Dado Cavalcanti pensou o Bahia para a partida desta quarta-feira (4). Principalmente por conta do primeiro tempo de muita intensidade, toques rápidos e boa ocupação dos espaços por parte dos jogadores do Tricolor de Aço, que executaram muito bem o 4-4-2/4-2-2-2 proposto pelo seu treinador. Por mais que a vaga na próxima fase não tenha sido conquistada, fica a sensação de que Dado Cavalcanti encontrou um norte, um caminho a seguir nessa sequência de temporada e que o Bahia tem condições de se reerguer e brigar por posições melhores na tabela do Brasileirão. O Atlético-MG, por sua vez, voltou a flertar com o perigo com as já conhecidas oscilações de uma equipe de potencial imenso, mas que só rende quando “pega no tranco”.
Muito diferente das atuações pobres das últimas cinco partidas do escrete soteropolitano (com 12 gols sofridos e nenhum marcado), o Bahia entrou em campo muito mais ligado e agredindo muito mais no ataque. Dado Cavalcanti posicionou Rossi mais próximo de Gilberto no ataque e contou com as subidas constantes de Nino Paraíba e Juninho Capixaba no corredor aberto por Rodriguinho e Lucas Mugni. Na prática, um 4-4-2/4-2-2-2 que povoava bem o meio-campo e aproveitava a indecisão de Tchê Tchê, Jair e Allan na marcação. Além de se impor na busca pelo resultado, o Bahia contou com a falha de Everson no primeiro gol da partida e com a eficiência na bola aérea no gol de Juninho Capixaba. O volume de jogo do Tricolor de Aço empurrava o Atlético-MG para trás e criava muitos problemas para uma defesa que não era vazada há três partidas. Feitos notáveis para uma equipe que vinha em péssima fase.
Dado Cavalcanti apostou num 4-4-2/4-2-2-2 que preenchia bem os espaços e explorava muito bem os lados do campo com as subidas de Nino Paraíba e Juninho Capixaba ao ataque. Cuca manteve seu 4-3-3 costumeiro, mas viu seu Atlético-MG ser facilmente envolvido pelo Bahia no primeiro tempo em Feira de Santana.
Este que escreve e todos que viam o jogo sabiam muito bem que o grande problema do Atlético-MG passava diretamente pela postura da equipe diante de um Bahia mais intenso e agressivo no ataque. Não foi por acaso que Cuca fez três substituições logo depois do intervalo. Eduardo Sasha, Tchê Tchê e Savarino deixaram o jogo para as entradas de Nacho Fernández, Eduardo Vargas e Dylan Borrero respectivamente. Com as mexidas (e a mudança para o 4-2-3-1), o Galo melhorou seu desempenho dentro de campo e foi conseguindo anular as investidas do seu adversário. E é aí que vemos a grande diferença entre os dois times. Se Cuca tinha peças para dar fôlego novo e buscar alternativas dentro da partida, Dado Cavalcanti não tinha tantas opções. Não demorou muito para que o Atlético-MG recuperasse o controle das ações, ocupasse mais o campo de ataque e criasse as chances que não criou no primeiro tempo.
Atlético-MG na temporada 2021:
⚔️ 41 jogos
✅ 28 vitórias
⛔️ 7 empates
❌ 6 derrotas
📊 73.9% apv.
⚽️ 70 gols marcados
🚫 24 gols sofridos (!)• Classificado para as quartas da @CopadoBrasil.
• Classificado para as quartas da @LibertadoresBR.
• 2º colocado no @Brasileirao. pic.twitter.com/t40pLc2Rr4
— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) August 5, 2021
Aos 17 minutos da segunda etapa, Dylan Borrero escapou pela direita e achou Eduardo Sasha dentro da área livre de marcação. O atacante chileno acertou bela cabeçada no canto esquerdo de Matheus Teixeira no lance que praticamente acabou com qualquer chance de classificação do Bahia. Se Cuca podia contar com jogadores como Nacho Fernández, Eduardo Vargas, Guga e Dylan Borrero, Dado Cavalcanti não conseguiu equilibrar as ações com as entradas de Lucas Araújo, Thonny Anderson, Óscar Ruiz e Ronaldo César. Na prática, a organização e intensidade do primeiro tempo se transformou num “abafa” que muito mais abriu espaços na defesa do que criou problemas para Everson. Enquanto Dylan Borrero desperdiçava chance incrível de empatar o jogo aos 42 minutos, Gilberto jogava para fora a melhor chance do Bahia depois do intervalo. Venceu o time que tinha mais qualidade e alternativas no banco de reservas.
O Atlético-MG mudou da água para o vinho com as substituições feitas por Cuca e a mudança para o 4-2-3-1. O gol de Eduardo Vargas praticamente sepultou as chances de classificação do Bahia que não conseguiu igualar as ações no campo nem mesmo com as substituições feitas por Dado Cavalcanti.
A eliminação do Bahia da Copa do Brasil é sim um golpe duro nas pretensões da equipe. No entanto, fica a certeza de que Dado Cavalcanti encontrou um caminho a ser seguido. Não necessariamente com o 4-4-2/4-2-2-2 do primeiro tempo, mas com a postura que a equipe soteropolitana teve diante de um adversário muito mais forte em Feira de Santana. Mugni e Rodriguinho tiveram atuações seguras jogando mais pelos lados e abrindo o corredor para o apoio dos laterais Nino Paraíba e Juninho Capixaba. Ao mesmo tempo, Gilberto cresceu de produção jogando mais próximo de Rossi. Faltou mais confiança para aproveitar os espaços que o Atlético-MG deixou no seu campo e mais peças de reposição para igualar as ações no segundo tempo. Ainda mais quando já se sabe que a equipe comandada por Cuca segue flertando demais com o perigo e brincando com a sorte além do necessário em jogos menos complicados.
Dado Cavalcanti falou em “pensar fora da caixa” e conseguiu tirar uma atuação que dá certa esperança para o torcedor do Bahia. De fato, a atuação do escrete soteropolitano no primeiro tempo foi um baita alento depois de cinco derrotas seguidas em jogos da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. Com Danilo Fernandes, Ligger, Jonas e Maycon Douglas à disposição, o treinador do Tricolor de Aço terá condições de recuperar e dar mais consistência à sua equipe. Mais do que nunca é preciso aprender com os erros.
🆚| #BAHxCAM 2-1 | AGG: 2-3
⚽️| Rossi e Juninho Capixaba
⚽️| Eduardo Vargas
——
📊 Estatísticas:📈 Posse: 47% – 53%
👟 Finalizações: 16 – 9
✅ Finalizações no gol: 7 – 2
🛠 Grandes chances: 3 – 1
☑️ Passes certos: 351 – 405💯 Notas SofaScore 👇 pic.twitter.com/eAiJcROpkQ
— Sofascore Brazil (@SofascoreBR) August 5, 2021
CONFIRA OUTRAS ANÁLISES DA COLUNA PAPO TÁTICO:
Nem mesmo a classificação na Copa do Brasil diminui as dúvidas sobre o futuro do Grêmio na temporada