Pedido de desculpas dos jogadores do Brasil contraria posicionamento do capitão Daniel Alves, que afirmou que não se faz reivindicações criticando outros esportes
O volante Bruno Guimarães e o atacante Matheus Cunha, peças importantes na conquista do ouro olímpico nos Jogos de Tóquio, no Japão, participaram do programa ‘Bem, Amigos’, do SporTV, nesta segunda-feira (9), e comentaram sobre a polêmica do agasalho na entrega das medalhas.
Após a vitória sobre a Espanha na decisão dos Jogos Olímpicos, os atletas brasileiros subiram no pódio descumprindo a determinação do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que obrigava os atletas a vestirem o agasalho do Time Brasil, com a marca da da fornecedora chinesa Peak. Ao invés disso, os jogadores amarraram a peça na cintura e receberam as medalhas com a camisa de jogo, que estampa a marca Nike, patrocinadora da CBF.
Bruno Guimarães reconheceu o erro. “Na hora ali da euforia, é um êxtase muito grande. É um ligando para a mulher e para a família. Depois os japoneses entraram no vestiário falando que só faltava a gente no pódio. Se a gente tivesse noção do tamanho disso, não teríamos feito isso, não quisemos desrespeitar nenhum atleta. Estávamos no espírito olímpico, nos juntamos no hotel para assistir (as outras modalidades). Claro que erramos e pedimos desculpa”, disse o volante o Lyon.
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O atacante Matheus Cunha, que abriu o placar na vitória do Brasil na decisão do torneio, destacou que não houve maldade. “Não foi uma decisão acatada, foi um momento de êxtase. Não foi por maldade nenhuma, se alguém foi prejudicado por nós, pedimos desculpas porque não queríamos isso. Torcemos para todos os atletas brasileiros, temos muito orgulho de ter feito parte do Time Brasil. Foi uma tomada de decisão totalmente inconsciente, não quisemos prejudicar ninguém, então pedimos desculpas”.
O pedido de desculpa dos dois atletas, no entanto, vão contra a manifestação feita pelo lateral Daniel Alves, capitão da equipe em Tóquio. Através do Instagram, o jogador do São Paulo rebateu as críticas. “Eu como capitão dessa equipe respeito todas as opiniões de atletas de outros esportes, porém tem coisas que nós também não aceitamos dentro do esporte. Não queremos ser diferente de ninguém, mas não aceitamos algumas imposições.”
“Favor quando forem exigir alguma coisa pro seus esportes, respeitar o nosso … até mesmo porque prezamos para que haja uma igualdade dentro das modalidades ou pelo menos um equilíbrio. Não se faz reivindicações criticando outros esportes, devemos criar uma base sólida nas nossas teses para defender as nossas solicitações. Obrigado”, escreveu o jogador de 38 anos.
A Peak, patrocinadora do Time Brasil, parabenizou os atletas pela conquista, mas ironizou a postura dos jogadores no pódio. “Parabenizamos o time brasileiro de futebol. No entanto, esperamos que este confronto não esteja nas manchetes amanhã. Confirmamos que se trata de um boato a informação de que a Nike era uma marca secundária da Peak e que fazemos parte da mesma companhia. Somos empresas diferentes, e não existia nenhuma intenção de que houvesse uma combinação das camisas da Nike com as calças de pódio da Peak, isso é um rumor maluco. Alguém precisa ser responsabilizado por isso, e por colocar a Nike em uma situação embaraçosa. Nós somos Peak, eles são Nike. Esta é a nossa cerimônia de pódio para o time de futebol. Espero que tudo esteja claro agora. De qualquer forma, os atletas estão de parabéns”, escreveu a empresa nas redes sociais.