Home Futebol Há 40 anos, Flamengo x Atlético-MG realizaram polêmico ‘jogo que não terminou’ pela Libertadores

Há 40 anos, Flamengo x Atlético-MG realizaram polêmico ‘jogo que não terminou’ pela Libertadores

No dia 21/08/1981, Flamengo x Atlético-MG fizeram uma das partidas mais controversas da história; torcedores do Galo até hoje culpam árbitro

Victor Martins
De Santo André-SP, formado em Jornalismo pela Unversidade Metodista de São Paulo (classe de 2010-13), trabalhando no Torcedores desde janeiro de 2016 (ou algo neste sentido). Iniciado na profissão desde meados de 2006, ao fazer a cobertura da Copa do Mundo da Alemanha para o site Abolanet. cobrindo jogos e os destaques de algumas seleções durante o evento, e posteriormente trabalhando neste até cerca de 2007. Entre os anos de 2008 e 2015, trabalhei para uma agência de notícias que produziu conteúdo para diversas páginas. Destas, principalmente a da Federação Paulista de Futebol, fazendo serviços de placar ao vivo das mais diversas competições (nacionais e internacionais) e serviços de pós-jogo focados nos clubes de São Paulo Desde 2016 venho trabalhando no Torcedores, onde venho desempenhando uma série de funções dentro do site, como setorista de clubes do futebol brasileiro e de outros esportes (MMA), além de trabalhar em várias partes do organograma da página. Atualmente, exerço trabalho na cobertura de futebol nacional e internacional, com a criação de matérias sobre clubes e jogadores, além de produção de guias de TV (onde assistir aos jogos) das partidas dos mais variados torneios no Brasil e no mundo

No dia 21/08/1981, Flamengo x Atlético-MG fizeram uma das partidas mais controversas da história; torcedores do Galo até hoje culpam árbitro

Neste sábado (21), completam-se 40 anos de uma das partidas mais polêmicas da história do futebol brasileiro. Em 21 de agosto de 1981, Flamengo x Atlético-MG disputaram pela Libertadores um jogo a qual até hoje torcedores atleticanos se lembram com revolta.

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A revolta se dá em especial com o árbitro José Roberto Wright, que expulsou vários jogadores do Galo naquela partida, que acabou classificando o Flamengo para aquela que seria sua primeira conquista da competição sul-americana. Mas que sempre gerou discussões de ambos os lados.

No aniversário de 40 anos do chamado ‘jogo que não terminou, o Torcedores irá relembrar a história deste duelo, lembrado com alegria pelos flamenguistas e de forma nada agradável pelos mineiros.

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Jogo-extra pela vaga

A partida, na verdade, era um jogo-extra que definiria o primeiro lugar do Grupo 03 da competição, no qual, além dos brasileiros, também estavam Cerro Porteño e Olímpia (ambos do Paraguai). Tanto o Fla como o Galo terminaram na liderança, com oito pontos ganhos e campanhas semelhantes nos seis jogos daquela fase (duas vitórias, quatro empates, nenhuma derrota).

Pelas regras da competição na época, a vaga (apenas um se classificava para as semifinais, que eram em formato de triangular) teria que ser decidida num jogo-desempate. O Serra Dourada, em Goiânia, seria escolhido para ser o local da partida.

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Na fase de grupos, os dois jogos terminaram em empates pelo mesmo placar (2 a 2). Na primeira partida, no Mineirão, Éder fez 2 a 0 para o Galo antes de Marinho e Nunes comandarem a reação flamenguista para o empate. O segundo jogo, no Maracanã, teve Nunes e Tita marcando para o Rubro-Negro e Palhinha e Reinaldo para o Atlético;

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O Flamengo x Atlético-MG que nunca terminaria

Antes mesmo da bola rolar, a escolha do Serra Dourada para ser palco do jogo-extra teve polêmica. Os dois times faziam lobby para que poder sediar o jogo no Mineirão ou no Maracanã. O então presidente da Conmebol (na época chamada de CSAF) Teófilo Salinas, decidiu pelo estádio de Goiânia, mas tal decisão não agradou ao Galo.

Até mesmo a escolha de José Roberto Wright para apitar o jogo foi criticada por este ser carioca. A partida, em si, começou com alguma tensão, já que Wright havia aplicado cartões amarelos em cinco atletas do Galo e um do Flamengo. Mas a história mudaria aos 33 minutos de jogo.

Reinaldo, artilheiro histórico do Atlético, acertou o maior ídolo flamenguista, Zico, por trás em falta e levou o cartão vermelho. Logo, os jogadores do time mineiro foram para cima de Wright protestar contra a expulsão do atacante e Palhinha chegou a chutar a bola para longe. O jogo seguiria, mas pouco depois mais uma confusão do árbitro brasileiro na Copa de 1990 com atletas do alvinegro.

Desta vez, seria com o temperamental Éder. Depois de falta marcada, o ponta e o árbitro se estranharam e tal rusga resultante rendeu o cartão vermelho ao jogador do Atlético. A revolta rendeu a invasão do gramado de dirigentes atleticanos e mais reclamações contra José Roberto Wright, sob os olhares dos atletas do Flamengo. Com a presença da polícia, havia muita discussão, troca de empurrões e brigas contra o árbitro, com a torcida presente ao Serra Dourada protestando contra as expulsões.

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O terceiro a ser expulso seria Chicão, por ter feito uma insinuação de que Wright teria ‘recebido do Flamengo’ para apitar aquela partida. Enquanto os atleticanos deixavam o gramado do Serra revoltados, Palhinha também era expulso por Wright. Com isso, o time ficava reduzido a sete jogadores. Se mais um saísse, a partida seria encerrada ali.

A confusão seguiu reinando no campo, com o famoso ‘cordão’ de policiais no gramado, que virou foto histórica nos jornais. Temendo punições por abandono da partida, o Atlético-MG se coloca a decidir jogar mesmo com sete jogadores. Mas uma longa conversa com jogadores atleticanos quase deu a entender que a partida não mais aconteceria, com Wright até sinalizando a Zico que o jogo estaria encerrado.

Apenas 20 minutos depois de toda a confusão é que a partida recomeçaria, com 11 do Flamengo contra sete do Atlético-MG, que até teve todo o banco de reservas expulso (exceto dois jogadores, Fernando Roberto e Marcus Vinícius, que entraram em campo como substitutos). Porém, o duelo não iria muito longe. Na cobrança da falta, Toninho Cerezo a recuou para João Leite, que caiu no gramado alegando lesão. O jogo continuaria mas o atendimento ao goleiro acabou não acontecendo do jeito desejado. Durante a nova confusão, Osmar Guarnelli levaria o cartão vermelho que encerraria de vez a partida por falta de jogadores para o Atlético-MG. E mais revolta da torcida, que até causou focos de incêndio nas arquibancadas do estádio.

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Ao ‘Jornal dos Sports’ (em registro do GE), Wright alegou que que os jogadores do Galo estavam de ‘palhaçada’ e acusou o Galo de praticar ‘antifutebol’ ao comentar sobre a confusão.

Da confusão ao título

Aquele Flamengo x Atlético-MG terminaria com 0 a 0 em campo mas vitória por W.O. do Flamengo (que seria apenas confirmada dias depois pela Conmebol em julgamento), que conquistou assim o primeiro lugar da chave e caminharia posteriormente para o título da Libertadores de 1981 e, posteriormente, o título mundial de clubes contra o Liverpool.

Já o Atlético-MG só ganharia a Libertadores em 2013, mas os ecos daquele jogo continuam vivos até hoje. Os atleticanos relembram com amargura a partida, a qualificando de ‘maior roubo do século’ e com os lances entrando em complicações que indicariam um suposto favorecimento rubro-negro pelas arbitragens.

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