Com uma longa carreira no futebol espanhol, Daniel Alves irá novamente enfrentar a seleção da Espanha em uma final de competição
No próximo sábado (7), às 8h30 (horário de Brasília), teremos a decisão do futebol masculino nas Olimpíadas. O Brasil encara a Espanha em busca da segunda medalha de ouro. Um dos mais ansiosos pela partida é o lateral Daniel Alves. Capitão e líder do elenco, o atleta foi um dos que mais deixou evidente sua vontade de estar em Tóquio. E quis o destino que o sonho dourado do jogador fosse justamente contra a Espanha, país onde o lateral-direito construiu uma carreira vitoriosa.
Em entrevista virtual concedida nesta quinta-feira (5), Daniel comentou essa situação.
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“Para mim, de verdade, poder enfrentá-los é um grande prazer, uma grande honra. Estava até brincando com a galera, eu tenho um pedacinho do coração na Espanha, minha segunda nacionalidade é espanhola. Poder enfrentá-los por tudo o que vivi lá na minha carreira e como pessoa, é muito especial. Tenho um carinho e um amor especial por esse país”.
Título do Sub-20 contra a Espanha
Daniel Alves também comentou sobre a final do Sub-20 em 2003, quando o Brasil saiu vencedor. Por coincidência, Branco fazia parte da delegação, trabalhando como coordenador das categorias de base.
“Encontrar pessoas com o astral e a seriedade que ele tem pelo trabalho, o valor que ele dá ao grupo, é muito prazeroso, ainda mais aqui na seleção, trabalhando e não de férias, como já aconteceu. É muito mais especial e gostoso. Nós nos criamos aqui dentro também, aqui nos deu uma estabilidade grande no cenário. Ele sabe o respeito e o carinho que eu tenho por ele. Mas é outro momento, são quase 20 anos daquele feito que conseguimos com outros companheiros.”
“São jogadores diferentes, histórias diferentes, outra geração, por mais que ainda haja alguns “roqueiros”, que são difíceis de morrer. Mas no contexto geral é outra época. A paixão, a gana, a vontade de fazer grandes coisas no futebol é muito grande, torna esse jogo especial, o adversário torna esse jogo especial, o momento torna esse jogo especial. Precisamos encarar dessa maneira e desfrutar. Não serão muitos os que estão aqui e poderão jogar outra Olimpíada. É um momento especial e momentos especiais você precisa se preparar bem, viver com muita intensidade, porque eles não voltam. A nossa ideia é colocar tudo o que temos na alma, no coração e na mente nesse grande dia” – afirmou Daniel Alves.
Confira outros trechos da coletiva de Daniel Alves
Medalha de ouro nas Olimpíadas
“Esse é nosso intuito, evidentemente respeitando o adversário, que tem uma qualidade especial e diferente, a qual eu pude acompanhar e desfrutar de perto. Estou aqui representando meu país. Tem que estar preparado, porque vai ser um dia difícil, mas especial por se tratar de uma final olímpica, por tudo o que envolve. Como por exemplo não ter a idade (olímpica), vir como extra e ter a confiança do estafe, da comissão, dos colegas de grupo. É uma responsabilidade que eu gosto, assumo e espero que nos preparemos bem. Será um dia duro de trabalho, mas especial, porque uma final, ainda mais olímpica, não se joga todo dia.”
Encontro de gerações
“Sem dúvida, eles vivem num outro momento, o mundo vive num outro momento. A tecnologia deu uma acessibilidade às pessoas muito grande, hoje qualquer um pode ser famoso, ter milhões de seguidores, ter um monte de coisa sem ter uma trajetória de luta, sacrifício, derrotas, reinventar-se… A internet trouxe essa facilidade entre aspas, das pessoas serem consideradas famosas e ícones sem terem feito nada. São épocas diferentes, uma outra geração, infelizmente nós que temos que nos adaptar a eles, mais do que eles a nós.
É um outro momento, o mundo evoluiu muito rápido, hoje quem está tendo que se adaptar somos nós. Por sorte, estou convivendo com um grupo muito maduro apesar da idade, com pessoas conscientes dos valores reais da vida, do que tem que fazer, da maneira que tem que se comportar diante de um grupo, de um sonho, de um objetivo. Isso é um facilitador para mim. Me sinto muito honrado e surpreendido positivamente, por mais que sejam jovens já têm a consciência do que é ou não real.”
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