Brusque afirmou que tomará “medidas judiciais” contra o meia do Londrina, Celsinho, depois da acusação de racismo em jogo da Série B
O Brusque divulgou neste domingo (29) uma nota oficial afirmando que irá processar o meia Celsinho, do Londrina, após o jogador relatar que sofreu racismo durante jogo pela Série B do Brasileirão.
Celsinho disse em entrevista pós-jogo ao canal SporTV que foi chamado de “macaco” por um elemento da diretoria do Brusque durante a partida.
O árbitro Fábio Augusto Santos Sá Júnior relatou na súmula que houve uma situação de racismo durante o jogo. O meia disse para o quarto árbitro que sofreu injúria racial na volta do intervalo.
Mesmo assim, o Brusque disse que o jogador do Londrina busca “oportunismo” e tenta se utilizar de um “artifício esportivo” nessas denúncias. Além disso, a nota oficial desqualifica o meia ao afirmar que o mesmo é “reserva” da equipe.
Celsinho já foi alvo de injúria racial por duas oportunidades nesta Série B em transmissões de rádios locais. No dia 17 de julho contra o Goiás, a equipe a Rádio Bandeirantes de Goiânia foi afastada depois de comentários em relação ao cabelo do jogador.
Por fim, no dia 23 de julho, a Rádio Clube do Pará também afastou seu comentarista (Cláudio Guimarães) depois que o mesmo comparou o cabelo do atleta a um ninho de cupins.
Nota oficial do Brusque
“O atleta Celso Honorato Júnior, reserva do Londrina E.C., relatou à imprensa que teria sido chamado de “macaco” por membros da Diretoria do Brusque F.C., durante o jogo realizado ontem (28/08).
O Brusque F.C., sua torcida, diretoria, comissão técnica e patrocinadores sempre foram, ao longo da sua história, absolutamente respeitosos com relação a todos os princípios que regem as relações desportivas e humanas. Jamais permitiríamos qualquer atitude de conotação racista em nosso Clube, que condena veementemente qualquer pensamento ou prática nesse sentido.
O atleta, por sua vez, é conhecido por se envolver neste tipo de episódio. Esta é pelo menos a 3a vez, somente este ano, que alega ter sido alvo de racismo, caracterizando verdadeira “perseguição” ao mesmo. Importante esclarecer que, ao árbitro, o atleta não relatou ter sido chamado de “macaco”, mas sim que teriam dito “vai cortar esse cabelo de cachopa de abelha”, o que constou da súmula e revela a total contradição nos seus relatos.
O Brusque F.C. reitera que nenhum de seus diretores praticou qualquer ato de racismo e tomará todas as medidas cabíveis para a responsabilização do atleta pela falsa imputação de um crime. Racismo é algo grave e não pode ser tratado como um artificio esportivo, nem, tampouco, com oportunismo.
A Diretoria.”
Súmula de Brusque x Londrina
“Por volta dos 45 minutos do 1º tempo, o atleta do Londrina, sr. Celso Luis Honorato Júnior informou ao quarto árbitro que foi ofendido com as seguintes palavras: ‘vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha’, por um homem na arquibancada, que foi identificado pelo coordenador da CBF, sr. Ricardo Luiz, como Julio Antônio Petermann, staff da equipe do Brusque. Informo ainda que o referido atleta, juntamente com o diretor de futebol da equipe do Londrina, sr. Germano Cardozo Schweger, estiveram na porta do vestiário da arbitragem, após o término do jogo e confirmaram o relato acima.”
LEIA TAMBÉM
Advogado de David Luiz faz publicação misteriosa no Rio de Janeiro e agita torcida do Flamengo
Jornalista minimiza boa fase de Renato Gaúcho no Flamengo: ‘Tem muita enganação’
Após jogo da Série B, jogador do Londrina relata que foi chamado de macaco