Home Futebol Vasco consegue equilibrar jogo contra o Náutico, mas fragilidade defensiva ainda é o grande problema da equipe

Vasco consegue equilibrar jogo contra o Náutico, mas fragilidade defensiva ainda é o grande problema da equipe

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a partida deste domingo (8) e as estratégias de Hélio dos Anjos e Marcelo Cabo

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a partida deste domingo (8) e as estratégias de Hélio dos Anjos e Marcelo Cabo

Não era preciso ser nenhum gênio das análises táticas ou nenhum adivinho para saber que o Náutico criaria muitos problemas para o Vasco no jogo deste domingo (18), em São Januário. Marcação alta, muita pressão pós-perda e velocidade no lado esquerdo (onde Vinicius e Rafinha levaram ampla vantagem sobre Léo Matos e Gabriel Pec). Fora a maneira como o escrete de Hélio dos Anjos explorou os problemas crônicos do Gigante da Colina na marcação das bolas aéreas. Por mais que Marcelo Cabo tenha acertado nas substituições no segundo tempo e visto sua equipe empatar a partida com Morato já nos acréscimos, ficou a sensação de que o Timbu parecia muito mais próximo de fazer o segundo gol do que ser vazado. Tudo por conta da imensa fragilidade defensiva do Vasco, problema que ainda não foi solucionado pela comissão técnica do clube e que pode ser determinante na briga por uma vaga no G4 da Série B.

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Este que escreve já elogiou o Náutico de Hélio dos Anjos anteriormente e o fará mais uma vez. Equipe organizada e muito bem treinada, jogadores próximos, boas trocas de passe e muita coordenação nas transições. Fora isso tudo, o Timbu ainda explorava vem os problemas crônicos do Vasco na marcação das bolas aéreas. Numa delas, o ótimo Jean Carlos cobrou escanteio da direita e Vinícius O escrete comandado por Marcelo Cabo, por sua vez, tinha enormes dificuldades para conter a velocidade do seu adversário pelo lado direito de defesa e via Marquinhos Gabriel se transformar em presa fácil para os volantes Rhaldney e Matheus Trindade (bons na marcação e muito dinâmicos na distribuição do jogo no meio-campo). O Vasco ameaçava pouco e ainda tinha que se virar para conter os avanços de um Náutico mais organizado e muito mais concentrado. Com três grandes defesas antes do intervalo, Vanderlei ia se transformando no grande nome da partida.

Vasco vs Nautico - Football tactics and formations

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As duas equipes entraram em campo organizadas no 4-2-3-1, mas era o Náutico quem se apresentava melhor. Marcação alta, boas trocas de passe no campo ofensivo e muita inteligência para explorar as deficiências de um Vasco perdido no meio-campo e extremamente frágil na defesa.

Além da atuação abaixo da média de Ernando e Leandro Castán (principalmente o capitão vascaíno), o escrete comandado por Marcelo Cabo simplesmente não conseguia encontrar uma saída para fazer a bola chegar no ataque. Andrey, Galarza e MT não conseguiam conter os avanços do Náutico e fechar as linhas de passe muito bem exploradas por Jean Carlos. Aliás, o camisa 10 do Timbu mostrou mais uma vez porque é um dos jogadores mais importantes do esquema tático de Hélio dos Anjos. É ele quem distribui o jogo no meio-campo, quem cuida das bolas paradas e quem potencializa a velocidade de Vinícius e Marciel pelos lados. Tudo num estilo vertical e de boa fluidez no campo ofensivo e sempre buscando o veterano Kieza no comando de ataque. O sucesso do Náutico no Brasileirão da Série B passa muito pelo ótima fase e pelo futebol de alta qualidade apresentado por Jean Carlos. Sem exagero.

O Vasco conseguiu equilibrar o jogo a partir do momento em que adiantou suas linhas e começou a colocar mais velocidade nas trocas de passe na frente. Só que isso acabou desprotegendo ainda mais o sistema defensivo. Tanto que o Náutico teve pelo menos mais quatro grandes chances de balançar as redes durante o segundo tempo. Marcelo Cabo apostou nas entradas de Juninho, Léo Jabá e Morato nos lugares de Galarza, MT e Gabriel Pec, mas só conseguiu ganhar consistência quando sacou Léo Matos e Marquinhos Gabriel e mandou os jovens Riquelme e Arthur Salles a campo. Com Zeca indo jogar na direita e com um quarteto ofensivo mais leve e mais móvel, o Vasco conseguiu equilibrar as ações no meio-campo embora ainda sofresse horrores na defesa. Acabou que a equipe comandada por Marcelo Cabo arrancou o empate aos 47 minutos com Morato completando belíssima jogada de Arthur Salles na intermediaria.

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Nautico vs Vasco - Football tactics and formations

As entradas de Riquelme e Arthur Salles melhoraram o desempenho ofensivo do Vasco no segundo tempo, mas a equipe comandada por Marcelo Cabo ainda sofria demais com problemas defensivos. O Náutico recuou as linhas e explorou bem os espaços entre volantes e zagueiros vascaínos.

Ficou claro (pelo menos para este que escreve) que o Vasco tem elenco para entregar um desempenho muito maior do que o que vem entregando na Série B do Brasileirão. Por outro lado, a fragilidade defensiva e a falta de combatividade no meio-campo vascaíno (somadas à péssima fase dos zagueiros Ernando e Leandro Castán) são problemas que precisam ser resolvidos o quanto antes por Marcelo Cabo. Este, por sua vez, vem mostrando certa dificuldade em encontrar alternativas de jogo contra equipes mais organizadas e consistentes como o Náutico de Hélio dos Anjos. A aposta na base pode ser uma saída para rodar o elenco e descansar alguns jogadores, mas não deve passar de solução momentânea para a verdadeira maratona de jogos que ainda espera pelo Vasco nesses próximos meses. Mesmo assim, Marcelo Cabo pode e deve encontrar todos os meios possíveis de reforçar o meio-campo e (consequentemente) o sistema defensivo.

Seja como for, o Trem Bala da Colina conseguiu um ponto precioso na briga pelo acesso para a elite do Brasileirão. Como falamos anteriormente, ainda há margem para melhora nos próximos dias. Do outro lado, o Náutico mostrava mais uma vez porque é a melhor equipe da Série B nesse momento. São 12 jogos de invencibilidade e ótimos números nessa edição de 2021, argumentos que só reforçam a qualidade do belíssimo trabalho de Hélio dos Anjos à frente do Timbu altamente competitivo.

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