Luiz Ferreira analisa a atuação das equipes de Vilson Tadei e Marcelo Caranhato na partida disputada neste sábado (3) pela quinta rodada da Série D
“Clássico é clássico e vice-versa”. Embora folclórica, a frase comumente atribuída ao ex-atacante Jardel é perfeita falar da rivalidade que alguns confrontos regionais possuem mesmo não fazendo parte do chamado “eixo”. Vencer seu principal rival num clássico quase sempre eleva o moral de qualquer equipe do mundo e, consequentemente, dá confiança para a sequência da temporada. Brasiliense e Gama seguem essa linha e já protagonizaram partidas emocionantes nos últimos anos em competições regionais e nacionais. No entanto, em jogo disputado neste sábado (3) e válido pela quinta rodada do Brasileirão da Série D, o Jacaré e o Periquito protagonizaram um clássico sonolento e sem muitas emoções na Boca do Jacaré, em Brasília. A maneira como as equipes de Vilson Tadei e Marcelo Caranhato se comportaram durante todo o jogo acabaram justificando o empate sem graça e sem gols.
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A formação das duas equipes não trazia lá grandes novidades. Sem poder contar com Badhuga, Zé Love, Jeferson Maranhão e Bruno Nunes, o técnico Vilson Tadei apostou no veterano Zotti jogando um pouco mais recuado logo atrás de Alan Mineiro, Maicon Assis, Luquinhas e Victor Rangel num 4-2-3-1 de boa saída pelo chão e com boa desenvoltura pelos lados do campo. Do outro lado, o estreante Marcelo Caranhato apostava na mesma formação do seu rival, mas com algumas diferenças básicas na estratégia aplicada no Gama. O volante Wallace recuava entre os zagueiros Vinícius e Wendel para auxiliar na construção das jogadas na conhecida “saída Lavolpiana”. Com isso, Gabriel e Gabiga saíam tinham liberdade para encostar no meio-campo e servir de opção de passe para Felipe Menezes (ex-jogador do Botafogo). As ideias dos dois treinadores eram boas. O problema estava na execução de cada uma delas.
Brasiliense e Gama iniciaram o clássico deste sábado (3) jogando no 4-2-3-1 característico de cada um dos seus treinadores. As ideias de Vilson Tadei e Marcelo Caranhato eram boas no papel. Mas os problemas começaram quando os jogadores tentaram colocá-las em prática na Boca do Jacaré.
As dificuldades que as duas principais equipes do Distrito Federal tinham para criar jogadas de ataque era evidente. O Gama ainda tentou chegar com Wendel e Hugo Almeida finalizando de longe, mas sem muito perigo. Aos 16 minutos do primeiro tempo, Luquinhas avançou pela esquerda e cruzou para Maicon Assis. O camisa 11 do Brasiliense tinha o gol aberto, mas foi travado no último momento pelo volante Wallace. Pouco tempo depois foi a vez do Periquito desperdiçar chance incrível com o atacante Hugo Almeida escorando para a linha de fundo chute cruzado de Germano. A impressão que ficava era a de que o Jacaré tinha um pouco menos de dificuldades para fazer a bola chegar no ataque, mas (assim como seu grande rival) pecava demais na lentidão e no “freio de mão puxado” em cada transição. Como consequência, a partida ficava mais amarrada, mais truncada e muito menos atraente.
Fim de jogo na Boca do Jacaré!
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— Brasiliense Futebol Clube (@BrasilienseFC) July 3, 2021
A segunda etapa não foi muito diferente da primeira. Muito por conta da manutenção das estratégias adotadas pelos dois treinadores. O Gama levou perigo com Gabiga logo aos três minutos, mas não demoraria muito para que o Brasiliense tomasse o controle do jogo após as substituições promovidas por Vilson Tadei. Peninha e Wagner Balotelli entraram nos lugares de Victor Rangel e Zotti e deram um pouco mais de consistência ao time. Os veteranos Jorge Henrique e Bernardo também melhoraram o desempenho do Jacaré com bons passes no meio-campo e boa movimentação na intermediária do Gama, mas ainda sem a intensidade necessária para furar o bloqueio defensivo promovido por Marcelo Caranhato com a entrada de Elenílson no lugar de Gabriel. Com o Periquito jogando quase com uma linha de cinco na frente da área do goleiro Douglas Silva, o resultado não poderia ser outro senão o empate. E sem gols também.
O Brasiliense melhorou no segundo tempo após as substituições promovidas por Vilson Tadei, mas acabou falhando nas finalizações a gol diante de um Gama que não conseguia sair do seu campo. Marcelo Caranhato reforçou a linha defensiva e fez o Gama adotar uma postura mais reativa.
O empate sem gols na Boca do Jacaré não foi bom nem para Brasiliense e nem para o Gama. Mas ajuda a explicar a atuação das duas equipes neste sábado (3). Por mais que os três pontos valessem demais na briga por um vaga na segunda fase do Brasileirão da Série D, a impressão que ficou foi a de que os dois escretes do Distrito Federal pareciam satisfeitos com o pontinho conquistado no clássico candango. Ainda que muita coisa ainda esteja em jogo na competição, ainda que os dois times (principalmente o Gama de Marcelo Caranhato) times tenham apresentado uma boa margem de evolução nas próximas rodadas da Série D e mesmo que o resultado final não tenha sido bom para ninguém. O Periquito chegou ao seu quinto jogo sem vitória na competição e o Jacaré caiu duas posições na tabela do Grupo 5. Mais uma prova de que ambos os times poderiam ter feito muito mais do que fizeram na Boca do Jacaré.
O “freio de mão puxado” acabou sendo a principal característica do empate sem gols entre Brasiliense e Gama. Por mais que a equipe de Vilson Tadei tenha se apresentado melhor na partida deste sábado (3), foi bem possível perceber uma certa hesitação em determinados momentos. Do outro lado, soa até leviano cobrar algo a mais de Marcelo Caranhato logo na sua estreia como treinador do Gamão. Principalmente quando falamos de um jogo meio sem graça e bastante sonolento na Boca do Jacaré.
Fim de jogo!
Gama fica no 0 a 0 no clássico.
A próxima partida do alviverde será contra o Porto Velho, fora de casa, no próximo sábado (10), às 15:30.
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