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Atlético-MG sempre esteve dois passos à frente de um lento e desinteressado Flamengo no Mineirão

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação das equipes comandadas por Cuca e Rogério Ceni em jogo válido pelo Brasileirão 2021

Por Luiz Ferreira em 08/07/2021 03:01 - Atualizado há 3 anos

Pedro Souza / Atlético-MG

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação das equipes comandadas por Cuca e Rogério Ceni em jogo válido pelo Brasileirão 2021

A grande verdade é que o Atlético-MG não precisou forçar muito para vencer o Flamengo no Mineirão. A partida desta quarta-feira (7) ainda deixou a impressão de que todo o time de Rogério Ceni perdeu a consistência de outros momentos e que o trabalho do treinador já não provoca as mesmas respostas que obtinha da sua equipe em outros tempos. Melhor para Cuca e o Galo Forte e Vingador, que venceram o jogo por 2 a 1 (com dois gols e grande atuação do venezuelano Savarino) e se aproximaram dos líderes do Brasileirão. De um lado, tínhamos a consolidação de uma maneira clara de jogar futebol (ainda que o Atlético-MG precise de ajustes na cobertura dos laterais/alas) e do outro, todo o processo de fritura em cima de Rogério Ceni e a apatia de todo um elenco diante de um rival que não teve que forçar muito para superar a equipe da Gávea. Foi uma das piores atuações coletivas do Flamengo no ano.

O título desta humilde análise não é mera obra de retórica deste que escreve. O Atlético-MG de Cuca ocupava bem os espaços a partir do 3-1-4-2 inicial com Savarino e Hulk mais soltos no ataque, com os laterais/alas Mariano e Guilherme Arana aparecendo no campo ofensivo com bastante frequência e com os volantes/meias Zaracho e Tchê Tchê auxiliando Allan na saída de bola. O Galo atacava com pelo menos sete jogadores e aproveitava muito mais uma noite infeliz de Bruno Viana. Do outro lado, Rogério Ceni trazia Michael um pouco para trás para formar uma linha de cinco na defesa. Tudo para emparelhar o ataque o ataque adversário na inversão do 3-1-4-2 para o 3-2-5. O problema é que os volantes atleticanos recuavam para perto do trio de zagueiros e criavam superioridade numérica para fugir da pressão do Flamengo e aproveitar os espaços que surgiam na frente de Willian Arão e João Gomes.

Allan e Tchê Tchê recuavam para a defesa e traziam todo o quarteto ofensivo do Flamengo com eles. Toda essa movimentação simples abria espaços na frente de Willian Arão e João Gomes e facilitava muito a vida do veloz, intenso e envolvente ataque do Atlético-MG comandado por Cuca.

Difícil não ver o Atlético-MG pelo menos dois passos à frente do seu adversário. E esse posicionamento do Flamengo na marcação só facilitou a vida de Réver, Nathan Silva e Junior Alonso na saída de bola e nos lançamentos longos buscando a velocidade de Mariano, Guilherme Arana, Hulk e Savarino. Ao mesmo tempo, Isla, Filipe Luís, Rodrigo Caio, Bruno Viana e Willian Arão pouco se entendiam na defesa e apenas observavam o ataque adversário trocar passes na frente da área de Diego Alves. E Cuca percebeu muito bem que o Flamengo abria muitos espaços quando partia para o campo ofensivo com seis jogadores. A superioridade numérica criada pelo recuo de Allan e Tchê Tchê foram fundamentais para que Savarino pudesse receber a bola na frente (jogando como referência móvel entre os zagueiros rubro-negros) com mais liberdade para acionar os companheiros de equipe. Enquanto isso, Rogério Ceni seguia sem saber o que fazer.

O estrago ficou ainda pior no início do segundo tempo, quando o Atlético-MG aproveitou duas dessas bolas descobertas e marcou dois gols num espaço de dois minutos. O Flamengo (que já jogava com Willian Arão na zaga e Hugo Moura no meio-campo) corria a esmo para fechar os espaços sem muito sucesso e sem um mínimo de organização. E vale destacar aqui que o problema todo do escrete de Rogério Ceni não eram as peças escolhidas em si (pelo menos não o maior deles) e sim a maneira como o time se comportou. A vantagem no placar fez com que o escrete comandado por Cuca recusasse suas linhas para acelerar nos contra-ataques enquanto Rogério Ceni mandava Rodrigo Muniz e Renê para o jogo nos lugares de Michael e Filipe Luís. Com Pedro do lado direito, Matheuzinho avançando e Arrascaeta longe da área, o Flamengo não teve forças para empatar a partida. Nem mesmo depois do gol de Willian Arão.

Com os dois gols no início do segundo tempo, o Atlético-MG baixou sua marcação e viu o Flamengo diminuir o placar com Willian Arão já no final da partida no Mineirão. Mesmo assim, a desorganização e a péssima noite de Arrascaeta e Bruno Henrique tiraram as forças do time de Rogério Ceni.

Enquanto o Atlético-MG vai dando mostras de que está encontrando a melhor maneira de jogar, o Flamengo de Rogério Ceni vai caindo pelas tabelas e sofrendo com atuações coletivas muito ruins. Este que escreve entende bem a situação do treinador rubro-negro nas reclamações sobre desfalques e a necessidade de se qualificar mais o banco de reservas rubro-negro quando as seleçõs nacionais tiram e vão tirar muitos atletas do clube. Por outro lado, o treinador também precisa entender que seu esquema tático (embora tenha se mostrado eficiente em alguma partidas) precisa de ajustes. Assim como todo o sistema defensivo. Ao mesmo tempo, também faltou a leitura de jogo mais apurada a Rogério Ceni para entender o momento de baixar o bloco e fazer o Atlético-MG provar do próprio remédio ao acelerar nos espaços que apareceriam na defesa adversária. Fora as entrevistas coletivas fora da realidade.

Numa partida em que o Galo comandado por Cuca sempre esteve pelo menos dois passos à frente do Flamengo, é de se admirar que o placar final no Mineirão não tenha sido maior. Ao mesmo tempo, fica cada vez mais clara a necessidade de comissão técnica e jogadores colocarem a cabeça no lugar num dos momentos mais conturbados dessa temporada. Este que escreve já viu esse filme que tem Rogério Ceni como protagonista mais de uma vez com outros atores principais. E ele não costuma terminar bem.

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