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Atlético-MG volta a flertar com o perigo em classificação mais suada do que o normal contra o Boca Juniors

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação ruim da equipe comandada por Cuca no jogo de volta das oitavas de final da Libertadores

Por Luiz Ferreira em 20/07/2021 23:55 - Atualizado há 3 anos

Pedro Souza / Atlético-MG

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação ruim da equipe comandada por Cuca no jogo de volta das oitavas de final da Libertadores

O torcedor atleticano tem mais é que comemorar a classificação diante de uma das camisas mais pesadas da América do Sul. Ainda mais quando o goleiro Everson se transformou no herói da noite desta terça-feira (20) ao defender as cobranças de Villa e Rolón e ainda converter a penalidade que garantiu o Atlético-MG nas quartas de final da Libertadores. No entanto, os jogos contra o Boca Juniors de Miguel Ángel Russo na Bombonera e no Mineirão nos mostraram que Cuca segue sofrendo demais para resolver os problemas da sua equipe. Além da clara desorganização defensiva, o Atlético-MG é claramente dependente do brilho individual de Savarino, Hulk e Nacho Fernández. Difícil não concluir que o Galo flertou com o perigo e complicou dois confrontos que tinham tudo para serem muito mais tranquilos do que foram. Principalmente quando comparamos a qualidade do elenco atleticano com o do Boca Juniors.

O Atlético-MG tentou jogar e se impor na base das transições rápidas. Zaracho teve chance cristalina para abrir o placar logo aos três minutos de jogo após belo passe em profundidade de Tchê Tchê, mas acabou finalizando muito mal. Na prática, o que se via era uma equipe organizada num 4-2-3-1 que só mostrava qualidade quando Nacho Fernández vinha buscar a bola no meio-campo e quando Hulk conseguia romper as linhas do seu adversário no Mineirão. Ao mesmo tempo, o escrete atleticano abria espaços demais para um Boca Juniors organizado no 4-1-4-1 costumeiro de Miguel Ángel Russo que tinha no deslocamento de Pavón e Villa por dentro (se aproximando do centroavante Briasco no comando de ataque) e nas bolas levantadas na área as suas únicas armas ofensivas. A equipe xeneize criava muito pouco, mas o Atlético-MG também não se ajudava e se complicava em lances simples. O jogo não era bom.

Cuca manteve seu 4-2-3-1 no Atlético-MG, mas sua equipe ainda sofria demais para criar as jogadas e dependia muito do talento individual do trio formado por Savarino, Hulk e Nacho Fernández. O Boca Juniors fazia o simples e também mostrava dificuldades para aproveitar as poucas chances que criava.

Se o VAR não tivesse anulado o gol de Weigandt (que é um dos bons nomes desse Boca Juniors de Miguel Ángel Russo), o foco de todos estaria na falha de Everson e não em mais uma péssima atuação coletiva do Atlético-MG e nas dificuldades que Cuca vem mostrando para organizar a sua equipe. Desde o primeiro tempo, o Galo mostrava muitos problemas para compactar as suas linhas e dependia demais do talento individual do seu estrelado elenco. Difícil não concluir que o estilo de jogo mais vertical e mais direto do escrete xeneize era mais do que suficiente para complicar a vida de um desorganizado Atlético-MG no Mineirão. E esse cenário obrigava os volantes Allan e Tchê Tchê a percorrerem enormes distâncias no campo para cobrirem os espaços entre as linhas do escrete de Belo Horizonte. E conforme o tempo ia passando, o nervosismo dos jogadores atleticanos ia aumentando consideravelmente.

Além das dificuldades na criação das jogadas, o Atlético-MG concedia muitos espaços entre as linhas do 4-2-3-1 de Cuca. Os volantes Allan e Tchê Tchê tinham que correr muito para cobrir todos os buracos na frente da última linha da equipe de Belo Horizonte. Foto: Reprodução / ESPN Brasil

A confusão após o gol anulado de Weigandt so aumentou o nervosismo dos jogadores do Atlético-MG e deixou os minutos finais da partida no Mineirão todo à feição do Boca Juniors (que protestou bastante contra a marcação do VAR). Cuca, por sua vez, tentou dar mais fôlego ao seu time com as entradas de Eduardo Sasha, Alan Franco e Borrero nos lugares de Tchê Tchê, Zaracho e Savarino, mas o problema relatado anteriormente permaneceu. O Galo seguia com buracos enormes entre as suas linhas e dependendo muito do futebol de Nacho Fernández e Hulk. O argentino estava muito bem vigiado por Rolón, Medina e Diego González no meio-campo. E o atacante brasileiro quase não recebia bolas. Com isso, o Boca Juniors não precisava fazer muita coisa para provocar erros na saída de bola atleticana. A sorte do Galo é que os atacantes xeneizes também não estavam numa noite lá muito inspirada.

Cuca mexeu no Atlético-MG, mas sua equipe seguiu jogando mal e concedendo demais para um Boca Juniors que apenas jogava para o gasto. Com as linhas muito afastadas umas das outras e com os jogadores afobados, o Galo errou lances bobos no final da partida no Mineirão. Foto: Reprodução / ESPN Brasil

Acabou que Everson saiu do inferno para o céu ao defender as cobranças de Villa e Rolón e converter a penalidade que garantiu o Atlético-MG nas quartas de final da Copa Libertadores da América. Mas nem mesmo a redenção do goleiro atleticano (que lembrou os grandes momentos de “São Victor” na campanha do título de 2013) conseguiu esconder ou pelo menos amenizar a péssima atuação coletiva da equipe comandada por Cuca. A dependência do talento individual e as dificuldades na implementação de um estilo de jogo minimamente coletivo são muito claras. Ao mesmo tempo, difícil não concluir que o Galo flertou com o perigo novamente e complicou uma classificação que poderia ter sido encaminhada sem muitos problemas. Ainda mais quando já se sabe que o Atlético-MG tem muito mais qualidade do que o Boca Juniors. Aliás, o escrete xeneize não mostrou nada além de vontade nas duas partidas das oitavas de final.

Everson poderia ter sido o vilão pela falha no gol anulado, mas se transformou no grande herói na decisão por pênaltis. A certeza que fica, no entanto, é que o Galo pode jogar muito mais do que vem jogando e que a equipe tem bola suficiente para não depender tanto de terços e de redenções como nesses últimos dias. A classificação em cima do sempre temido Boca Juniors merece sim comemoração. Mas ela deve vir junto com a reflexão mais do que necessária: o Atlético-MG pode jogar muito mais do que isso.

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