Ana Paula Henkel processou o comentarista do Grupo Globo por texto publicado no GE
Ex-jogadora de vôlei e atual comentarista política, Ana Paula Henkel emitiu uma nota oficial falando sobre o caso na Justiça com o comentarista esportivo Walter Casagrande. Ela classificou as palavras do profissional da Globo como uma “tentativa torpe de assassinar sua reputação”.
Há um processo entre ela e Casagrande. Recentemente, a Justiça concedeu direito de resposta para Ana Paula contra o comentarista, que a acusou de “defensora dos violentos, dos antidemocráticos, das armas e de tudo que é ruim em nossa sociedade”, em um texto publicado em fevereiro.
A ex-atleta se pronunciou através de uma publicação na Revista Oeste, onde é comentarista política. O caso começou no começo do ano, quando Casagrande acusou a ex-jogadora de ser apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, em texto publicado em seu blog no GE.
O ex-jogador do Corinthians não poupou palavras e chamou Ana Paula Henkel de “uma pessoa intragável, prepotente, arrogante, defensora de armas, que se disfarçou de jogadora de vôlei”. Então, a atual cometarista política processou Casão e exigiu direito de resposta, o que rendeu uma carta dela na Rádio Jovem Pan sendo publicada no GE. Porém, ela pediu um recurso por alegar que seu pronunciamento não teve o mesmo destaque do texto de Casagrande.
Ana Paula teve sucesso no seu pedido, acolhido pelo juiz Christopher Alexander Roisin, da 14ª Vara Cível de São Paulo. A Globo ainda pode recorrer, mas a decisão de momento é que o GE republique ou atualize a resposta da ex-jogadora, seguindo os critérios de ter o mesmo espaço, dia da semana e horário da coluna do comentarista.
A nota de Ana Paula Henkel na íntegra
Em 21 de fevereiro de 2021, recebi inúmeras mensagens de amigos alertando que eu havia sido vítima de ataques praticados pelo Sr. Walter Casagrande Júnior contra minha honra e minha imagem em sua coluna semanal publicada no sítio eletrônico do Globo Esporte.
Dentre as várias ofensas, chamou-me de ‘uma pessoa intragável, prepotente, arrogante, defensora de armas, que se disfarçou de jogadora de vôlei,..’
Não contente em me atribuir adjetivos infamantes, arrematou o ataque conclamando seus leitores a esquecerem ‘que dentro do esporte existiu criatura como essa’, novamente dizendo que sou ‘defensora dos violentos, dos antidemocráticos, das armas e de tudo que é ruim em nossa sociedade’
Sem apresentar qualquer argumento contra minhas ideias, preferiu apelar ao achincalhe e a uma tentativa torpe de assassinar minha reputação. Participo do debate público já há bastante tempo e jamais me neguei a dialogar com meus interlocutores, sempre com respeito e fundamentadamente.
Surpreendida com as ofensas, solicitei à Rede Globo que publicasse meu direito de resposta, previsto no art. 5º, inciso V, da Constituição Federal. Publicaram a resposta como se fosse uma mera carta em página avulsa do site Globo Esporte, descumprindo a Lei de Direito de Resposta, que obriga que as respostam sejam publicadas com o mesmo destaque do texto ofensivo.
Recorri, então, por meio de meus advogados, Lucio Hoffmann, Júlio César Moraes dos Santos e Frederico Junkert, do Hoffmann e Moraes Advogados, ao Poder Judiciário para que me fosse reconhecido o direito de resposta a ser exercido nos exatos moldes garantidos pela lei.
Ontem, 12 de julho de 2021, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por meio do juiz Christopher Roisin, reconheceu que fui ofendida pelo Sr. Casagrande e que a Rede Globo não cumpriu a Lei de Direito de Resposta.
Com essa decisão, ficou claro que o debate democrático jamais pode servir de instrumento à propagação de ofensas.
Por fim, tenho a certeza de que, para o crescimento da sociedade, é imprescindível promover o livre debate de ideias e conceitos, respeitadas a dignidade da pessoa humana, a imagem e a honra alheia.
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