América: ficar ou cair mais uma vez?
Fantasma do bate e volta assombra de novo neste início de Brasileiro ainda sem vitória
Fantasma do bate e volta assombra de novo neste início de Brasileiro ainda sem vitória
A boa campanha na temporada passada, quando foi semifinalista da Copa do Brasil e perdeu o título da Série B no saldo de gols, deu ao América a confiança de que desta vez, em 2021, o time chegava à elite do futebol brasileiro para ficar. Alicerçado por eficiente gestão financeira, aproveitamento eficiente de jovens da base e contratações pontuais de jogadores experientes que se encaixaram bem no esquema de Lisca. Nem a frustração de ver escapar a conquista do Campeonato Mineiro no pênalti desperdiçado por Rodolfo que manteve o zero do placar também na segunda das duas partidas contra o Atlético arrefeceu esse ânimo alviverde.
Ocorre que, passado apenas pouco mais de um mês da decisão estadual, o Coelho foi eliminado na terceira fase da Copa do Brasil nos pênaltis pelo Criciúma (rebaixado à Segunda Divisão catarinense) e ainda não venceu nos seis jogos que disputou pelo Brasileiro, com dois empates, ambos em casa, e quatro derrotas, uma das quais como mandante.
No meio dessa queda, Lisca jogou a toalha e pediu para sair. Para o seu lugar, o América contratou Vágner Mancini, recentemente demitido pelo Corinthians. Ele assistiu à derrota de virada para o Palmeiras domingo, dia 20, no Allianz Parque, e estreou nesta quinta-feira, 24 de junho, no 1 a 1 com o Juventude, no Independência.
O bom futebol mostrado pelo time nas boas campanhas até a decisão do Mineiro desapareceu. Jogadores até então decisivos, como os atacantes Ademir e Rodolfo, caíram muito de rendimento. O repertório variado de jogadas que caracterizava o esquema de Lisca deu lugar a um estilo (ou falta de) previsível, facilmente marcável pelos adversários. Consequência: a confiança em permanecer na Série A está mais do que abalada.
Com experiências anteriores em salvar times da queda, o paulista de Ribeirão Preto Vágner Carmo Mancini, de 54 anos, cujo currículo ostenta o título da Copa do Brasil de 2005 pelo Paulista de Jundiaí, chega como uma espécie de talismã. Em 2011, ajudou a evitar o rebaixamento do Cruzeiro, com direito a goleada sobre o arquirrival Atlético por 6 a 1 na rodada derradeira, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. A situação do Galo, se não chegava a ser desesperadora em 2019, era preocupante. O técnico chegou para apagar o incêndio.
No ano passado, mais que salvador da pátria, ele conduzia o Atlético-GO a boa campanha na competição nacional quando aceitou proposta para dar um jeito no Corinthians, que penava na tabela. Cumpriu sem brilho o objetivo, enquanto a equipe goiana se mantinha surpreendente, repetindo o panorama neste 2021.
Com tais credenciais, Mancini tentará resgatar no Coelho o bom futebol que causou boa impressão no país nas campanhas da temporada passada. Seu objetivo imediato é afugentar entre os americanos o fantasma do bate e volta. Que, à exceção da dobradinha 2000 (Copa João Havelange)/2001, atingiu o clube em 1998, 2011, 2016 e 2018.
Quem viu o América jogar em 2020 e parte deste ano sabe que o time é capaz de subir de rendimento e tem jogadores para tanto. Mas o mau início de Brasileiro conseguirá ser superado pelo grupo? Haverá com Vágner Mancini a boa química dos tempos de Lisca? Aguardemos os próximos capítulos. Ou as rodadas que virão.
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