Lucas Veríssimo justifica convocação de Tite com gol e boa atuação na vitória do Benfica sobre o Sporting
Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação do ex-zagueiro do Santos e explica como o time de Jorge Jesus colocou água no vinho do grande rival
Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação do ex-zagueiro do Santos e explica como o time de Jorge Jesus colocou água no vinho do grande rival
A presença do zagueiro Lucas Veríssimo na lista de convocados por Tite foi uma das grandes surpresas positivas da Seleção Brasileira. Não é exagero nenhum afirmar que o ex-zagueiro do Santos acertou o sistema defensivo do Benfica de Jorge Jesus assim que chegou ao Estadio da Luz. E não demorou muito para que o camisa 4 da equipe encarnada mostrasse que não foi lembrado pelo técnico da Seleção Brasileira à toa. Junto com Everton Cebolinha (outro que foi chamado para os jogos contra Equador e Paraguai), Pizzi e Seferovic e Grimaldo, Lucas Veríssimo foi o destaque da vitória do Benfica sobre o Sporting neste sábado (15), em Lisboa. O zagueiro marcou um dos quatro gols da sua equipe e, embora tenha cometido a penalidade que originou o terceiro e último gol dos Leões, mostrou muita segurança na marcação pelo seu setor e na saída de bola pelo chão.
Este que escreve já mencionou em outra oportunidade que Jorge Jesus abriu mão de algumas de suas convicções e trocou o seu já costumeiro e conhecido 4-1-3-2/4-4-2 para adotar a linha de cinco jogadores na defesa. Tudo para encaixar os veteranos Otamendi e Vertonghen numa formação minimamente equilibrada. E Lucas Veríssimo era justamente a peça que faltava. O 3-4-3 do Benfica tiem força pelos lados do campo, marcação alta, muita intensidade nas transições e muita mobilidade com Everton Cebolinha e Pizzi se movimentando atrás de Seferovic no terço final. Toda essa movimentação abria espaços no 5-4-1 de Ruben Amorim e permitia que os volantes Weigl e Taarabt distribuíssem bem o jogo. Enquanto Paulinho, Nuno Santos e Pedro Gonçalves estavam bem vigiados, o ataque benfiquista aproveitava os primeiros minutos muito ruins do Sporting paaa abrir uma ótima vantagem no placar.
A chegada de Lucas Veríssimo deu mais equilíbrio defensivo ao Benfica de Jorge Jesus nessa reta final de Campeonato Português. O camisa 4 jogava mais à direita no 3-4-3/5-4-1 do “Mister” e teve boa atuação na vitória emocionante sobre o Sporting de Ruben Amorim.
É bom que se diga que o Benfica ganhou bastante consistência jogando com uma linha de cinco na defesa e a projeção dos alas Diogo Gonçalves e Grimaldo para o meio-campo. Ao mesmo tempo, Pizzi (o melhor em campo na opinião deste que escreve) e Everton Cebolinha trocavam de posição e aproveitavam bem os espaços às costas dos volantes Daniel Bragança e Matheus Luiz. Nesse ponto, Lucas Veríssimo era importante no contraponto defensivo, avançando para dar o primeiro combate na intermediária e qualificando a saída de bola do escrete de Jorge Jesus. E o camisa 4 ainda era uma das principais armas ofensivas do Benfica. Tanto que marcou o terceiro gol da sua equipe ao completar cobrança de escanteio do lado esquerdo de ataque. Mesmo com o Sporting descontando aos 46 minutos do primeiro tempo com Pedro Gonçalves, os Encarnados tiveram uma grande atuação no primeiro tempo.
Jorge Jesus apostou num 3-4-3/5-4-1 para dar mais equilíbrio ao seu Benfica nessa reta final de Campeonato Português. Lucas Veríssimo garantia a qualidade na saída pelo chão e liberava Diogo Gonçalves e Grimaldo para o ataque. Já Everton Cebolinha vem se mostrando cada vez mais adaptado ao clube. Foto: Reproduão / YouTube / ESPN Brasil
Logo depois do intervalo, o técnico Ruben Amorim sacou João Pereira e Daniel Bragança e mandou João Mário e João Palhinha para o jogo. O Sporting (agora organizando em algo mais próximo de um 4-3-3 com Nuno Mendes como um lateral mais ofensivo pela esquerda, Gonçalo Inácio mais preso do outro lado e Pedro Gonçalves se movimentando por todo o setor ofensivo) passou a levar mais perigo ao gol de Helton Leite. A entrada de Jovane Cabral no lugar de Matheus Reis deu mais consistência aos Leões e o Benfica demorou para se reencontrar em campo. Jorge Jesus tentou responder com as entradas de Darwin Núñez, Waldschmidt e Rafa Silva, mas apenas viu sua equipe desperdiçar duas chances incríveis na frente do bom goleiro Antonio Adán. Na defesa, Otamendi, Vertonghen e Lucas Veríssimo conseguiram conter o ataque adversário sem maiores sustos. Ótima vitória dos benfiquistas.
O Benfica demorou para se reencontrar em campo depois das mexidas de Ruben Amorim nas peças e na formação do Sporting no segundo tempo. Jorge Jesus respondeu com as entradas de Darwin Núñez, Waldschmidt e Rafa Silva, mas manteve a linha de cinco na defesa.
Este colunista entende bem que o Benfica ficou devendo nessa temporada e que Jorge Jesus só conseguiu fazer a equipe encarnada render alguma coisa apenas na reta final do Campeonato Português. Mesmo assim, a vitória sobre o já campeão Sporting (e a oportunidade de jogar “água no vinho” na festa do grande rival) dá uma certa esperança sobre o que pode vir. Ainda mais quando o Benfica joga o fino da bola nos primeiros 45 minutos contra a equipe mais forte de Portugal. É nesse cenário de reconstrução e preparação para a temporada de 2021/22 que Everton Cebolinha e (principalmente) Lucas Veríssimo podem se transformar nos grandes pilares do escrete encarnado. Ainda é preciso confirmar a vaga na fase de grupos da próxima edição da Liga dos Campeões da UEFA e conseguir a tranquilidade que o “Mister” não teve para trabalhar o Benfica como deseja e entende.
A presença de Lucas Veríssimo na lista de convocados para a Seleção Brasileira não se justifica apenas pelo gol marcado na vitória sobre o Sporting. O camisa 4 dos encarnados é uma das principais peças do sistema defensivo do Benfica e deu a consistência que faltava ao setor com ótima saída de bola, força no jogo aéreo e ótima colocação. Exatamente o que Tite deseja dos seus zagueiros na Seleção Brasileira.
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