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Umberto Louzer e a busca pelo equilíbrio perdido no Sport Recife

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como o treinador campeão da Série B pela Chapecoense pode dar mais competitividade ao Leão

Anunciado oficialmente como o substituto de Jair Ventura no comando do Sport Recife no dia 15 de abril, o técnico Umberto Louzer tem duas missões bem claras logo nesse início de trabalho. A primeira delas tem relação direta com o elenco que terá à disposição no Leão. Quais jogadores contratar, quem será dispensado e com quantos atletas o técnico rubro-negro quer trabalhar nessa temporada são algumas das perguntas que serão respondidas em breve. E a segunda (e talvez mais urgente) missão é conseguir implementar o equilíbrio entre os setores tão buscado pelo Sport nos últimos meses e que foi um dos grandes trunfos da Chapecoense campeã da Série B. Como já se sabe, é mais um novo processo que se inicia num Leão que não foi rebaixado por pouco na temporada passada e que fez campanha muito ruim na Copa do Nordeste. Umberto Louzer vai precisar de tempo e paciência para colocar suas ideias em prática. Isso é mais do que claro.

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É preciso dizer que o Sport sofreu com um certo desequilíbrio entre seus setores nos últimos meses (muito por conta da proposta mais pragmática de Jair Ventura). Se a defesa conseguiu “segurar a onda” na reta final do Brasileirão (e se livrou do rebaixamento), a equipe pernambucana sofreu com a falta de um balanço defensivo e com reforços que não encaixaram. A chegada de Umberto Louzer (pelo menos num primeiro momento) dá a esperança de mais equilíbrio entre os setores por conta do ótimo trabalho realizado na Chapecoense. Os títulos do Campeonato Brasileiro da Série B e do Campeonato Catarinense nos mostraram uma equipe que atacava em bloco e com muito volume de jogo e que se defendia muito bem. Os números do SofaScore (ver tweet abaixo) comprovam essa eficiência. E aqui vai o “pulo do Leão”. Não se trata apenas de defender bem. A Chape sabia muito bem o que fazer com e sem a bola.

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Umberto Louzer costuma escalar suas equipes no 4-2-3-1, mas o desenho tático é o que menos importa aqui e sim, a maneira como os jogadores se comportam em campo a partir dessa formação. Na Chapecoense, por exemplo, era bastante comum ver os laterais jogando por dentro em alguns momentos e um dos volantes avançando como um “quarto meia de criação” para gerar essa superioridade numérica no último terço. Os dois frames abaixo são do empate em 2 a 2 com o América-MG (válido pela trigésima rodada da Série B de 2020) e mostram como Umberto Louzer conseguiu equilibrar os setores sem perder a forte intensidade nas transições. Aliás, esse era um dos pontos mais fortes da Chape. As transições defensivas e ofensivas eram feitas sempre de maneira muito organizada e em alta velocidade com o avanço dos pontas para o meio (em diagonal) e o recuo do atacante de referência para abrir ainda mais espaços nas defesas adversárias.

Os laterais Alan Ruschel e Matheus Ribeiro abriam o campo e jogavam por dentro, Ronei se alinhava a Denner no meio-campo e Anselmo Ramon se movimentava constantemente para abrir espaços para as chegadas de Aylon e Mike. Um belo retrato da organizada Chapecoense de Umberto Louzer. Foto: Reprodução / TV Globo

Um dos pontos mais fortes daquela Chapecoense era a defesa. Voltando aos números do SofaScore, é fácil perceber que Umberto Louzer conseguiu fazer com que seus jogadores aliassem a já mencionada intensidade nos movimentos com uma grande organização e compactação entre as linhas. Se a Chape atacava com seis ou sete jogadores, ela também conseguia se defender com até nove jogadores próximos da área sem perder o equilíbrio entre os setores e/ou abrir mão do ataque. Os volantes diminuíam o espaço entre eles e a última linha, os pontas participavam do balanço defensivo quase como laterais adicionais e a equipe mantinha a organização na frente da área. E mais: a Chapecoense conseguia alternar a marcação em bloco mais baixo com a pressão na saída de bola do adversário para provocar o erro e acelerar nos contra-ataques. Tudo era realizado de maneira muito organizada e equilibrada.

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Com os pontas Aylon e Mike mais recuados e com os volantes Ronei e Willian Oliveira diminuindo muito o espaço na frente da zaga, a Chapecoense conseguia manter o equilíbrio entre defesa e ataque. Todos os movimentos (ofensivos e defensivos) eram feitos com muita intensidade. Foto: Reprodução / TV Globo

É óbvio que o contexto é completamente diferente. Umberto Louzer contou com a paciência de dirigentes e torcedores para colocar em prática as suas ideias na Chapecoense (e isso sem falar na paralisação das atividades por conta da pandemia de COVID-19). A situação é completamente diferente no Sport. Não há tanto tempo para testes ou para adaptações a médio e longo prazo. Tanto que Louzer já afirmou logo na sua primeira entrevista coletiva que vai utilizar jogadores da base do Leão e citou Mikael, Gustavo e Maílson como alguns dos nomes mais promissores dessa geração de novo atletas. Além destes, Ewerthon, Chico, Victor Gabriel, Renzo e Italo podem ganhar mais chances nesse início de trabalho. Tudo para que o treinador tenha tempo de avaliar os demais atletas. Nesse ponto, o Campeonato Pernambucano será fundamental para Umberto Louzer realizar suas observações antes do início do Brasileirão 2021.

A aposta no treinador campeão brasileiro da Série B de 2020 não foi feita por acaso. Pelo menos à primeira vista, os dirigentes do Sport buscaram um profissional que sabe armar defesas sólidas sem abrir mão da intensidade no ataque. E Umberto Louzer provou eu valor na Chapecoense. Sua trajetória no Leão vai depender de uma série de aspectos. Não se esqueçam de que treinador de futebol não é mágico e nem milagreiro. Tempo e paciência são fundamentais.

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