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Empate contra o River Plate-PAR mostra que Corinthians segue refém das tomadas de decisões erradas

Por Luiz Ferreira em 23/04/2021 11:45 - Atualizado há 11 meses

Reprodução / Twitter / Conmebol Sudamericana

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a estreia da equipe de Vagner Mancini na Copa Sul-Americana

É difícil dizer o que se passa com o Corinthians. A equipe comandada por Vagner Mancini ainda não emplacou uma atuação que possa ser considerada boa nessa temporada (mesmo fazendo boa campanha no Paulistão) e voltou a deixar a sua torcida preocupada nesta quinta-feira (22) após o empate sem gols com o River Plate de Assunção. Por mais que a estreia na Copa Sul-Americana leve em conta uma série de fatores, o que se viu no Defensores del Chaco foi uma equipe que ainda segue completamente refém as tomadas de decisão erradas em todos os setores. E não é exagero nenhum afirmar que o Corinthians poderia ter se complicado de verdade se a equipe paraguaia um pouco mais ousada e intensa nas suas transições. Ao mesmo tempo, o técnico Vagner Mancini segue subestimando as atuações ruins dos seus comandados. Muita coisa precisa mudar no Timão. A começar pela postura dentro de campo.

Todos os problemas do Corinthians passavam pelas tomadas de decisão. O meio-campo construía as jogadas mas esbarrava nos erros individuais. Léo Natel, por exemplo, até encontrava espaço para atacar pelo lado direito (e aproveitar a hesitação de Carlos Montiel na marcação), mas quase sempre se equivocada nas arrancadas ou nos passes. Mais atrás, o jovem Bruno Méndez também não estava em noite muito inspirada. E no meio-campo, Luan tinha que recuar demais para buscar o jogo. O que se via era uma equipe desorganizada, sem intensidade nas transições e que teve suas deficiências escancaradas quando o River Plate-PAR colocava velocidade nas transições. Aos 38 minutos, Quiñonez recebeu passe na entrada da área e chutou à esquerda de Cássio num dos únicos lances de boa troca de passes de todo o primeiro tempo e aproveitando justamente a transição defensiva ruim de um Corinthians sem brilho em Assunção.

Dionício Pérez recebe a bola na frente de Bruno Méndez e Gil e tem bastante espaço para iniciar o lance que termina com o chute de Quiñonez à esquerda de Cássio. Os erros nas transições e nas tomadas de decisão foram um tormento na vida do Corinthians. Foto: Reprodução / YouTube / Conmebol Sudamericana

É possível compreender o objetivo de Vagner Mancini com a escalação inicial do Corinthians. O grande problema do Timão, no entanto, seguia na execução das jogadas. Há um padrão de jogo bem claro, uma formação já bastante assimilada pelos jogadores e todo uma estratégia possível de ser notada dentro de campo. Os erros individuais (principalmente de Léo Natel nos contra-ataques e de Bruno Méndez no posicionamento e na saída de bola) foram minando o ânimo da equipe diante de um River Plate-PAR apenas aplicado e minimamente organizado em termos defensivos. O técnico Celso Ayala apostou num 4-1-4-1 com o volante Molinas recuando para formar uma linha de cinco jogadores na frente da área do goleiro Azcona. Tudo para tirar o espaço e dificultar ainda mais a vida de Luan, Jô e companhia na partida disputada no Defensores del Chacho. Destaque para os volantes Quiñonez e Vera, bons na marcação e presentes no ataque.

Vagner Mancini manteve a linha defensiva experiente e apostou nos jogadores que foram bem nas últimas partidas do Paulistão. No entanto, o Corinthians teve muito pouco brilho e quase nenhuma criatividade diante do 4-1-4-1 organizado do River Plate-PAR de Celso Ayala. Faltou movimentação e intensidade.

O Corinthians tinha a posse da bola, trocava passes, mas não conseguia entrar na área do River Plate-PAR em condições de concluir a gol. As melhores chances da equipe paulista vieram em chute de Fagner da entrada da área e em finalização de Vitinho bem defendida pelo goleiro Azcona já nos acréscimos. Aliás, o segundo tempo foi praticamente uma repetição dos primeiros 45 minutos no Defensores del Chaco. O Timão não se movimentava e dependia das bolas levantadas na área e dos chutes de média e longa distância. Ainda que o escrete de Celso Ayala marcasse em bloco baixo e concedesse muito espaço na intermediária, o Corinthians foi uma equipe extremamente estática e sem força para quebrar as linhas do 4-1-4-1/5-4-1 do seu adversário. E sem movimentação inteligente para encontrar espaços, as tomadas de decisão erradas ficaram ainda mais evidentes em mais uma atuação decepcionante na temporada.

Fagner recebe a bola na intermediária com certa liberdade para iniciar a jogada de ataque, mas não encontra um companheiro de equipe em condições de receber o passe. O Corinthians foi refém de uma série de tomadas de decisão erradas na partida contra o River Plate-PAR. Foto: Reprodução / YouTube / Conmebol Sudamericana

A equipe paraguaia ainda assustou o Corinthians com um chute de Crístian Sosa que acertou o travessão de Cássio aos 25 minutos do segundo tempo. No mais, o que se viu foi uma equipe que sofre com a falta de consistência em todos os setores e que segue subestimando suas atuações ruins nessa temporada. Não que Vagner Mancini tenha culpa nos erros de passe e nos ataques desperdiçados pelo quarteto ofensivo durante a partida no Defensores del Chaco. O que incomodou de verdade foi a demora do treinador corintiano para mexer na sua equipe e tentar algo novo. Cantillo (que não pode ser reserva nesse time) entrou no intervalo para dar mais volume ao meio-campo. Por outro lado, Jô e Otero só foram sacados do time aos 31 do segundo tempo. Léo Natel só saiu aos 41 minutos. E a equipe seguiu rondando a área do River Plate-PAR, mas seguia refém dos erros de jogadores e treinador numa noite de pouca inspiração.

Até que ponto as atuações ruins do Corinthians estão sendo subestimadas pela comissão técnica? Até que ponto Vagner Mancini tem culpa no desempenho da equipe dentro de campo? São perguntas que ainda não têm resposta (pelo menos a curto prazo). O que é certo, no entanto, é que o Timão terá pela frente uma sequência complicada de jogos complicados pela frente: Santos e São Paulo pelo Campeonato Estadual e o Peñarol pela Copa Sul-Americana. Já passou da hora de Mancini rever alguns de seus conceitos.

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