Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a vitória dos Blues no jogo de ida das quartas de final da Liga dos Campeões da UEFA
Não foi uma daquelas atuações brilhantes, é verdade. E tampouco foi um daqueles jogos emocionantes e recheado de lances de perigo. No entanto, Chelsea e Porto mostraram que não chegaram nas quartas de final da Liga dos Campeões à toa. Muito por conta do trabalho tático das equipes de Thomas Tuchel e Sérgio Conceição em toda a competição. Só que quem riu por último no Estádio Ramón Sánchez Pizjuán, em Sevilha, foi o escrete inglês. A vitória por 2 a 0 em cima de um Porto aplicadíssimo e bem organizado teve a marca do técnico Thomas Tuchel. Muita paciência nas trocas de passe no meio-campo, atenção nas coberturas e muita concentração para esperar o momento certo de atacar. Destaque para as boas atuações de Mason Mount, Chilwell e Recce James na partida desta quarta-feira (7). Ótimo resultado que deixa o Chelsea muito próximo da vaga nas semifinais da Liga dos Campeões.
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— Chelsea FC (@ChelseaFC) April 7, 2021
Sem contar com Taremi (suspenso) e Sérgio Oliveira (lesionado), o técnico Sérgio Conceição mandou o Porto a campo armado num 4-1-4-1 com Luis Díaz e Corona de olho nas subidas de Recce James e Chilwell e buscando Marega no comando de ataque. Mais atrás, Otávio e Uribe mais próximos de Grujic na proteção da zaga. Mas quem fazia a diferença na partida era Mason Mount. Não somente pelo (belo) gol marcado depois de passe de Jorginho e belo drible de corpo em cima de Zaidu Sanusi. O camisa 19 era o jogador mais perigoso do 3-4-2-1 de Thomas Tuchel e ainda fazia ótima dupla com Recce James pelo lado direito. Mesmo com o Porto desperdiçando boas chances no primeiro tempo, o Chelsea conseguiu se manter firme na marcação sem abrir mão do ataque (ainda que Timo Werner se mostre bem desconfortável jogando pelo lado do campo). Os Blues tinham mais consistência e provaram isso.
Sérgio Conceição montou o Porto num 4-1-4-1 para suprir as ausências de Sérgio Oliveira e Taremi e também para bloquear as saídas do Chelsea. Do outro lado, o escrete de Thomas Tuchel jogava de maneira muito organizada. Destaque para a boa dinâmica colocada por Recce James e Mason Mount no lado direito.
A impressão que a partida deixou foi a de que o Chelsea parecia mais seguro e mais ligado na execução do plano de jogo de Thomas Tuchel. Impossível não perceber uma certa afobação em Marega, Luis Díaz e companhia nas tomadas de decisão no terço final. Mesmo assim, o Porto ainda chegou com força no final do primeiro tempo com Pepe e Uribe, mas sem muito sucesso. Esse panorama foi mantido no início da segunda etapa. A equipe de Sérgio Conceição adiantou as suas linhas e criou boas chances com Luis Díaz e Marega, mas o escrete de Thomas Tuchel seguia ameaçando nos contra-ataques puxados por Mason Mount às costas de Zaidu Sanusi. De acordo com os números do SofaScore, o Porto teve 40% de posse de bola em todo o jogo e finalizou 12 vezes a gol (com cinco no alvo), pontos que mostram uma maior objetividade e um estilo muito mais vertical por parte do time português.
Jorginho encontrou Mason Mount no único espaço que havia na defesa do Porto. O camisa 19 aproveita o vacilo de Zaidu Sanusi e Luis Díaz na marcação, faz o giro rápido e chuta na saída de Marchesín. Gol que premiava a organização do Chelsea de Thomas Tuchel. Foto: Reprodução / Facebook Watch / TNT Sports
Mas tudo isso era feito sem o devido “acabamento” nas conclusões e no último passe. Thomas Tuchel mandou Giroud, Pulisic, Kanté e Thiago Silva para o jogo e rearrumou o Chelsea numa espécie de 5-3-2 com Azpilicueta um pouco mais preso na ala direita e o ótimo Chilwell um pouco mais solto no outro lado. Tanto que o Porto (mesmo com as substituições promovidas por Sérgio Conceição após a metade da segunda etapa) pouco ameaçaram a meta do goleiro Mendy. A equipe portuguesa sofria para encontrar espaços e via o Chelsea administrar a vantagem trocando passes no meio-campo sem ser muito incomodado. Isso até os 39 minutos, quando Jesús Corona dominou mal e permitiu que Chilwell avançasse em velocidade, passasse pelo goleiro Machersín e tocasse para o gol vazio. Vitória justa do que time que esteve mais organizado e que melhor aproveitou as chances que teve durante a partida em Sevilha.
O Porto tentou se lançar ao ataque no segundo tempo, mas não encontrou meios de entrar na área de um Chelsea que se fechou ainda mais na defesa. O gol da vitória acabaria saindo de uma falha do mexicano Jesús Corona em belíssima jogada de Chilwell no lado esquerdo de ataque. Ótimo resultado dos Blues.
É bem verdade que o Porto sentiu demais as ausências de Sérgio Oliveira e Taremi na derrota para o Chelsea. Embora a equipe de Sérgio Conceição tenha se desdobrado na marcação e explorado os contra-ataques, faltava o toque de qualidade dos dois desfalques desta quarta-feira (7). Só que a grande verdade é que o escrete de Thomas Tuchel conseguiu se recuperar da goleada sofrida para o West Bromwich no final de semana passado (pela Premier League) e conseguiu controlar as ações do jogo no Estádio Ramón Sánchez Pizjuán. Mesmo sem ser brilhante e mesmo sem jogar um futebol vistoso. Mas primando pela organização, bom posicionamento na saída de bola, coordenação nos movimentos ofensivos e muita atenção nas trocas de passe para aproveitar o momento certo. Exatamente como aconteceu nos gols de Mason Mount (o melhor em campo na opinião deste que escreve) e Chilwell.
A prova de que Thomas Tuchel vem conseguindo dar liga ao Chelsea está na própria campanha da Liga dos Campeões. Os Blues eliminaram o sempre perigosos Atlético de Madrid de Diego Simeone e agora conseguem superar um Porto que é tão (ou até mais) organizado como o escrete colchonero. Tudo feito com muita paciência, muita concentração e muita dedicação dos jogadores. Principalmente Mason Mount, Azpilicueta, Chilwell e Kovacic.
🔵 Mason Mount = Chelsea's youngest goalscorer in the Champions League knockout stages (22 years, 87 days) 👏#UCL pic.twitter.com/BzBpnHWRmW
— UEFA Champions League (@ChampionsLeague) April 7, 2021
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