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Barcelona supera a retranca do Valladolid na base da garra e se aproxima da liderança do Campeonato Espanhol

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a vitória suada dos comandados de Ronald Koeman em dia de homenagens para Messi

Por Luiz Ferreira em 05/04/2021 23:17 - Atualizado há 9 meses

Divulgação/FC Barcelona

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a vitória suada dos comandados de Ronald Koeman em dia de homenagens para Messi

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. A sabedoria popular está repleta de ensinamentos e lições sobre perseverança, resiliência e força de vontade. É assim na vida e também é assim no velho e rude esporte bretão. O Barcelona superou um valente e aplicadíssimo Valladolid nesta segunda-feira (5) e mostrou que não vai deixar de lutar pelas vitórias nunca (além, é claro, de se aproximar do Atlético de Madrid na briga pela liderança do Campeonato Espanhol). Foram 25 finalizações a gol até que Demebelé finalmente superou o bom goleiro Masip aos 45 minutos do segundo tempo da partida no Camp Nou. Ainda que o árbitro Santiago Jaime Latre possa ter exagerado na expulsão de Óscar Plano, é impossível não concluir que o resultado final premiou a equipe que mais buscou o ataque. Bom para o Barcelona e melhor ainda para Messi, que parece ter reencontrado a alegria no escrete catalão.

É bem verdade que o Barcelona demorou para se encontrar em campo. Tudo por conta do bem organizado 5-3-2 montado pelo técnico Sergio González no Valladolid. Saidy Janko e Nacho Martínez bloqueavam as subidas de Jordi Alba e Dest (os alas do 3-4-2-1 de Ronald Koeman) e ainda saíam para o ataque com muita velocidade. Sergi Guardiola e Kenan Kodro eram tormento constante nas bolas longas e o meio-campo formado por Alcaraz, Óscar Plano e Roque Mesa fechava bem a entrada da área e ainda acelerava o jogo assim que o escrete “blanquivioleta” atacava. Apesar do Barcelona ter ficado mais com a bola do que seu adversário (64% de posse contra 36% de acordo com os números do SofaScore), o escrete catalão não teve tanto volume de jogo. Messi fazia boa partida, mas esbarrava na noite ruim de Griezmann e nas tomadas de decisão erradas de Dembelé nas tramas ofensivas. Faltava objetividade.

Mesmo com Messi se movimentando muito atrás de Dembelé e com Dest e Jordi Alba muito presentes no apoio ao ataque e gerando muita amplitude, o Barcelona não teve tanto volume de jogo na primeira etapa. O Valladolid fechava muito bem os espaços e ainda explorava bem os espaços às costas da zaga blaugrana.

Koeman manteve o esquema com três zagueiros no Barcelona com Frenkie de Jong um pouco mais à frente, quase como um terceiro volante atrás de Busquets e Pedri. Mas o grande problema do escrete catalão também estava em Griezmann. O francês não conseguia dar sequência às jogadas de ataque e ainda perdeu uma chance incrível de abrir o placar após chute de Demeblé rebatido pelo goleiro Masip. Atuação bem abaixo da sua média. Ainda mais depois da boa apresentação contra a Bósnia pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Mas não demorou muito para que o Valladolid (que luta contra o rebaixamento) baixasse as suas linhas e começasse a marcar em bloco baixo. Tudo para conter as subidas de Dest e Jordi Alba pelos lados no desdobramento do 3-4-2-1 para o 3-2-5 no ataque posicional de Ronald Koeman. As ideias do treinador holandês eram ótimas. Só não estavam sendo lá muito bem executadas pelo Barcelona.

O frame acima mostra bem a disposição tática das duas equipes no gramado do Camp Nou. O Barcelona tentava abrir o campo com as subidas de Jordi Alba e Dest e a inversão para o 3-2-5 com as chegadas de Messi, Dembelé e Griezmann. Já o Valladolid se organizava num 5-3-2 bastante compactado. Foto: Reprodução / FOX Sports Brasil

Braithwaite, Trincão e Ronald Araújo entraram nos lugares de Busquets, Griezmann e Mingueza, arrumando o Barcelona num 4-2-3-1 com Dembelé aberto pela esquerda e Messi vindo por dentro. A expulsão (discutível) de Óscar Plano deu ainda mais espaço para o escrete de Ronald Koeman chegar no ataque, mas ou os chutes paravam em Masip (o grande nome da partida na opinião deste que escreve) ou os jogadores do Barça tropeçavam no próprio nervosismo. Com um a menos, o Valladolid se reorganizou num 4-4-1 que variava para um 5-3-1 conforme o posicionamento de Pablo Hervias (substituto de Saidy Janko) e bloqueava todos os espaços possíveis na frente da sua área. Não foi por acaso que o único gol da partida saiu num “abafa” do Barcelona. Frenkie de Jong (já jogando como volante, cruzou, Ronald Araújo desviou e a bola sobrou limpa para Dembelé soltar uma bomba e garantir a vitória (suada) do escrete catalão.

A expulsão de Óscar Plano obrigou Sergio González a arrumar o seu Valladolid numa espécie de 4-4-1/5-3-1 que praticamente não atacava o Barcelona. Ronald Koeman, por sua vez, desfez o esquema com três zagueiros e viu sua equipe vencer a partida numa jogada de “abafa” no último minuto. Foto: Reprodução / FOX Sports Brasil

O resultado positivo foi conquistado muito mais na base da vontade e da garra do que na do jogo coletivo. Mesmo assim, não é difícil perceber que o Barcelona recuperou o equilíbrio perdido jogando no esquema de três zagueiros proposto por Ronald Koeman. A formação ajudou a encaixar os talentos de Frenkie de Jong (cada vez mais seguro jogando entre Mingueza e Lenglet na saída de bola), Jordi Alba, Dest, Busquets, Dembelé e Griezmann. E ainda há Messi. O craque da camisa 10 parece ter recuperado boa parte do prazer em defender as cores do clube que o colocou no topo do mundo várias e várias vezes. Com “La Pulga” querendo jogo, o Barcelona é um time difícil de ser batido ainda que não tenha o brilhantismo do início da década passada. Mesmo assim, é bom prestar atenção em nomes mais jovens como Dest, Pedri, Riqui Puig e outros. A diretoria blaugrana finalmente voltou suas atenções para La Masia.

E por falar no argentino, Lionel Messi recebeu as justas homenagens pelo seu jogo de número 768 com a camisa do Barcelona. É o recordista de partidas pelo clube. E vendo o camisa 10 superar mais esse recorde, este que escreve fica com uma certa ponta de tristeza ao lembrar que seu ciclo um dia vai se acabar. Será muito difícil vermos um jogador com tamanha identificação com uma camisa. Ainda mais alguém tão fora da curva e tão genial como Messi.

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