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Mineiros e o seu dia T

Cláudio Arreguy
Colaborador do Torcedores

21 de abril é aniversário de morte de Tiradentes, Tancredo Neves e Telê Santana. E também do nascimento de Toninho Cerezo

 O feriado de quarta-feira 21 de abril marcou uma espécie de Dia T para os mineiros. A data é aniversário de morte de três ilustres cidadãos nascidos em Minas Gerais e celebra o aniversário de um quarto, ainda vivo e com boa saúde, todos eles com o nome de guerra começando pela letra T. Cada um se notabilizou em seu campo de atuação e constitui um orgulho para a mineiridade.

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O primeiro de nossos personagens é a razão do feriado: Joaquim José da Silva Xavier, o alferes que, por ter também como ofício tratar os dentes até de autoridades, recebeu o apelido que lhe daria fama: Tiradentes. Nascido na Fazendo do Pombal, hoje pertencente à cidade de Ritápolis (vizinha a São João del-Rey), em 12 de novembro de 1746, foi o militante que mais se expôs na Inconfidência Mineira.

Não tinha a capacidade de liderança de companheiros como os letrados Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e o Padre Rolim. Mas tinha a facilidade de comunicação, razão pela qual foi o mais castigado pelos representantes da Corte Portuguesa no Brasil. Enquanto os parceiros de movimento eram deportados, ele foi executado por enforcamento em 21 de abril de 1792 no Largo da Lampadosa (atual Praça Tiradentes no Rio de Janeiro) e desmembrado em partes espalhadas por localidades de seu estado natal, como a Estrada Real, Barbacena e Vila Rica (atual Ouro Preto).

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Tiradentes se transformou no mártir da Inconfidência e é patrono das polícias militares. Curiosamente, foi capturado às margens do Rio das Mortes, em São João del-Rey, terra natal, em 4 de março de 1910, do nosso segundo personagem ilustre: Tancredo de Almeida Neves.

Advogado, vereador, deputado estadual, deputado federal, primeiro ministro no curto regime parlamentarista do governo João Goulart, senador e governador de Minas, Tancredo fez do temperamento conciliador seu grande atributo. Que o levou a ser o vencedor, como representante da oposição, na última eleição indireta a presidente na Ditadura Militar, superando o governista Paulo Maluf. Era o auge de sua carreira.

Em 14 de março de 1985, véspera da posse, ele não conseguiu mais esconder as dores abdominais que o incomodavam havia semanas e acabou internado em Brasília. No dia seguinte, seu vice José Sarney assumia a presidência. Transferido dias depois para São Paulo, Tancredo se viu em meio a disputa de egos entre médicos, posou para uma foto farsesca dando conta de uma recuperação que não existia, submeteu-se a mais cirurgias e acabou morrendo na noite de 21 de abril, recebendo as honras de chefe de estado.

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Nascido em Itabirito em 26 de julho de 1931, o terceiro mineiro desta lista é Telê Santana da Silva. De família numerosa, passou parte da adolescência na casa de uma tia… em São João del-Rey. De lá partiu para o sonho de ser jogador do time de coração, o Fluminense, do qual se tornou ídolo. Defendeu também Guarani, Madureira e Vasco antes de pendurar as chuteiras e regressar às Laranjeiras.

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De técnico dos juvenis (hoje juniores), foi promovido aos profissionais e se sagrou campeão carioca em 1969. No ano seguinte, conquistou o Mineiro à frente do Atlético. Pelo qual foi também campeão brasileiro em 1971. Telê passou por São Paulo e Botafogo, fez bom trabalho no Grêmio (campeão gaúcho em 1977) e no Palmeiras (1979).

O bom futebol palmeirense levou o comando da recém-criada CBF a escolher o mineiro como primeiro treinador exclusivo da Seleção Brasileira, em 1980. Telê montou uma das mais encantadoras seleções da história, mesmo não tendo sido campeão mundial em 1982. Depois de três anos na Arábia Saudita, reassumiu provisoriamente a equipe nacional em 1985 e a classificou para a Copa de 1986. Na qual voltou a ser o treinador e caiu invicto, nos pênaltis, nas quartas de final.

O auge de Telê em termos de títulos foi no São Paulo. Campeão paulista em 1991 e 1992, é o único a ter sido vencedor nos quatro estados mais tradicionais no futebol do país. Sob seu comando, o Tricolor levantou o Brasileiro de 1991, a Libertadores e o Mundial de Clubes em 1992 e 1993 e a Supercopa Libertadores em 1993.

Doente, Telê teve de se afastar do futebol em 2006. Recolheu-se a Belo Horizonte, onde suas aparições públicas foram rareando. Morreu em 21 de abril de 2006.

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Um de seus principais jogadores no São Paulo foi o quarto mineiro da nossa relação, lançado pelo treinador em 1974 no Atlético-MG: o belo-horizontino Antônio Carlos Cerezo, que completou 66 anos neste 21 de abril. Filho adotivo de um palhaço de circo, Moleza, e de uma trapezista húngara, Helena, Toninho Cerezo foi criado com ajuda da Cúria Metropolitana de BH.

Como jogador, fazia e muito bem nos anos 70 ‒ já era moderno há mais de quatro décadas, portanto ‒ tudo o que se exige de um grande jogador de meio-campo. Rápido, de passes verticais, atuava de intermediária a intermediária e ditava o ritmo de uma equipe. Foi assim no Galo, na Seleção Brasileira, Roma, Sampdoria (campeão italiano em 1990/1991), São Paulo, Cruzeiro, Paulista de Jundiaí e América-MG.

Por não ter o figurino elegante de um estilista como Falcão, seu parceiro na Roma e na Seleção, Cerezo sofreu certo preconceito por parte da crônica esportiva e foi jocosamente chamado de “peladeiro”. Como se na pelada não estivesse a essência do futebol brasileiro. Sua movimentação incessante, a capacidade de estar em todas as partes, encantou as torcidas dos times que defendeu e a exigente crônica italiana, que dava mais atenção à produtividade. Ainda hoje é reverenciado em Gênova. Ele honrou as tradições dos antepassados mineiros de letra T.

PS.: Recomendo a leitura do livro O Tiradentes ‒ uma biografia de Joaquim José da Silva Xavier, de 2018, do jornalista Lucas Figueiredo

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Vale conferir também Tancredo Neves, o Príncipe Civil, de 2017, do igualmente jornalista Plínio Fraga.

E ainda Fio de Esperança, Biografia de Telê Santana, de 2000, de mais um jornalista, André Ribeiro

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