Abel Ferreira justifica escalação do Palmeiras com três zagueiros: “Para mim não há sistema mais agressivo”
Abel Ferreira surpreendeu na escalação da equipe para a estreia na fase de grupos. Capitão do time, Felipe Melo ficou no banco de reservas e não foi utilizado
Atual campeão da Libertadores, o Palmeiras estreou na fase de grupos da temporada de 2021 com uma vitória sofrida por 3 a 2 sobre o Universitario, do Peru, em Lima. Em entrevista coletiva após a partida, o técnico Abel Ferreira justificou a escalação com três zagueiros – Gustavo Gómez, Luan e Alan Empereur.
“Já disse que não sou treinador de sistemas, gosto de jogar de várias formas. O jogo não tem a ver com números, mas dinâmicas. Eu sempre joguei com três defesas, ou com dois centrais e um lateral, ou com dois zagueiros e um volante a entrar no meio dos zagueiros. O que me importa não é olhar para trás, quando estamos a atacar, olhem quantos chegam na área. É para frente que se olha. Não há sistema mais agressivo do que o que jogamos. Se vocês têm dúvidas, viram o Rocha que é lateral direito, a falhar duas vezes, uma no pênalti e outra na segunda”, explicou o português.
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O treinador palmeirense ainda destacou a força do adversário. “Uma equipe extremamente competitiva, fez só três jogos oficiais, com o andar da competição vai ganhar ritmo. Eles não desistem, tanto que acreditaram que poderiam ganhar da gente quando tiveram um a mais. É uma equipe que vai chatear os outros três do grupo. Portanto, temos de estar sempre preparados, respeitando nossos adversários e acredito que com o ritmo competitivo que vai adquirir, vai ficar mais difícil no futuro”, avaliou.
Sobre a partida complicada e a vitória conquistada no último lance, Abel Ferreira ponderou: “Quando nós acreditamos muito, atraímos o que pensamos. E pelo que fizemos nos 90 minutos teríamos que sair com a vitória”.
“A montanha que escalamos ano passado foi muito alta e tivemos pouco tempo para desfrutar da vista. Estamos agora todos no mesmo patamar. O que queremos é ganhar”, acrescentou.
Para o comandante, o Palmeiras fazia uma boa partida até a expulsão de Empereur quando o Verdão já vencia por 2 a 0. “Até a expulsão, fizemos um jogo extraordinário, muita organização com bola e equilíbrio. Luan fez grande jogo, Alan acabou por cometer um erro, mas faz parte. Chegamos com muita gente à área. Futebol é isto. Uma expulsão, nasce um gol. Em 5 minutos o jogo muda.”
“O certo é que os jogadores são guerreiros. Temos comido alguns limões ultimamente, mas faremos deles uma limonada. Foi o que fizemos hoje. Com a ajuda dos jogadores que estavam no banco. Quando acreditamos muito, atraímos o que pensamos”, completou.
SOBRE O JOGO:
O Palmeiras entrou em campo com uma equipe bem modificada com relação aos últimos jogos – além de três zagueiros, o meio campo tinha Danilo e Patrick de Paula, Victor Luiz na vaga do suspenso Matías Viña, e um ataque formado apenas por Rony e Luiz Adriano.
A equipe abriu o placar aos 21 minutos, com o gol marcado por Danilo após cobrança de escanteio de Raphael Veiga. Sem muitas dificuldades, o Verdão ainda teve chances de ampliar o placar na etapa inicial, mas ficou por isso mesmo.
Já no início no segundo tempo, Rony recebeu um belo lançamento do zagueiro Luan e encontrou Raphael Veiga na grande área. O meio-campista chegou batendo para mandar a bola para o fundo das redes. Com a vantagem no placar e o Universitário pouco inspirado, o time comandado por Abel Ferreira parecia encaminhar uma goleada, mas não foi isso que aconteceu.
Aos 18 minutos da etapa final, o zagueiro Empereur recebeu o segundo cartão amarelo e acabou expulso. No mesmo lance, o Universitário diminuiu o placar em cobrança de falta. Aos 22, a equipe peruana empatou a partida com um gol de pênalti. O Palmeiras conseguiu garantir a vitória com o gol marcado pelo zagueiro Renan após cobrança de escanteio aos 49 minutos do segundo tempo.
Com a vitória, o Palmeiras lidera o grupo A com três pontos após o empate por 1 a 1 entre Independiente Del Valle e Defensa y Justicia, no outro confronto da chave.