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Melhor atuação coletiva do Barcelona na temporada não é suficiente salvar a equipe na Liga dos Campeões

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o empate entre os comandados de Ronald Komean e o Paris Saint-Germain de Mauricio Pochettino

Por Luiz Ferreira em 11/03/2021 01:09 - Atualizado há 9 meses

Reprodução / Facebook / UEFA Champions League

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o empate entre os comandados de Ronald Komean e o Paris Saint-Germain de Mauricio Pochettino

O chamado “milagre de Paris” não aconteceu, é verdade. Muito por conta de uma série de erros em tomadas de decisão em lances capitais e pelas oportunidades desperdiçadas por um Barcelona que emplacou uma das suas melhores atuações coletivas na atual temporada. Linhas adiantadas, defesa bem postada, muita pressão pós-perda e muita aproximação entre os setores foram algumas das marcas do escrete comandado por Ronald Koeman no empate em 1 a 1 com o Paris Saint-Germain de Mauricio Pochettino. Mesmo assim, não é nenhum absurdo afirmar que o técnico holandês encontrou um norte para a sequência da temporada. O 3-4-2-1 funcionou mais uma vez, encaixou bem os talentos à disposição de Ronald Koeman e deu o equilíbrio que o escrete blaugrana tanto precisava. É corrigir os erros, recuperar atletas e seguir no caminho que se mostrou muito promissor nas últimas partidas do Barcelona.

Não é nenhum exagero afirmar que o Barcelona fez uma boa partida nesta quarta-feira (10) e deixou a impressão de que poderia ter criado muito mais problemas para um Paris Saint-Germain mais apagado do que na partida de ida. O problema é que, apesar do 3-4-2-1 bem distribuído em campo (que trazia Frenkie de Jong como zagueiro central para liberar Dest e Jordi Alba para o ataque), o escrete blaugrana acabou esbarrando nas próprias pernas e em mais uma atuação segura do ótimo (e subestimado) goleiro Keylor Navas. Chances de balançar as redes não faltaram, é verdade. Dembelé (sozinho) perdeu duas oportunidades claras. E Messi acabou desperdiçando uma penalidade quando o jogo estava empatado e já se encaminhava para o intervalo. A falta de confiança em alguns jogadores (apesar da clara melhora nos aspectos tático e coletivo) chegava a saltar aos olhos em determinados momentos.

Ronald Koeman encontrou o equilíbrio que o Barcelona tanto buscava adotando o 3-4-2-1 com desenho tático básico. De Jong recuava entre os zagueiros para liberar Dest e Jordi Alba, Pedri e Busquets armavam o jogo, Messi flutuava e Dembelé explorava as costas da linha defensiva do Paris Saint-Germain.

É verdade que o PSG de Mauricio Pochettino não teve uma atuação tão destacada como na goleada por 4 a 1 no Camp Nou. A impressão que ficou era a de que o treinador argentino apenas fechou sua equipe num 4-1-4-1 que tinha em Mbappé a sua principal válvula de escape. Mesmo assim, era pouco para vencer a forte marcação do 3-4-2-1 que encaixou bem os talentos de Busquets, Jordi Alba e (principalmente) Messi. O camisa 10, inclusive, não ficou tão sobrecarregado na armação das jogadas como na temporada passada. É uma pena que, mesmo com uma ótima atuação coletiva no primeiro tempo, o escrete blaugrana tenha sofrido o gol de Mbappé (em bela cobrança de pênalti) num lance bobo dentro da área. Messi marcou um golaço e devolveu o ânimo para o lado catalão, mas acabou parando em Navas quando teve a chance de colocar o Barcelona na frente em penalidade marcada nos minutos finais do primeiro tempo.

O Barcelona ocupou bem os espaços, avançou a marcação e criou boas chances com o 3-4-2-1 de Ronald Koeman. Messi jogou solto no meio-campo, marcou um golaço e ditou o ritmo da equipe. As chances desperdiçadas por ele e por Dembelé acabaram minando o ânimo da equipe catalã. Foto: Reprodução / Facebook Wacth / TNT Sports Brasil

O segundo tempo foi praticamente uma repetição do primeiro. Mesmo com Ronald Koeman tendo que sacar o zagueiro Mingueza da partida por conta do amarelo recebido pelo jogador, a equipe do Barcelona manteve a pressão na marcação e criou pelo menos três grandes chances de pular na frente no placar, mas o goleiro Keylor Navas e o zagueiro Marquinhos (um verdadeiro gigante nas antecipações e na saída de bola) salvaram a pátria do Paris Sait-Germain. Conforme o tempo ia passando, o técnico Mauricio Pochettino foi trocando peças e apenas administrando o resultado até o apito final. Enquanto isso, Ronald Koeman ainda tentou mandar o Barcelona para uma espécie de “sprint final” com as entradas de Pjanic, Moriba e Braithwaite, mas apenas empilhou jogadores no ataque sem a organização e a intensidade vistas nos primeiros 45 minutos de partida em Paris. O tal “milagre” acabou não acontecendo.

As entradas de Trincão, Firpo, Pjanic, Moriba e Braithwaite não alteraram o desenho tático básico do Barcelona no segundo tempo. No entanto, a equipe catalã não teve a mesma intensidade dos primeiros 45 minutos. O PSG, por sua vez, foi administrando o resultado e apostando nas bolas longas para Mbappé e Icardi.

Apesar do empate e da eliminação na Liga dos Campeões da UEFA, a grande verdade é que Ronald Koeman encontrou sim um caminho a seguir nas próximas partidas do Barcelona na temporada. Principalmente se o escrete blaugrana mantiver o nível do primeiro tempo desta quarta-feira (10), aliando intensidade, pressão pós-perda e velocidade nas transições. O 3-4-2-1 funcionou e devolveu um pouco de equilíbrio para a equipe catalã sem mexer muito nos principais nomes do elenco. Messi teve com quem jogar, Pedri foi muito bem na distribuição das jogadas, Dest e Jordi Alba tiveram liberdade para avançar e Dembelé (apesar das chances desperdiçadas) incomodou bastante a zaga do PSG. É o tipo da atuação que deve servir de modelo para confrontos contra equipes de alto nível. Aperfeiçoando a execução dos movimentos e buscando corrigir os problemas que foram surgindo no posicionamento ou na criação.

Essa será a primeira vez desde a temporada 2004/05 em que Messi e Cristiano Ronaldo foram eliminados antes das quartas de final da Liga dos Campeões da UEFA. Há quem fale no “fim de uma era”. Este que escreve, no entanto, prefere olhar para a evolução das demais equipes e para o surgimento de outros grandes nomes do nosso futebol. E os dois fazem parte desse processo todo. Não é por acaso que ainda sejam referências para muita gente.

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