Mattos ainda explicou a contratação de Carlos Eduardo e revelou que chegou a acertar com Rony antes, mas o negócio melou por causa do empresário do atacante
O ex-diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, foi parte importante do processo de reestruturação do clube a partir de 2015, e entre erros e acertos, teve como um dos principais pontos negativos de sua gestão a contratação do atacante Carlos Eduardo por US$ 6,5 milhões (cerca de R$ 25,2 milhões à época), o que piorou na comparação com Bruno Henrique, contratado pelo Flamengo no mesmo ano por um valor menor, algo em torno de R$ 23 milhões.
Em entrevista ao canal “Amici 1914”, no YouTube, Mattos explicou a contratação de Carlos Eduardo, e negou que o clube tenha pensando em contratar Bruno Henrique, que na época ainda estava no Santos. O dirigente revelou que o ex-presidente do Peixe, José Carlos Peres, ofereceu o jogador para tentar evitar a venda ao Flamengo.
“Bruno Henrique nunca participou de pedido técnico do Palmeiras e nem de treinador nenhum. Todo mundo achava que ele tinha problema no olho. O próprio Santos vendeu ele pelo mesmo preço ou um pouco menos que comprou porque achou que ele não iria jogar. O Palmeiras nunca ligou”, garantiu.
“O presidente Maurício Galiotte, em uma reunião com presidentes, o presidente do Santos [à época José Carlos Peres] chamou ele no canto e falou ‘Maurício, você é rico. Me ajuda. O Flamengo esta aliciando o Bruno Henrique. Eu não quero vender ele para o Flamengo. Para o Palmeiras, é difícil porque é rival, mas te vendo por 10 milhões de euros e mais o Raphael Veiga’. O Maurício me ligou. Eu disse ‘Maurício, vão prender todo mundo aqui [se o Bruno Henrique for contratado]. Nós não sabemos como ele está’. Alguém aqui imaginada que o Bruno Henrique iria ser o Bruno Henrique? São coisas do futebol”, avaliou Mattos.
Sobre a contratação de Carlos Eduardo:
Ao justificar a contratação de Carlos Eduardo, no início de 2019, o ex-diretor Alviverde explicou que o atacante foi avaliado por oito pessoas, incluindo Felipão e Paulo Turra, técnico e auxiliar-técnico no clube na ocasião. Mattos ainda revelou que, antes de contratar o atacante que estava no Pyramids, do Egito, o Palmeiras chegou a acertar a contratação de Rony, mas a negociação melou por causa do empresário do jogador, que acabou sendo contratado oficialmente em 2020.
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“Como que o Palmeiras chegou no Carlos Eduardo: a gente vendeu o Keno, e não tinha como não vender. Eram 10 milhões de dólares e o Keno pediu para sair. Tem hora que não tem jeito. O presidente já havia falado que se pagassem 8 milhões de dólares, era para vender. Nós vendemos o Keno. Um dia depois, eu contratei o Rony. Eu liguei para o empresário dele, ele foi lá na Academia de Futebol, [o Rony] fez exames médicos, assinou pré-contrato e estava tudo certo. O departamento jurídico falou ‘Alexandre, do jeito que esse cara quer trazer, é impossível’. Tanto que o Athletico Paranaense foi punido. Eu liguei para o Japão, cheguei a fazer um acordo com os japoneses para comprar o Rony por 1,8 milhão de dólares. O empresário dele falou ‘se vocês derem um centavo para os japoneses, nós estamos fora porque esses caras são isso, são aqui, falsificaram assinatura’. E a ali caiu [a contratação] do Rony. Ficamos com a vaga aberta. Veio o Felipão, o Willian [Bigode] encaixou ali na posição e deu certo, mas ele rompeu os ligamentos no último jogo do Brasileiro de 2018 e a partir daí o Palmeiras de não só mais um, mas de dois [atacantes de lado]”, contou Mattos.
“O Felipão falou o seguinte ‘eu quero dois extremos’. Ali começamos ‘caro demais’, ‘caro demais’ e ‘caro demais’. O pessoal de análise de desempenho chamou o Felipão e o Paulo Turra ‘nós achamos esse aqui’. Oito pessoas viram o Carlos Eduardo. O Felipão viu, aprovou. Paulo Turra aprovou, e falou comigo ‘Alexandre, dos [nomes] que temos aqui, é o Carlos Eduardo’. Ah e o Felipe Pires? O Paulo Turra viu e aprovou”, completou o dirigente.