Mattos falou sobre a reação que teve quando o atacante recusou um salário de cinco milhões de euros por ano
Sem clube desde que deixou o Atlético-MG com a chegada da nova diretoria no início, do ano, Alexandre Matos, que também é ex-diretor do Palmeiras e foi um dos responsáveis pelo projeto de reestruturação do clube em 2015, contou alguns bastidores do período em que trabalhou no Verdão, e lembrou da venda frustrada de Deyverson para o futebol chinês.
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Em entrevista ao canal “Amici 1914”, no YouTube, Alexandre Mattos contou que o Shenzhen FC ofereceu 12,5 milhões de euros pela contratação do atacante, valor que à época correspondiam a cerca de 64 milhões de reais. Além disso, o clube chinês propôs um salário muito acima dos padrões do futebol brasileiro.
“Saímos da reunião com 12,5 milhões de euros assinados pelo Palmeiras e pelo clube chinês. Faltava a assinatura do Deyverson. O Deyverson recebeu uma proposta [salarial] de cinco milhões de euros por ano, durante cinco anos. Sabe quando ele vai receber uma proposta dessa de novo? Nunca mais na vida. E eu disse isso a ele ‘não tem como você não ir’. Ele recusou. Eu quis bater a cabeça na parede, pelo Palmeiras e pelo Deyverson”, disse o ex-diretor.
Sem espaço no Palmeiras, Deyverson deixou o clube por empréstimo rumo ao Getafe, da Espanha, mas não conseguiu alcançar as metas. O atacante permaneceu no futebol europeu ao ser novamente emprestado, desta vez para o Alavés, também da Espanha, com quem tem contrato até junho de 2021.
CASO LUCAS LIMA:
Durante a entrevista, Alexandre Mattos comentou sobre diversas contratações que fez durante o período em que foi diretor de futebol do Palmeiras, entre elas, a de Lucas Lima, que recusou renovar com o Santos em 2017 para vestir a camisa Alviverde a partir de 2018.
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“Cada contratação depende do momento, do negócio, do business. Infelizmente a gente não tem bola de cristal. O Lucas Lima, com 25 anos, foi um grande ponto de consolidação do Palmeiras. Ninguém esperava o Lucas Lima no Palmeiras, ninguém esperava nem que ele ficasse no Brasil. Pediam ele na seleção. Falar que foi muito um contrato de cinco anos [de duração]? Se fizessem dois, iam falar ‘quem foi o imbecil que fez com dois anos?’. Não dá para falar. O que tem que fazer é ter competência para limpar'”, disse Mattos.
O dirigente revelou ainda que chegou a tentar levar Lucas Lima para o Atlético-MG no segundo semestre de 2020, mas o Palmeiras comunicou que o jogador seria observado por Abel Ferreira, que foi contratado em novembro.
“O Palmeiras tinha 89 jogadores, muitos saíram emprestados, trocados, com acordo. Outros ficaram porque eram importantes, talvez não valendo o valor investido, mas o treinador usa. Lucas Lima é campeão paulista, do Brasileiro, da Libertadores. Os treinadores não usam ele, mas todos querem que ele fique. Quando eu estava no Atlético-MG eu liguei lá, e falaram ‘não, o Abel vai ver'”, completou.