Coordenador de base e tetracampeão do mundo segue intubado
O ex-jogador Branco, coordenador de base da CBF, foi usado pelo jornalista André Kfouri, em sua coluna no jornal O Globo, como exemplo de que a entidade que comanda o futebol brasileiro enxerga o esporte apenas como “um compromisso comercial que deve ser cumprido sob quaisquer circunstâncias”.
Segundo ele, a decisão que leva jogos do Paulistão para Volta Redonda, e que pode levar também confrontos da Copa do Brasil para a cidade fluminense, será tratada como uma “vitória” da CBF, que tenta realizar jogos a qualquer custo. Porém, internamente poucos citam o caso de Branco.
“É assim que o futebol dito profissional se move no Brasil, enquanto Branco, tetracampeão do mundo em 1994, funcionário da CBF, respira com ajuda de aparelhos num hospital do Rio de Janeiro”, lembrou Kfouri.
O jornalista ainda lembrou que há uma “pegadinha” nas pessoas que falam que o futebol no Brasil não pode parar porque “em outros países não parou”. Conforme lembrou Kfouri, nos países europeus o lockdown foi severo e o futebol foi levado como opção para segurarem as pessoas em casa. No Brasil, a situação é completamente inversa.
“O argumento de que o futebol não parou nem mesmo em países onde se fez confinamento é uma pegadinha infantil. Para efeito de combate ao vírus, que é o que se pretende, o que importa é se há confinamento ou não”, lembrou o profissional, que citou ainda a impossibilidade de brasileiros saírem do país no atual momento.
“No Brasil não houve e não há, e é exatamente por isso que o passaporte brasileiro hoje é um documento inútil e a situação chegou ao ponto em que a paralisação do futebol contribuiria para a conscientização de que é imperativo restringir a circulação de pessoas e recuperar a capacidade de atendimento do sistema de saúde.”
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