Ex-ministro diz que futebol precisa ser paralisado e questiona argumentos contrários: “o contexto mudou”
Médico de 69 anos disse que o aspecto também é educativo
Médico de 69 anos disse que o aspecto também é educativo
Ministro da Saúde do Brasil entre 2007 e 2010, o médico José Gomes Temporão, de 69 anos, disse em entrevista ao Seleção SporTV que a decisão de alguns estados em paralisar o futebol é acertada. O profissional disse que entende os questionamentos sobre o protocolo do esporte, mas, segundo ele, o contexto mudou.
“As medidas dos governos de paralisar o futebol são medidas acertadas. O Brasil vive um momento de exceção. Estamos caminhando, rápida e perigosamente, para 300 mil mortes. Quando você analisa a questão do futebol, e eu sou apaixonado por esse esporte, é preciso analisar o contexto geral. O contexto mudou. Há uma disseminação muito rápida dessa nova variante do vírus. Já falamos várias vezes, o governo federal errou em muitas coisas, agora mudou o ministro e a vacinação vai em conta-gotas”, disse Temporão, que era o ministro da Saúde entre 2009 e 2010, quando a epidemia de H1N1 estourou no Brasil e foi cessada com um processo de vaicnação em massa.
“Não tem nenhum sentido em um contexto como esse, de exceção, onde todos os setores estão fazendo sacrifício, insistir em manter a continuidade do futebol. É uma questão até do ponto de vista educativo e é até simbólico. O futebol tem que parar para sinalizar o respeito às pessoas que morreram e que estão sofrendo, e dizer para sociedade que o futebol está junto com essas pessoas. É um momento muito difícil para o Brasil. Temos que nos unir ao esforço da sociedade para tentar reduzir a circulação do vírus e evitar que o número de mortes aumente.”
Ainda segundo o ex-ministro da Saúde, o futebol não deveria ter sequer data para voltar.
“O futebol precisa estar junto com os brasileiros. O futebol volta quando a vida voltar. Quando as pessoas puderem voltar a trabalhar e quando o transporte público puder a operar naturalmente, quando a pressão sobre o sistema de saúde reduzir e a cobertura da vacinação começar a subir. Só assim, o futebol poderia voltar.”
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