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Dirigentes, silenciados pela CBF, puderam falar na FPF

Por fernandogalvao em 30/03/2021 19:53 - Atualizado há 4 anos

FOTO: RODRIGO CORSI / FPF

Representantes dos clubes deram suas opiniões, bem como representes dos sindicatos e a comissão médica da Federação Paulista.

Pessoas que estiveram na reunião virtual dos dirigentes com o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, dizem que o clima foi totalmente diferente da videoconferência da CBF na semana passada. Todo os representantes dos clubes que quiseram falar, tiveram voz e foram ouvidos. Chamou a atenção o fato de estarem muito preocupados com a situação da pandemia atualmente, e com a saúde dos atletas, comissões técnicas e funcionários de outras áreas dos clubes. “Houve sempre uma tentativa de conciliar a necessidade econômica dos clubes com a vida das pessoas”, me contou um dos convidados.

Do encontro saiu a decisão de aumentar as restrições, tentar criar uma bolha em cada clube, começar as partidas só a partir das 8 da noite, quando se dá, em tese, o toque de recolher e o torcedor deveria voltar para casa. O novo pacote de medidas foi entregue ao Ministério Público que, até a publicação desse post, não havia se manifestado.

A decisão dos clubes e da entidade vai na contramão do que diz a Ciência. Uma pesquisa coordenada pela USP foi divulgada essa semana. Ela mostrou que o índice de infecções pelo novo coronavírus, em jogadores que disputaram competições da FPF, foi muito similar ao índice encontrado em profissionais de saúde que atuam na linha de frente de combate à pandemia.

O estudo mostrou que 11,7% dos atletas em São Paulo se contagiaram. Foram analisados cerca de 30 mil testes RT-PCR de 4.269 atletas, com 501 positivos. Segundo os pesquisadores,  apenas oito jogadores testaram positivo no Campeonato Alemão entre 1.702 jogadores que fizeram o exame, um índice de 0,6%.

Os clubes sabem dos riscos e se prendem ao fato de terem tido apenas casos leves até agora. O peso no bolso é a pressão feita pelos detentores dos direitos de transmissão. A Globo, com razão, só quer pagar se houver jogo. Caso contrário, suspende e paga lá na frente. Pendurados na TV como maior fonte de arrecadação, eles tentam encontrar uma solução boa para todos. Além disso, a ausência de exposição nas mídias diminui o valor da marca. Só no ano passado, a paralisação de meados de março até julho, deu um prejuízo de cerca de 1 bilhão no valor de mídia.

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