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Mesmo sem jogar bem na estreia, Tigres de Gignac e Rafael Carioca mostra potencial para surpreender muita gente

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o adversário do Palmeiras nas semifinais do Mundial de Clubes da FIFA

Por Luiz Ferreira em 05/02/2021 01:45 - Atualizado há 3 anos

Reprodução / Facebook / FIFA Club World Cup

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o adversário do Palmeiras nas semifinais do Mundial de Clubes da FIFA

É bem verdade que muita gente (inclusive este que escreve) esperava uma atuação mais sólida e mais consistente do Tigres contra um Ulsan Hyundai muito bem distribuído em campo na tarde desta quinta-feira (4), no Estádio Ahmed bin Ali. Principalmente por contar com nomes como o francês Gignac e com o brasileiro Rafael Carioca entre os titulares. Mesmo assim, o escrete comandado por Ricardo “Tuca” Ferretti apresentou um futebol até certo ponto razoável e boa organização entre seus setores para superar a equipe sul-coreana e se garantir nas semifinais do Mundial de Clubes da FIFA. Por mais que todos esperassem mais da equipe mexicana, é bom lembrar que o Club de Fútbol Tigres de la Universidad Autónoma de Nuevo León tem sim qualidade e potencial suficiente para complicar a vida de muita gente. Incluindo a do Palmeiras de Abel Ferreira no jogo das semifinais do Mundial de Clubes da FIFA.

Um dos grandes pecados do Tigres foi a falta de velocidade e de intensidade nas transições. De acordo com o SofaScore, a equipe mexicana teve 53% de posse de bola e finalizou 13 vezes com seis delas indo na direção do gol defendido por Hyeon-woo Jo. O grande problema da equipe de Tuca Ferretti nem estava na organização defensiva. Os zagueiros Diego Reyes e Francisco Meza vigiavam bem a área e os laterais Luís Rodríguez e Carlos Salcedo não comprometiam na marcação e também apareciam no ataque. A lentidão da equipe na saída de bola (panorama percebido nas últimas partidas do Tigres na temporada) chegou a incomodar aqueles que esperavam uma partida mais disputada no Estádio Ahmed bin Ali e mostrava que Gignac (o craque do time) precisava de alguém mais próximo a ele no ataque. Ao mesmo tempo, os “pontas” Javier Aquino e Luís Quiñones contribuíam pouco na construção ofensiva.

Enquanto o Tigres tentava encontrar a melhor maneira de fazer a bola chegar na frente com pelo menos um pouco de qualidade (e colocar mais intensidade nas transições para o ataque), o Ulsan Hyundai abriu o placar aos 24 minutos de jogo com Kee-hee Kim após cobrança de escanteio da esquerda. Foi a senha para que Gignac e Rafael Carioca mostrassem a sua importância no escrete comandado por Tuca Ferretti. O primeiro criou várias jogadas de perigo nas jogadas de pivô, incendiou sua equipe (que não havia produzido nada de muito útil até os dez minutos finais do primeiro tempo) e ajudou a mudar todo o panorama da partida. Já o segundo foi importantíssimo para qualificar a saída de bola e para tirar o meio-campo do Tigres de uma pasmaceira incômoda na partida. O camisa 5 fazia o 4-3-3 de Tuca Ferretti andar e ainda distribuía passes com muita eficiência. Baita partida do volante brasileiro.

Gignac e Rafael Carioca foram os principais nomes de um Tigres que demorou para engrenar na partida desta quinta-feira (4). O escrete mexicano só conseguiu dominar um organizado e esforçado Ulsan Hyundai depois que o veterano francês chamou a responsabilidade e quando o brasileiro apareceu mais no meio-campo.

Essa construção mais lenta do Tigres é um dos problemas mais crônicos da equipe. E é também um dos pontos que mais preocupa o técnico Tuca Ferretti. Não somente pelos sustos que tomou diante de um Ulsan Hyundai organizado e muito bem treinado por Myung Bo Hong, mas por ter jogado o segundo tempo de maneira preguiçosa e pragmática além da conta. Mesmo voltando ao 4-4-2 (após a entrada de Carlos González no lugar de Francisco Meza) e com os jogadores atuando mais próximos uns dos outros. E por mais que o escrete mexicano tenha mostrado que sabe se defender, a equipe quase se complicou em determinados momentos por abrir espaços demais entre suas linhas e permitir que seu adversário explorasse a entrada da área. Exatamente como aconteceu no lance do gol anulado de Bit-garam Yoon no início da segunda etapa após desatenção completa da defesa após bola longa de Young-Woo Seol.

Young-Woo Seol lança Bit-garam Yoon e o camisa 10 do Ulsan Hyundai só não saiu para o abraço porque a arbitragem assinalou impedimento na jogada. Mesmo jogando de maneira organizada, o Tigres sofreu com a lentidão nas transições e sofreu com a rapidez do seu adversário. Foto: Reprodução / YouTube / FIFA TV

Todo o elenco e comissão técnica do Palmeiras devem ter acompanhado a partida desta quinta-feira (4) e notado que a equipe do Tigres não mostrou ser tão intensa nas suas transições. Por outro lado, jogadores como Gignac e Rafael Carioca precisam ser vigiados de muito perto por todo o time. São eles quem fazer o escrete mexicano jogar e colocar velocidade na saída de bola e nas tramas ofensivas. Será um baita desafio para todo o sistema defensivo do Verdão. Não somente para evitar que a bola chegue nos pés do veterano francês, mas também para impedir que o brasileiro da camisa 5 consiga pensar o jogo e distribuir passes no meio-campo. E desde já fica o alerta: o Tigres tem sim futebol para surpreender muita gente nesse Mundial de Clubes da FIFA. Mesmo tendo jogado mal contra o Ulsan Hyundai, fato que pode ser até compreensível diante do peso e do nervosismo de alguns jogadores.

Este que escreve até espera uma vitória do Palmeiras, mas também espera um jogo muito estudado e muito tenso por conta de tudo que está em jogo no Mundial de Clubes da FIFA: a vaga na decisão. A velocidade de Rony pelos lados do campo e as jogadas de pivô de Luiz Adriano são algumas das armas do escrete comandado por Abel Ferreira que podem funcionar muito bem na partida deste domingo (8).

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