Home Futebol Mesmo sem jogar bem na estreia, Tigres de Gignac e Rafael Carioca mostra potencial para surpreender muita gente

Mesmo sem jogar bem na estreia, Tigres de Gignac e Rafael Carioca mostra potencial para surpreender muita gente

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o adversário do Palmeiras nas semifinais do Mundial de Clubes da FIFA

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa o adversário do Palmeiras nas semifinais do Mundial de Clubes da FIFA

É bem verdade que muita gente (inclusive este que escreve) esperava uma atuação mais sólida e mais consistente do Tigres contra um Ulsan Hyundai muito bem distribuído em campo na tarde desta quinta-feira (4), no Estádio Ahmed bin Ali. Principalmente por contar com nomes como o francês Gignac e com o brasileiro Rafael Carioca entre os titulares. Mesmo assim, o escrete comandado por Ricardo “Tuca” Ferretti apresentou um futebol até certo ponto razoável e boa organização entre seus setores para superar a equipe sul-coreana e se garantir nas semifinais do Mundial de Clubes da FIFA. Por mais que todos esperassem mais da equipe mexicana, é bom lembrar que o Club de Fútbol Tigres de la Universidad Autónoma de Nuevo León tem sim qualidade e potencial suficiente para complicar a vida de muita gente. Incluindo a do Palmeiras de Abel Ferreira no jogo das semifinais do Mundial de Clubes da FIFA.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Um dos grandes pecados do Tigres foi a falta de velocidade e de intensidade nas transições. De acordo com o SofaScore, a equipe mexicana teve 53% de posse de bola e finalizou 13 vezes com seis delas indo na direção do gol defendido por Hyeon-woo Jo. O grande problema da equipe de Tuca Ferretti nem estava na organização defensiva. Os zagueiros Diego Reyes e Francisco Meza vigiavam bem a área e os laterais Luís Rodríguez e Carlos Salcedo não comprometiam na marcação e também apareciam no ataque. A lentidão da equipe na saída de bola (panorama percebido nas últimas partidas do Tigres na temporada) chegou a incomodar aqueles que esperavam uma partida mais disputada no Estádio Ahmed bin Ali e mostrava que Gignac (o craque do time) precisava de alguém mais próximo a ele no ataque. Ao mesmo tempo, os “pontas” Javier Aquino e Luís Quiñones contribuíam pouco na construção ofensiva.

Enquanto o Tigres tentava encontrar a melhor maneira de fazer a bola chegar na frente com pelo menos um pouco de qualidade (e colocar mais intensidade nas transições para o ataque), o Ulsan Hyundai abriu o placar aos 24 minutos de jogo com Kee-hee Kim após cobrança de escanteio da esquerda. Foi a senha para que Gignac e Rafael Carioca mostrassem a sua importância no escrete comandado por Tuca Ferretti. O primeiro criou várias jogadas de perigo nas jogadas de pivô, incendiou sua equipe (que não havia produzido nada de muito útil até os dez minutos finais do primeiro tempo) e ajudou a mudar todo o panorama da partida. Já o segundo foi importantíssimo para qualificar a saída de bola e para tirar o meio-campo do Tigres de uma pasmaceira incômoda na partida. O camisa 5 fazia o 4-3-3 de Tuca Ferretti andar e ainda distribuía passes com muita eficiência. Baita partida do volante brasileiro.

PUBLICIDADE

Tigres vs Away team - Football tactics and formations

PUBLICIDADE

Gignac e Rafael Carioca foram os principais nomes de um Tigres que demorou para engrenar na partida desta quinta-feira (4). O escrete mexicano só conseguiu dominar um organizado e esforçado Ulsan Hyundai depois que o veterano francês chamou a responsabilidade e quando o brasileiro apareceu mais no meio-campo.

Essa construção mais lenta do Tigres é um dos problemas mais crônicos da equipe. E é também um dos pontos que mais preocupa o técnico Tuca Ferretti. Não somente pelos sustos que tomou diante de um Ulsan Hyundai organizado e muito bem treinado por Myung Bo Hong, mas por ter jogado o segundo tempo de maneira preguiçosa e pragmática além da conta. Mesmo voltando ao 4-4-2 (após a entrada de Carlos González no lugar de Francisco Meza) e com os jogadores atuando mais próximos uns dos outros. E por mais que o escrete mexicano tenha mostrado que sabe se defender, a equipe quase se complicou em determinados momentos por abrir espaços demais entre suas linhas e permitir que seu adversário explorasse a entrada da área. Exatamente como aconteceu no lance do gol anulado de Bit-garam Yoon no início da segunda etapa após desatenção completa da defesa após bola longa de Young-Woo Seol.

Young-Woo Seol lança Bit-garam Yoon e o camisa 10 do Ulsan Hyundai só não saiu para o abraço porque a arbitragem assinalou impedimento na jogada. Mesmo jogando de maneira organizada, o Tigres sofreu com a lentidão nas transições e sofreu com a rapidez do seu adversário. Foto: Reprodução / YouTube / FIFA TV

PUBLICIDADE

Todo o elenco e comissão técnica do Palmeiras devem ter acompanhado a partida desta quinta-feira (4) e notado que a equipe do Tigres não mostrou ser tão intensa nas suas transições. Por outro lado, jogadores como Gignac e Rafael Carioca precisam ser vigiados de muito perto por todo o time. São eles quem fazer o escrete mexicano jogar e colocar velocidade na saída de bola e nas tramas ofensivas. Será um baita desafio para todo o sistema defensivo do Verdão. Não somente para evitar que a bola chegue nos pés do veterano francês, mas também para impedir que o brasileiro da camisa 5 consiga pensar o jogo e distribuir passes no meio-campo. E desde já fica o alerta: o Tigres tem sim futebol para surpreender muita gente nesse Mundial de Clubes da FIFA. Mesmo tendo jogado mal contra o Ulsan Hyundai, fato que pode ser até compreensível diante do peso e do nervosismo de alguns jogadores.

Este que escreve até espera uma vitória do Palmeiras, mas também espera um jogo muito estudado e muito tenso por conta de tudo que está em jogo no Mundial de Clubes da FIFA: a vaga na decisão. A velocidade de Rony pelos lados do campo e as jogadas de pivô de Luiz Adriano são algumas das armas do escrete comandado por Abel Ferreira que podem funcionar muito bem na partida deste domingo (8).

CONFIRA OUTRAS ANÁLISES DA COLUNA PAPO TÁTICO:

Hulk chega para ser referência num estrelado Atlético-MG, mas o tempo de adaptação será fundamental

PUBLICIDADE

A fibra e a força mental de um Palmeiras que venceu a Libertadores e pintou a América do Sul de verde; confira a análise

Better Collective
18+ | Jogue com responsabilidade | Aplicam-se os Termos e Condições | Conteúdo comercial