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Polêmicas da arbitragem à parte, Internacional de Abel Braga segue consistente e muito competitivo

Por Luiz Ferreira em 15/02/2021 01:58 - Atualizado há 3 anos

Ricardo Duarte / SC Internacional

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a vitória do Colorado Gaúcho sobre o Vasco de Vanderlei Luxemburgo

O torcedor vascaíno pode e deve reclamar da atuação da arbitragem neste domingo (14), em São Januário. A “falta de calibragem” nas linhas do VAR num lance que pode decidir o campeão brasileiro de 2020 e os rebaixados para a Série B é inadmissível e levanta suspeitas sérias com relação à lisura da competição. Só que nem isso diminui o fato de que o Internacional de Abel Braga foi muito superior ao Vasco de Vanderlei Luxemburgo. É verdade que o gol de Rodrigo Dourado logo aos 10 minutos de jogo (e toda a polêmica envolvida) acabam com o psicológico de qualquer equipe. Mesmo assim, o Colorado Gaúcho seguiu fiel ao plano tático de seu treinador e aproveitou o nervosismo do seu adversário para conquistar mais uma vitória importantíssima na busca pela título que não vem desde o longínquo ano de 1979. O Internacional é competitivo ao extremo e conhece suas limitações.

Abel Braga armou sua equipe no seu costumeiro 4-1-4-1 e alternou a forte pressão na saída de bola de um Vasco sem confiança e sem muitas ideias com muita compactação na frente da área de Marcelo Lomba. Tudo para aproveitar a desorganização do seu adversário na hora de atacar e os sérios problemas defensivos do escrete comandado por Vanderlei Luxemburgo. Edenílson comandava o meio-campo e se alternava com Maurício pelo lado direito nas subidas ao ataque. Do outro lado, Caio Vidal entrava em diagonal e abria o corredor para as descidas de Moisés (um dos melhores em campo na opinião deste que escreve). Yuri Alberto dava profundidade às jogadas e abria espaços para os volantes colorados pisarem na área. O plano de Abel Braga é simples (e muito eficiente): iniciar o jogo com marcação alta e recuar após o gol marcado para explorar os espaços às costas dos zagueiros adversários.

Edenílson e Maurício se revezavam pelo lado direito, Caio Vidal procurava Caio Vidal e Yuri Alberto dava profundidade às jogadas de ataque. O Internacional de Abel Braga iniciou a partida explorando as fragilidades defensivas de um Vasco que se perdeu completamente depois do gol polêmico de Rodrigo Dourado.

Este que escreve considera justas todas as formas de se pensar o futebol. É compreensível que cada um tenha a sua preferência por este ou aquele estilo, seja ele mais ofensivo, de mais toque de bola ou mais pragmático. Ainda mais com todas as possiblidades que o velho e rude esporte bretão nos oferece. Mas o Internacional merece mais atenção de todos. Não somente por liderar o Brasileirão depois de uma sequência impressionante de vitórias, mas por ser um resumo quase perfeito de todas as ideias e conceitos de Abel Braga. Não gostar é um direito de todos. Mas ninguém pode dizer que essa equipe não é competitiva. Ainda mais por ter um estilo bem característico de jogar o futebol. Linhas avançadas para provocar o erro do adversário e recuo do time para explorar os contra-ataques depois do gol marcado. E isso tudo com muita força nas jogadas de bola parada.

De acordo com os números do SofaScore, o Internacional terminou o jogo contra o Vasco com apenas 36% de posse de bola e 16 finalizações a gol. Exatamente o dobro de finalizações feitas pelo seu adversário. Esse ponto mostra muito bem o volume de jogo colocado pelos comandados de Abel Braga na partida deste domingo (14) e qualidade dos contra-ataques puxados por Edenílson e Yuri Alberto. E isso sem mencionar a “dose cavalar de sorte” no pênalti bisonhamente cobrado por Cano sofrido pelo próprio argentino após toque de Cuesta dentro da área. Com o time mais inteiro e um adversário desesperado por um gol para manter-se vivo na briga contra o rebaixamento, Abel foi descansando alguns dos seus principais jogadores, mas manteve o seu 4-1-4-1 inicial e viu Thiago Galhardo aproveitar o apagão na defesa do Vasco para marcar o segundo gol colorado aos 51 minutos da segunda etapa.

Abel Braga manteve seu 4-1-4-1, descansou seus principais jogadores e aproveitou o desespero do Vasco de Vanderlei Luxemburgo para explorar os contra-ataques. O Internacional mostrou mais uma vez que é uma das equipes mais competitivas e consistentes dessa reta final de Campeonato Brasileiro.

Há como se questionar a qualidade dos últimos trabalhos de Abel Braga. Isso faz parte do debate. O que não se pode fazer é diminuir o feito do veterano treinador na recuperação de uma equipe que era taxada como acabada após a saída repentina de Eduardo Coudet para o Celta de Vigo. Mesmo jogando um futebol que faça muita gente torcer o nariz e taxar de “feio”, o Internacional mostrou mais uma vez que é uma equipe muito competitiva e que tem todas as condições de conquistar o título do Campeonato Brasileiro. Aliás, o jogo contra o Flamengo (marcado para o dia 22 de fevereiro) promete ser mais um daqueles momentos épicos do nosso futebol. Estamos falando de duas equipes fortes, com ótimos jogadores e com histórias imensas. E mesmo com todas as ressalvas, é preciso dizer que Abel Braga faz um dos seus trabalhos mais consistentes nesses últimos anos. Sem exagero.

Por mais que a arbitragem tenha infuenciado no resultado final da partida contra o Vasco (o que é a mais pura verdade), fato é que o Internacional é uma das equipes mais fortes e competitivas dessa reta final de Campeonato Brasileiro. E Abel Braga (treinador que sofreu demais com as críticas e com os acontecimentos complicadíssimos na sua vida pessoal) mostra que ainda não está acabado para o futebol. Muito pelo contrário.

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