Será que você acerta o placar Apostar na Betnacional PUBLICIDADE

Home Futebol Vitória protocolar do Bayern de Munique só reforça o abismo existente entre os clubes europeus e o resto do mundo

Vitória protocolar do Bayern de Munique só reforça o abismo existente entre os clubes europeus e o resto do mundo

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação dos comandados de Hans-Dieter Flick contra um valente Al Ahly

Por Luiz Ferreira em 08/02/2021 23:17 - Atualizado há 3 anos

Reprodução / Facebook / FIFA Club World Cup

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira analisa a atuação dos comandados de Hans-Dieter Flick contra um valente Al Ahly

Este que escreve já contou a história da chamada “Lei Bosman” e como ela mudou o futebol mundial a partir da metade dos anos 1990. De lá para cá, o abismo que existe entre os clubes europeus e o resto do mundo só aumentou. Muito por conta do poderio financeiro das equipes do Velho Continente que facilmente seduz jogadores de todos os lugares. Essa superioridade pôde ser comprovada mais uma vez nesta segunda-feira (8), no jogo que decidiu o segundo finalista do Mundial de Clubes da FIFA. O Bayern de Munique não precisou suar muito para construir a vitória por 2 a 0 (com dois gols de Lewandowski) em cima de um valente e aguerrido Al Ahly. O escrete comandado pelo sul-africano Pitso Mosimane fez o que pôde para conter a avalanche bávara. Mas a diferença técnica e tática entre as duas equipes acabou se fazendo (muito) presente no Estádio Ahmed bin Ali.

Sobre a partida em si, é preciso dizer que todos esperavam uma goleada histórica do Bayern de Munique sobre o Al Ahly (segundo maior ganhador de títulos internacionais atrás apenas do Real Madrid). Ainda mais depois da maneira como o escrete comandado por Hans-Dieter Flick despachou seus adversários na conquista da Liga dos Campeões da UEFA. O técnico alemão repetiu seu 4-2-3-1 costumeiro, manteve as linhas altas e a pressão na saída de bola do adversário. Embora sem a mesma rotação e intensidade vista em outros tempos, o Bayern de Munique não deixava o al Ahly respirar nem sair para o ataque com a bola limpa. Aos 16 minutos do primeiro tempo, Coman chutou cruzado da direita, Gnabry pegou a sobra do outro lado e rolou para Lewandowski ajeitar e balançar as redes sem a menor chance para o bom goleiro Mohamed El-Shenawy. Foram 13 chutes a gol contra apenas três da equipe egípcia.

Mesmo sem tanto volume de jogo e intensidade, o Bayern de Munique dominou completamente o Al Ahly. Gnabry e Coman abriam o campo, Kimmich dava o tom das jogadas e os laterais Davies e Pavard aparecendo bastante no ataque. Do outro lado, o time de Pitso Mosimane se defendia como podia na frente da sua área.

A (enorme) diferença entre as duas equipes podem ser notadas nos números do SofaScore. O Bayern de Munique teve 69% de posse de bola, chutou 24 bolas no gol (com sete indo na direção do gol de El-Shenawy) e trocou 754 passes com 89% de acerto. Já o Al Ahly só finalizou cinco vezes (com apenas duas indo no alvo) e trocou apenas 348 passes (com 78% de acerto). E isso com o escrete de Pitso Mosimane se desdobrando na defesa e suportando as investidas de uma das melhores equipes do mundo na atualidade. Jogadores como Fathi, Afsha, Kahraba e El Soleya mostraam qualidade com a bola nos pés e bom posicionamento durante os noventa e poucos minutos de partida no Estádio Ahmed bin Ali. Não é exagero nenhum afirmar que a equipe egípcia escolheu a melhor estratégia para ao menos tentar competir contra o Bayern de Munique numa missão praticamente impossível de ser cumprida.

O segundo tempo foi praticamente uma repetição dos primeiros 45 mintuos. O escrete bávaro seguiu dominando as ações na partida e não dava a menor chance de reação para um cada vez mais exausto Al Ahly. Tanto que Hans-Dieter Flick foi descansando seus principais jogadores e dando minutos a outros. Sané, Tolisso, Choupo-Moting, Süle e Musiala entraram e mantiveram o nível de intensidade da equipe do Bayern de Munique (sem a insanidade vista na Liga dos Campeões, mas com volume de jogo suficiente para não dar chances ao seu adversário). O escrete comandado por Pitso Mosimane resistiu até os 40 minutos da segunda etapa, quando Lewandowski completou cruzamento de Sané do lado direito e chegou a incríveis 29 gols em 27 partidas nessa temporada. Números incríveis até mesmo diante de todo o contexto imposto pela pandemia de COVID-19. O polonês não foi eleito o melhor do mundo por acaso.

Hans-Dieter Flick descansou seus principais jogadores e viu aqueles que entraram construírem a jogada do segundo gol do Bayern de Munique (e de Lewandowski) na partida. O Al Ahly tentou competir e resistiu bem até os 40 minutos do segundo tempo. Boa e honesta atuação dos comandados de Pitso Mosimane.

A diferença técnica e tática entre o Al Ahly e o Bayern de Munique era tão grande que muitos que viam o jogo até torceram para um “milagre” que acabou não vindo. Mesmo assim, o escrete egípcio fez partida digna e honesta diante de um oponente muito mais qualificado. Já o escrete bávaro terá de conquistar o tetracampeonato mundial e de emplacar seu sexto título na temporada. O Bayern de Munique é o atual campeão alemão, da Copa da Alemanha, da Liga dos Campeões, da Supercopa da Alemanha e da Supercopa da UEFA. Agora, se a equipe (muito bem) comandada por Hans-Dieter Flick conseguiu estabelecer um domínio poucas vezes visto na Europa, imaginem se formos comparar com outros continentes. Por mais que os times brasileiros, argentinos, uruguaios e colombianos tenham lá suas qualidades, a diferença ainda é abissal. E será assim por muito tempo. O poderio financeiro é muito maior.

A partida contra o Tigres (clube que também vem fazendo história no cenário internacional) não será tão fácil como a desta segunda-feira (8). Mesmo assim, o Bayern de Munique ainda é extremamente favorito na final do Mundial de Clubes da FIFA. Sim, ainda existe espaço para “milagres” no velho e rude esporte bretão. Mas é preciso ter em mente que essas “surpresas” dos roteiristas do velho e rude esporte bretão estão ficando cada vez mais raras.

CONFIRA OUTRAS ANÁLISES DA COLUNA PAPO TÁTICO:

Falta de ousadia, pobreza de ideias e excesso de pragmatismo explicam derrota do Palmeiras no Mundial de Clubes da FIFA

Mesmo sem jogar bem na estreia, Tigres de Gignac e Rafael Carioca mostra potencial para surpreender muita gente

Exit mobile version